quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Confraria da Leitura-pn Edição 17

RECANTINHO (crônica de uma história registrada no cardápio)

A história deste bar – hoje também restaurante - se confunde com a história da família Felício. O terreno, de posse do senhor Bertolino, morador da Barra da Lagoa, foi passado para o filho, seu Oríbo (pai do Anízio), por ocasião do casamento com D. Joana. Por sua vez, ao casar com Irizete, Anízio herdou a parte do terreno onde hoje estão construídos sua casa e o bar.

A idéia de abrir um bar foi da esposa Irizete. Assim que nasceram os gêmeos, Jamilly e Lucas, em 1990, não podendo trabalhar fora, com as despesas aumentando consideravelmente e o salário do Anízio não sendo mais suficiente, sugeriu ao marido que abrissem um barzinho. Nora e sogra trabalhariam na cozinha e o Anízio atenderia na frente.
Aprovada a idéia, construíram, à época, apenas a parte onde hoje ainda é a cozinha, com a ajuda do amigo Totonho, padrinho dos gêmeos. As primeiras mesas de plástico, conseguiram emprestadas com o Valério Matos, da Porto Belo.
Como não tinham carro, Irizete e D. Joana foram comprar todos os utensílios (panelas, pratos, talheres, copos, etc.) de ônibus, “na cidade”. Naquela época as pessoas podiam andar tranquilamente no centro de Florianópolis com muitas sacolas sem serem molestadas ou roubadas.
Começaram abrindo às 16 horas servindo apenas aperitivos e pirão de caldo com peixe frito ou camarão. Na década de 90 o rio da Barra ainda era farto. O próprio Anízio, geralmente com o auxílio do amigo Adailton, capturava todo o peixe e todo o camarão necessários. Por noite era uma média de 5 a 12 quilos de camarão capturados na “croa”. À época ainda não havia o canal nem o rio era drenado.
Hoje o Recantinho é bar e restaurante. Com a mesma cor desde o início, verde, sem placa ou publicidade alguma, é um dos restaurantes mais simpáticos e de grande sucesso da Barra. A propaganda de boca em boca, totalmente espontânea é que provoca tal fenômeno. Além disso, ao longo da história há questões que vêm se mantendo inalteradas. Sem falar o paladar e do esmero no preparo de todos os pratos, há o atendimento peculiar prestado pelo Anízio (“o marido da dona”). Sempre simpático e atencioso, abraçando e beijando cada freguês em particular bem como cumprimentando efusivamente cada novo cliente, Anízio vai de mesa em mesa conferir cada pedido e colher a opinião dos fregueses sobre o resultado, autorizando muitas vezes a “saideirinha da casa”.
Com todo o sucesso, Anízio continua o mesmo. Quer conferir? Apareça na Barra entre 4 e 6 da manhã. Vai encontrá-lo com seu carrinho de mão amarelo comprando os frutos do mar fresquinhos (lulas, anchovas, tainhas, camarões, etc.) que chegam nos barcos dos pescadores. Ou então, é bem capaz que o encontre “governando” os peixes, preparando as postas e os filés que serão servidos.
É ele pessoalmente quem assume a responsabilidade pela seleção dos produtos servidos no Recantinho.

PARA LEMBRAR (hífen 1)

O hífen é mantido com os prefixos: além, aquém, ex, pós, pré, pró, recém, sem, vice. EXEMPLOS: sem-terra, ex-senador, vice-prefeito, recém-nascido, pós-graduação, pré-vestibular, pró-reitor, além-mar.


