sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SOBRE POEMAS E LEMBRANÇAS(pinheiro neto/nov/09)



doEU demais deixar Porto Alegre no dia 06 de novembro passado. Embora trouxesse comigo os rostos, as lembranças, as conversas, os planos, as risadas e os muitos chopes, além das duas caixas da coletânea “Poemas à Flor da Pele”, a sensação de “quero mais” permanecia.

Foram dois dias intensos de convívio literário e artístico. Novos amigos, novos projetos, novas promessas. Amigos de outras Feiras e de outras épocas e o revisitar de novas perspectivas e parcerias.

Rever, conversar e novamente fazer planos com o meu amigo e emérito professor Francisco Camargo Neto. Conhecer pessoalmente Soninha Porto, coordenadora do movimento da “Poemas”, batalhadora cultural e autora do livro de poemas doEU; Raphael Pacheco, promessa de boa poesia; Claudete Silveira, com toda sua sensualidade poética, dentre outros e outras, além da performance maravilhosa de Maria Flor da Pele, personagem criada pelo ator Marcos Bahrone, com declamações de textos de vários poetas brasileiros.

Já havia participado da Feira do Livro de Porto Alegre em várias edições anteriores. Três dos meus sete livros, além de algumas coletâneas, tive o prazer de lançá-los através dela. Escritores gaúchos de renome tive o prazer de conhecer através dela: Moacir Scliar, Lia Luft, Antonio Hohlfeldt. O grande poeta gaúcho Mário Quintana tive o prazer conhecê-lo após passar boa parte de uma tarde conversando com ele num banco da praça da Alfândega na Feira do livro de 1988 ou 89, não lembro bem.

Esta 55ª edição da Feira, entretanto, teve outro sabor: um sabor anunciado pelo perfume que misturou poemas, flor, pele, amizade, confraternização, identificação e chope: o sabor de Poemas à Flor da Pele.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009


PINHEIRO NETO
poetapinheironeto@gmail.com


POEMAS À FLOR DA PELE

A Antologia “Poemas à Flor da Pele”, que teve seu pré-lançamento em Bento Gonçalves, em 8 de outubro, com a presença de diversos Poetas do Rio Grande do Sul e outros estados brasileiros, foi lançada em Porto Alegre, no dia 5 de novembro, no Memorial do Rio Grande do Sul, na 55ª Feira do Livro, prestigiados por familiares, amigos e fãs dos escritores que fazem já fazem parte da Associação Cultural da “Poemas”, que emerge no mundo da arte e da poesia.
Dia 19 de novembro, mais um lançamento foi realizado para divulgar a belissima obra, dessa vez pelos poetas do Rio de Janeiro, no Bar e Restaurante Severina da Glória, num evento que agitou a cidade carioca.
No dia 21, a Associação Cultural foi convidada a reunir-se no Encontro Anual dos Poetas del Mundo, organizado pelo Movimento de São Paulo, na Casa das Rosas, às 18h30min, na Avenida Paulista, 37, Bairro Boa Vista, onde esse ícone da cultura brasileira, que é a Casa das Rosas, abriu-se para os escritores da Poemas que apresentaram sua obra ao público.
Em formato pocket (10,7 cm por 15,2 cm), que é mais fácil de manusear e foi um sucesso na edição de 2008, o livro compila poemas dos integrantes da Associação Cultural Poemas à Flor da Pele, originada no Orkut, em 2006, hoje com mais de dois mil membros.
Para Soninha Porto, editora da coletânea e responsável pela Associação Cultural, os poetas de todos os cantos do País, nas páginas da antologia, “compartilham generosos suas criações, onde se vê a paixão à flor da pele dos laboriosos”.
Nas 387 folhas do livro de capa colorida, o leitor encontrará poemas para crianças, adultos e adolescentes. O grande poeta contemporâneo, Afonso Estebanez Stael, membro da Academia Brasileira de Poesias e incentivador dessa Associação, fez o prefácio da obra, disse que “Poemas à Flor da Pele constitui registro literário de inestimável valor cultural no âmbito da poesia atual. “A poesia de ‘Poemas à Flor da Pele’ é uma forma universal de reinvenção da vida”, escreveu.