NOVO PRESIDENTE NA ACL

Com o falecimento do caro amigo e confrade Lauro Junkes, a presidência da Academia Catarinense de Letras foi ocupada pelo também confrade (e não menos caro amigo) Péricles Prade. Dinâmico, com currículo invejável, homem público ligado à política, às artes, à literatura e à vida acadêmica como um todo, Péricles reúne as condições necessárias para levar a ACL ao lugar de merecimento buscado por Pítsica, por Junkes e por outros tantos acadêmicos que ocuparam a presidência do órgão.
Dentre os inúmeros desafios, Péricles, deverá coordenar o processo de preenchimento das três cadeiras vagas em 2010, ocupadas, respectivamente por: Hoyedo Gouvêa Lins (11), Carlos Humberto Corrêa (17) e Lauro Junkes (32). A exemplo do que pensam inúmeros confrades e considerando a contribuição deixada por Lins, Junkes e Corrêa para a Literatura e para a Cultura, é preciso que os pretensos novos acadêmicos tenham em seu currículo uma produção sólida voltada para a LITERATURA E PARA A LÍNGUA NACIONAL, isto é, tenham escrito e publicado romances, contos, crônicas, poemas, crítica literária, história da literatura e da cultura de nosso Estado. É preciso também que após a eleição, atuem, contribuam, estejam presentes, participem da vida do Sodalício.


PONTO DO POETA

Minha senhora do Desterro
onde te escondes?
Vagueias por acaso
nas noites do Vento Sul?
Passeias pelas dunas,
pela Lagoa, pelo farol?
Onde te escondes
Senhora minha
desta Desterro
que amo?
Por que me apareces
somente em tempo feio,
em céu fechado,
com forte vento soprando?
Onde estás, senhora minha?
Onde estás, minha Desterro?

(Senhora, pg. 17, do livro Minha Senhora do Desterro, 1981)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Confraria da Leitura-pn Edição 16






UM ESCRITOR: JOÃO CARLOS MOSIMANN
Engenheiro, professor e historiador - nascido em Brusque (SC), dedica seu tempo à pesquisa da História de Santa Catarina, sobre a qual publicou inúmeros trabalhos em jornais e revistas especializadas. Foi colaborador do antigo AN Capital e colabora desde 2003 no caderno de Cultura do Diário Catarinense. Autor do livro Tragédia e mistério na Villa Renaux, publicado em 2.000 pela Editora Insular, reeditado em 2.006 (Ed. Autor). Concentrou esforços na pesquisa das incursões de navegadores europeus à Ilha de Santa Catarina no século 16, compondo a obra intitulada Porto dos Patos – A fantástica e verdadeira história da Ilha de Santa Catarina na era dos descobrimentos, editada em 2.002, em co-edição com a Fundação Franklin Cascaes e reeditada em 2.004 (Ed. Autor), sob o patrocínio da Eletrosul. Em 2.003 editou o livro Ilha de Santa Catarina - 1777-1778 – A invasão espanhola, com o apoio cultural da Tractebel, garimpando pioneiramente toda a documentação espanhola e portuguesa sobre aquele importante evento. A mais recente obra, Catarinenses – Gênese e História, foi agraciada com o Prêmio do Edital Elisabete Anderle da Fundação Catarinense de Cultura, o que propiciou a edição independente da obra.



UM LIVRO: CATARINENSES – GÊNESE E HISTÓRIA
“A maioria dos historiadores procura na história político-administrativa, nos governantes e nas elites dominantes, a razão de ser da História. Antagonicamente, o homem comum revela-se ao pesquisador o fundamento e a gênese de um povo. Não perca tempo com Vice-Reis e capitães-generais, já aconselhava Capistrano de Abreu, enverede pelos inventários dos bandeirantes. O grande agente da História é o homem, organizado em sociedade, e a sociedade humana assume sempre esse caráter de agente e objeto da História. Sob esse aspecto, o catarinense constituiu-se no agente principal de seu desenvolvimento, ator e motor de sua própria história, vocacionado desde cedo, normalmente alheio ao poder público, decidindo a direção em sociedade.”
Catarinenses – Gênese e História é, em suma, a História dos catarinenses, entendidos como essa mescla de etnias e culturas forjadas pelo ambiente e integradas através de um processo gradual de conquista de espaço e de afirmação de sua gente: territorialidade e povo. A gama de manifestações, diferenciada pelo povoamento e pelo habitat, gerou, incontestavelmente, essa colcha de matizes étnicas e culturais, mas nela se teceu uma complexa identidade que encerra um conjunto de representações, hoje ligadas por um nexo comum, caracterizando pouco a pouco o povo catarinense.



DEPRIMENTE

O lançamento do livro Cruz e Sousa, o poeta alforriado de Godofredo de Oliveira Neto, organizado pela UFSC no dia 17 último foi um verdadeiro fracasso. Marcado para as 19 horas, iniciou após as 20. Os próprios responsáveis diretos pela organização que deveriam ser os primeiros a chegar para recepcionar os visitantes e o autor chegaram atrasados.
Realizado no auditório da Biblioteca daquela universidade, não havia nenhum indicativo – cartazes, no mínimo. Presenças, umas 15 pessoas, no máximo. Autoridades da UFSC, nenhuma além da responsável pelo lançamento. Membros da Academia Catarinense de Letras, Flávio José Cardozo, Jair Francisco Hamms, eu e Celestino Sachet – que naquele ato representava o presidente em exercício. Nem os acadêmicos que pretendem disputar a presidência daquele sodalício compareceram. Nem o livro para ser autografado chegou. O que valeu foram as falas do autor e do representante da ACL. E olha que o lançamento era em homenagem aos 90 anos da ACL, aos 50 da UFSC e em memória de Lauro Junkes.




OLSEN JR.

No dia 30 deste mês, no Restaurante Lindacap, a partir das 19 horas será lançado o livro Memórias de um fingidor, do meu querido amigo Oldemar Olsen Jr. O novo romance de Olsen Jr. é editado pela Insular.
Aproveito a oportunidade para registrar com imensa alegria que Olsen voltou a publicar suas crônicas em jornal, desta feita no Notícias do Dia, da Rede Record. A crônica nacional, hoje tão insossa, ganha um novo e significativo alento com a volta de Olsen e suas polêmicas todas às segundas feiras. Uma de suas frases: “Só não polemiza quem concorda com tudo. Em jornalismo, não polemizar é estar morto sem o atestado de óbito.”


PONTO DO POETA

NATAL 2010

Bate à nossa porta
mais uma vez o Natal:
barbas brancas,
passos lentos,
sorriso tímido
voz matinal.

Mais uma vez bate
à nossa porta o Natal:
uma pobre manjedoura,
ecológicos animais,
escatológicos humanos,
estrela triunfal.

O Natal mais uma vez
bate à nossa porta:
famílias reunidas,
anjos distorcidos
esperanças corroídas,
corte sazonal.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Confraria da Leitura-pn Edição 15




NITA EXPÕE EM CURITIBANOS

Dia 19 de novembro às 20 horas, a artista plástica Nita estará recebendo seus convidados para uma “vernissage” em Curitibanos. A exposição ficará aberta de 20 a 25 de novembro na Galeria Art & Festa, sempre das 9 às 21 horas, à rua Archias Ganz, 129, naquela cidade.
Começou a pintar há 10 anos, embora desde criança sempre esteve voltada para as artes.
Frequentou escola de artes e vários cursos com outros pintores.
Natural de Urubici, reside em Curitibanos desde 1983.
Essa é a primeira vernissage de Nita que agora vê realizar-se um sonho antigo.
Com o tema sensualidade a artista explora de maneira toda particular o gosto por pintar corpos através da observação da estética da natureza humana.
Sempre contando com o apoio total da família há 4 anos vem trabalhando no tema que ora culmina em exposição.
Pretendo estar presente. Sucesso, Nita!