TEMPOS PASSADOS (Mickin)

Em tempos passados, acelerava os passos, gastava quase o dobro do tempo acreditando numa saborosa ingenuidade.
Mas nada era verdade!
O tempo foi passando e meus dias foram se arrastando, mas ainda podia sentir que algo no âmago ia se transmutando.
Ainda podia querer!
Sentia que a vida dilacerava minhas visões, não conseguia encontrar vias na dita dilaceração.
Em tempos passados, acreditava ter encontrado a base de tudo que se me fazia amargo.
Acordava em desespero danado!
Buscava conforto na crença de algo intocável, algum sentido favorável, mas era em tempos já passados.
Já não podia mais saber!
Não sabia do que precisava, não sabia dizer, gritar, pedir, objetivar nem ao menos queria crer.
Mirava a foto de alguém que podia me entender, mas isso também não era verdade. Não queria mais crer.
Agora, passo pelo tempo com o mesmo prazer de outrora, já não corro nem grito, agora sei o que fazer:
Esquecer!


DEGUSTAÇÃO DE POEMAS – Sem dúvida alguma: a Feira do Livro de Porto Alegre, mais uma vez “deu um banho”. Organização, segurança, criatividade, rigor, pontualidade, etc. É sempre gratificante participar daquele evento. São 55 anos perseguindo esses e inúmeros outros objetivos.
Ressalto, entretanto, uma novidade além de criativa, muito saborosa: em frente a uma das barracas da feira, moças com luvas e avental serviam, em saladeiras, poemas impressos em papel arroz comestível. O visitante era convidado a ler o poema e depois degustá-lo.




PONTO DO POETA

Quero nunca
Perder de vista
Teus olhos verde-jade,
Tua alma, teu corpo
Tua verdade.

Quero não ser peso
Para o teu coração
Para tuas vontades
Para tua canção

Ofereço em troca:
Meus espectros
Minha demência
Meus monstros
Minha impotência. (Poema Ro I, Pinheiro Neto, pg.276-Poemas à flor da pele)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

POEMA DE SONINHA PORTO

SEM OBRIGAÇÃO

rabiscos desobrigados
ágeis e soltos
sem pressa
maturam-se às verdades
da alma paciente

no frescor das verdes
impossibilidades
esbarram-se
aos ímpetos
nas rimas preguiçosas

SONINHA PORTO: EMOÇÕES EM
PRODUÇÃO INDIVIDUAL



Depois de participar de várias coletâneas de poesias, Soninha Porto entendeu que era o momento de lançar um livro solo. Na 55ª Feira do Livro, que ocorreu em Porto Alegre, neste mês de novembro , a ativista cultural apresenta sua primeira obra individual, formada por poemas que falam das emoções de forma humana, atrevida, instigante.
Ao descobrir-se poeta, há quatro anos, Sonia Maria Ferraresi, nascida em Cruz Alta (RS), escolheu o pseudônimo literário de Soninha Porto, numa homenagem à cidade de Porto Alegre, que adotou como morada. No meio cultural virtual, onde atua em blogs, sites e movimentos de poetas, o nome de Soninha Porto é associado a projetos de qualidade e seriedade. Neste livro Soninha, mais uma vez mostra como aprendeu a brincar com as palavras, a ordená-las de modo a expor seus sentimentos.
Para Soninha, o livro é mais um sonho realizado em sua vida, que ela divide com tantos amigos conquistados em sua trajetória de ativista cultural. O nome “doEU” tem sentido duplo e infinito. Pode significar uma pequena amostra dos sentimentos vividos pela mulher, mãe, trabalhadora, poeta, dona de casa, Relações Públicas. E, agora, expulsos em poesias. E também, o sentimento vivido ao permitir expor-se e enfrentar o mundo, com um livro individual.
Para conhecer o trabalho que Soninha desenvolve acesse: www.soninhaporto.com ou http://poemasaflordapele.ning.com