UM ESCRITOR: DAVID GONÇALVES

Nasceu em Jandaia do Sul, Paraná, em 1952 e reside há muito tempo em Joinville, Santa Catarina. Professor universitário e consultor de empresas, ministra cursos e palestras sobre literatura, comunicação e liderança. Filho de pequenos agricultores, conviveu com os trabalhadores rurais e, dessa convivência, mantida até hoje, extrai a sua força literária. O seu primeiro livro [1972], As flores que o chapadão não deu, foi recolhido pelo regime militar e permaneceu 16 anos na gaveta. Os primeiros contos e romances foram publicados em mimeógrafo. Atualmente, suas obras técnicas e literárias são amplamente lidas nas escolas e nas empresas e diversas teses já foram escritas por elas. OBRAS PUBLICADAS: As flores que o chapadão não deu, Geração Viva, Terra braba, O rei da estrada, O campeão, O sol dos trópicos, Acima do chão, Águas de Outono, Os caçadores de aranhas, O assassino da rua 1.500, O homem que só tinha segunda-feira, Até sangrar, Admirável Margarida, Contos escolhidos, Paixão cega, Pó e sombra, Entrem e sejam bem-vindos. Site www.davidgonçalves.com.br

PARA LEMBRAR
Perde o acento o U tônico das formas que/qui e gue/gui de verbos como apaziguar, argüir, averiguar, redargüir, obliquar. Antes: apazigúe(s), argúem, averigúe(s), obliqúem. Agora: apazigue(s), arguem, averigue(s), obliquem.

POEMAS
O lançamento oficial da coletânea “Poemas a flor da pele” será realizado no dia 28 de outubro, dentro da programação do XVIII Congresso Brasileiro de Poesia que acontece anualmente em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Estarei lá.

ADEUS AO LAURO

Na manhã do dia 21 deste mês de outubro foi enterrado, no Jardim da Paz, o corpo do professor, doutor e crítico literário Lauro Junkes, Presidente da Academia Catarinense de Letras. Faleceu no dia anterior, 20 de outubro, dia do Poeta. Ele que foi um grande incentivador dos iniciantes, poetas, contistas, cronistas, romancistas, ensaístas, etc. Ele que sempre tratou a todos com muita atenção e muito carinho, incentivando sempre. Ele que pesquisou, estudou e escreveu sobre a Literatura do Estado onde nasceu: Santa Catarina. Como disse o confrade Péricles Prade durante a cerimônia de último adeus: “ele deve estar agora usufruindo da vasta biblioteca celeste”. Fique com Deus, Lauro.


SEMANA DA BIBLIOTECA

Entre 25 e 29 de outubro, a Biblioteca Pública Municipal Machado de Assis, órgão da Fundação Cultural de Balneário Camboriú (FCBC), promove a Semana da Biblioteca. Na abertura oficial, segunda-feira, 25, a partir das 9h30, presença confirma de autoridades municipais, estudantes, representantes da Academia de Letras e convidados. Às 10h a escritora Marlene Rothbarth lança o seu livro “Júlia e Gabriel visitam Itajaí”, que tem ilustrações de Lindinalva Deólla. Teatro de fantoches, contação de histórias e a presença de ilustres convidados completam a agenda de eventos que é aberta à comunidade, com entrada franca.
Programação completa no site: www.balneariocamboriu.sc.gov.br


PONTO DO POETA

Quero nunca
perder de vista
teus olhos verde-jade.
Tua alma, teu corpo
tua verdade.

Quero não ser peso
para o teu coração
para tuas vontades
para tua canção.

Ofereço em troca:
meus espectros
minha demência,
meus monstros,
minha impotência.

(Poema Ro I, pg.276, antologia Poemas a flor da pele, 2009)

MEU BLOG: http://confrariadaleitura-pn.blogspot.com

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

BIBLIOTECA PROF. OSNI RÉGIS

Esta notícia me foi enviada pela bibliotecária Michelle Pinheiro, minha filha. Por considerá-la de suma importância, repasso a todos através deste blog:

“Quinze mil livros de bordas amareladas descansam tranquilos no número 1344 da Avenida Mauro Ramos, no centro de Florianópolis. Olhos apressados passam reto pela placa que sinaliza, logo depois da igreja evangélica nababesca, a existência de um pequeno achado: uma biblioteca quase-pública (mas sem público) que guarda o acervo de uma vida toda.

Quem sai do pandemônio do resto da cidade e entra nos fundos da casa que esconde a biblioteca sente um leve deslocamento no espaço e no tempo. Não parece Florianópolis, nem 2010. O sol das 15h passa pelas vidraças e bate nas prateleiras cheias de clássicos de direito, sociologia, filosofia, história, teoria literária e literatura. No quintal, uma bananeira exibe um cacho verde. Volta e meia, um bem-te-vi pousa na grama. Só o que remete ao mundo lá de fora são dois computadores parados num canto.

Vale a visita. Se não para pegar um livro (nem todos são emprestáveis), pelo menos para sentar, ler e aproveitar o ambiente agradável durante um tempo.

O charme do lugar começa pela sua história. O acervo pertenceu ao político, professor e apaixonado por leitura Osni Régis. Após assistir My fair lady, estrelado por Audrey Hepburn, ele resolveu construir na sua casa uma pequena-semi-réplica da biblioteca que aparece no filme. Depois que morreu, em 1991, a família decidiu abrir o espaço ao público e criou a Fundação Prof. Osni Régis, que banca a manutenção de tudo com recursos próprios.

Para quem estuda Direito, os muitos títulos na área representam o paraíso. Mas também há clássicos literários brasileiros e estrangeiros - franceses, latinos, gregos, uma prateleira toda de Agatha Christie e muitas raridades. Entre elas, aHistória da Literatura Ocidental, de Otto Maria Carpeaux, em sete volumes, uma pequena autobiografia de Ferreira Gullar, cartas eróticas de James Joyce para a mulher, as obras completas de Tomás de Aquino, Karl Marx e números de revistas pouco encontráveis por aí, como a francesa Les Temps Modernes, fundada por Jean-
Fazer a manutenção de tudo isso já é complicado o bastante, por isso todas as ofertas de doações de livros são delicadamente negadas. O acervo permanece com 15 mil volumes há quase vinte anos.

“Livro é para ser lido, deixá-lo parado na estante não é o objetivo”, diz Isabel Régis, filha de Osni Régis e presidente do conselho curador da Fundação. Ela lamenta que a biblioteca tenha tão poucos visitantes. “Quando vem alguém é mais pra pesquisar na área de literatura e direito. Ou então as pessoas entram, olham o lugar e vão embora”.

Quem fica lá todos os dias cercada pelos maiores clássicos mundiais é Maria, que recebe os passantes, cuida dos livros, deixa o lugar sempre impecável e fica de olho no amadurecer dos cachos de bananas. “São mais gostosas que qualquer uma que se vende no supermercado”, saliva.

Ler um pouco, levantar, ir até o gramadinho lá fora, pegar uma banana, comer, escutar um passarinho. Por que mesmo ninguém nota aquela placa na Mauro Ramos?

_______

Quem quiser aparecer por lá pra checar se as bananas já maduraram, anote aí:
Biblioteca Prof. Osni Régis, nº 1344, Avenida Mauro Ramos, Centro, Florianópolis
Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h
Mais informações: (48) 3223 4833”

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Confraria da Leitura-pn Edição 14





UM ESCRITOR: FLÁVIO JOSÉ CARDOZO

Nasceu em Lauro Müller, SC, em 1938, estudou na terra natal, em Turvo, Tubarão, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Frequentou o Curso de Jornalismo da PUC-RS. Trabalhou no Departamento Editorial da Editora Globo de Porto Alegre, foi diretor da Imprensa Oficial de Santa Catarina e da Fundação Catarinense de Cultura. É membro da Academia Catarinense de Letras.
Como ficcionista, publicou Singradura, Porto Alegre, Globo, 1970, 2a. ed. Porto Alegre, Movimento, 2002; Zélica e outros, Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1978, 2a. ed. São Paulo, FTD, 2001, Longínquas baleias, Florianópolis, Lunardelli, 1986, e Guatá, Rio de Janeiro, Record, 2005. Tem-se dedicado também à crônica, com larga atuação na imprensa. Publicou nesse gênero: Água do pote, Florianópolis, Lunardelli / UFSC, 1982; Sobre sete viventes, Florianópolis, Sanfona, 1985; Beco da lamparina, Florianópolis, Lunardelli / Diário Catarinense, 1987; Sofá na rua, Florianópolis, ACES, 1988; Tiroteio depois do filme, Florianópolis, Lunardelli / Diário Catarinense, 1989; Senhora do meu Desterro, Florianópolis, Fundação Franklin Cascaes / Lunardelli, 1991, Trololó para flauta e cavaquinho (em parceria com Silveira de Souza), Florianópolis, Garapuvu, 1999; Uns papéis que voam, São Paulo, FTD, 2003; Duas violas arteiras (em parceria com Sérgio da Costa Ramos), Florianópolis, Bernúncia / Academia Catarinense de Letras, 2008; Sopé (com desenhos de Tércio da Gama), Florianópolis, Editora Unisul, 2009; Batuque bem temperado (em parceria com Jair Francisco Hamms), Florianópolis, Insular / Academia Catarinense de Letras, 2009. Na área da literatura infanto-juvenil, publicou O tesouro da Serra do Bem-bem, São Paulo, Saraiva, 2002. Traduziu O aleph e História universal da infâmia, de Jorge Luis Borges.
É intensa a atividade do escritor nas escolas - do nível fundamental à universidade - em decorrência da adoção e estudo de seus livros.
FJC mora em Santo Antônio de Lisboa, interior da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis). (E-mail: fjcardozo@terra.com.br)

PARA LEMBRAR

Perdem o acento as paroxítonas com I e U tônicos depois de ditongo. São casos raros. Antes: feiúra, feiúme, baiúca, bocaiúva, reiúno. Agora: feiura, feiume baiuca, bocaiuva, reiuno.

POEMAS A FLOR DA PELE
O lançamento oficial da coletânea “Poemas a flor da pele” deste ano está previsto para a noite do dia sete de outubro, dentro da programação do XVIII Congresso Brasileiro de Poesia que acontecerá de 25 a 30 de outubro em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.
Vários escritores de todo o Brasil, estão distribuindo as imagens promocionais de “POEMAS A FLOR DA PELE” em suas páginas. No Facebook Soninha Porto abriu um grupo especial para a promoção, o compartilhamento e a troca de experiências de todos os poetas participantes de livro e quem mais desejar. Queremos ver todos e cada um dos integrantes do grupo ampliando esse trabalho para que ecoe por todos os cantos do mundo esse movimento poético já consagrado.
Além do Congresso em Bento Gonçalves, dois outros lançamentos já confirmados:
- dia 22 de outubro, 19:30, na Livraria Cultura, Rua Tulio de Rose, 80, Passo da Areia, Porto Alegre/RS;
- dia 4 de novembro, 14 h, na 56ª feira do Livro, Memorial do Rio Grande do Sul, Centro Histórico de Porto Alegre/RS.


PONTO DO POETA

As águas claras
Refletem teu rosto,
Espelho da vida.
Teu rosto, meu rosto,
identificam-se
confundem-se.
Filha do corpo
da carne, do rosto;
filha da vida.
As águas refletem
teu claro rosto;
que se confunde
com meu rosto moreno.
As águas dos olhos
confundem teu rosto,
confundem meu rosto
com o rosto da(f)ilha,
com o rosto da vida.

( Este poema, intitulado Chrischelle, deu nome ao livro que lancei pela Editora Lunardelli em 1979. Trata-se de uma junção dos nomes de minhas filhas, CHRIStiane e MiCHELLE, para mim um belíssimo neologismo. A capa da primeira edição, inclusive, traz o desenho de duas meninas correndo de mãos dadas. Nesta 14 edição/postagem da Confraria da leitura-pn, quero homenagear minha sobrinha, a filha da Idione e do meu grande amigo Aurino José do Espírito Santo – o Nonô. Eles gostaram tanto que a batizaram como Chrischelle, o nome que dei ao meu segundo livro de poemas. Ela casa no próximo dia 2 de outubro. Parabéns e felicidades, menina!)
MEU BLOG: http://confrariadaleitura-pn.blogspot.com

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

RÉQUIEM PARA A BALEIA

( sueli tereza mazzucco mazurana)
Baleia Franca
Branca e preta
Pede socorro
- Eu não morro!

Faltou água
Não flutua
- A culpa é tua!

O ventre se arrasta
Dolorido.
Pungente
O gemido
Fere o coração.
- Não te darei perdão!


Os olhos
Fitam o homem
E cobram
Atitude
Ur-gente
- Demente!

Eutanásia, não!
A baleia quer viver!
Olha o esguicho!
Ela está consciente
Sabe o que queremos ver
- Que espetáculo!

Mas o homem
Cruza os braços
E faz planos
Sobre o cadáver
Da baleia
- Eu não quero morrer!

Museu, exposição:
Fantástico!
Uma história,
Era uma vez
Uma baleia
Franca, branca e preta
Que morreu
Cansada
De pedir
Para viver...
- Venham ver!

Baleia branca
Franca
Requiescat in pace!

Orleans, 15/09/2010.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

UMA ESCRITORA


SONINHA PORTO, mulher gaúcha, de Cruz Alta, terras das Missões do Rio Grande do Sul. Estudou no Colégio Sévigné, é Bacharel em Relações Públicas pela PUC/RS (1979). Trabalhou por mais de 20 anos em banco e aposentou-se precocemente em 1998. Casou-se duas vezes e tem 3 filhos, suas obras primas..
Iniciou sua vida literária em 2002, ao entrar no mundo virtual, despertada que foi pelos versos e mensagens que recebia pela internet e pela leitura de grandes poetas, entre eles Mário Quintana, e aos poucos foi fazendo suas poesias. Em 2005, a convite de uma amiga, entrou no orkut e seu olhar voltou-se direto para o mundo poético emergente naquele site.Trabalhou como Assessora da CAPORI, 2006/2007 e não parou mais. Atualmente escreve para vários sites e blogs ligados à literatura interagindo com poetas, escritores e artistas realizando, sempre que possível, encontros e saraus para promover a poesia.Teve atuação destacada em vários concursos, principalmente na 29ª EXPOESIA, 2007, promoção da CAPORI/RS e Sport Clube Internacional, de Porto Alegre e no concurso do Blog Artistas Solidários em 2008. Tem poemas selecionados no Projeto Leitura para Todos (Companhia de Transportes Urbanos), de Belo Horizonte e já integrou o grupo de jurados do concurso realizado pela POESIARTE, Cabo Frio/RJ (2007).
Desde 2006 mostra seus trabalhos em diversos livros promovidos por entidades culturais de Porto Alegre e de outros estados, alguns também do mundo virtual.. Destaca as da CAPORI/RS, da casa do Poeta de Canoas/RS, do Projeto 24 horas de Poesia, da Editora Alcance, da Antologia Delicatta e Poetas do Café (comunidade do orkut). Em 2008 participa das Antologias dos Poetas Virtuais do Orkut, (Fortaleza/CE), da virtual do Blocos Online, de Leila Míccolis - Saciedade dos Poetas Vivos, "Intimidade" e as promovidas pelo Proyecto Cultural Sur Brasil - Poesia do Brasil e Poeta mostra a tua cara e as do V Belô Poético. Administra a Comunidade Poemas à Flor da Pele, onde realiza festivais literários, concursos permanentes e divulga autores novos e consagrados no espaço ou em E-books virtuais. O último E - book lançado, abril de 2010, pelos 4 anos da comunidade circula pelo Brasil, Europa e Estados Unidos. Incentivou representantes da comunidade, de outras capitais brasileiras a realizar eventos de aniversário da Poemas, em Belém/PR, Belo Horizonte/MG, Brasília/DF, Vitória/ES, Porto Alegre/RS, Rio de janeiro/RJ, Londrina e São Paulo/SP. Coordenou as duas Antologias "Poemas à Flor da Pele" (em parceira com o Proyecto Cultural Sur), junto com poetas da comunidade e mais livros infantis "Poemas à Flor da Idade", todos lançados em outubro, nos anos de 2008/2009, no Congresso de Poesia em Bento Gonçalves; Este ano lança a 3ª ediçãom desta Antologia uqe é sucesso em todo o país;.
Esse trabalho a fez descobrir o rumo, o que gosta de fazer e o que faz com prazer: estar às voltas com a poesia. Lancou em 5 de novembro de 2009, na 55ª Feira do Livro de Porto Alegre o seu primeiro livro: doEU.
Contatos:
smf.soninhaportoalegre@gmail.com

POETAS PARTICIPANTES DA 3ª EDIÇÃO DA "POEMAS"


1. ADEMIR BACCA - Bento Gonçalves/RS
2. ALBANO FERREIRA - Açores - Portugal
3. ANA LUIZA - Porto Alegre/RS
4. ANA MARIA LAUER – Santa maria/RS
5. ANDREA LUCIA - Rio de Janeiro/RJ
6. BETÂNIA UCHOA - Salvador/BA
7. CACAU - Porto Alegre/RS
8. CARMEN VERVLOET - Vitória/ES
9. CIVANA - Rio de Janeiro/RJ
10. CLAUDETE DA SILVEIRA - Cachoeira do Sul/RS
11. DÉBORA NEVES - Rio de janeiro/RJ
12. DOROTY DIMOLITSAS - São Paulo/SP
13. DOTY BARCELLOS – Rio de janeiro/RJ
14. DU KARMONA - São Paulo/SP
15. DYANDREIA - Região dos lagos/RJ
16. FERNANDA FRAZÃO - Bento Gonçalves/RS
17. FLÁVIA ASSAIFE - Rio de Janeiro/RJ
18. FLOR DE ESPERANÇA - Laje do Muriaé/RJ
19. GEISA GONZAGA - Brasília/DF
20. GLADIS DEBLE - Bagé/RS
21. GLÓRIA MAIA - Cardoso Moreira/RJ
22. GLÓRIA SALLES - Florida Paulista/SP
23. IARA PÁCINI - Porto Alegre/RS
24. JACQUELINE - AISENMAN Genebra/Suíça
25. JAIR PAULETTO - Porto Alegre/RS
26. JANDYRA ABRANCHES – Vitória/ES
27. JANIA SOUZA – Natal/RN
28. JL - Rio de Janeiro/RJ
29. JORGE DA MATTA - São Paulo/SP
30. JORGE DU BARBOSA - Porto Alegre/RS
31. LEINECY DORNELES - Rio Grande/RS
32. KELLY CHIABOTTO - Taubaté/SP
33. MÁRCIA FERNANDA - Porto Alegre/RS
34. MARCIA TIGANI - São José dos Campos/SP
35. MARCO ANTÔNIO - Porto Alegre/RS
36. MARIA CLARA - Porto Alegre/RS
37. MARY MAY - Rio de Janeiro/RJ
38. MILENE SARQUISSIANO – Pelotas/RS
39. MIRIA PEREIRA - Porto Alegre/RS
40. MOSES ADAM - São Paulo/SP
41. NARA LA TORRE – Porto Alegre/RS
42. NELSON - Joinville/SC
43. PINHEIRO NETO - Barra da Lagoa/SC
44. ROGÉRIO GUARALDI - Porto Alegre/RS
45. ROSAMEL - Porto Alegre/RS
46. SONIA BABY - Vitória/ES
47. SONINHA PORTO - Porto Alegre/RS
48. SUELY DE FREITAS MARTI - Curitiba/PR
49. TELMA MOREIRA - Rio de Janeiro/RJ
50. TERÊ&TERÊ - Porto Alegre/RS
51. THÉO DRUMMOND – Rio de Janeiro/RJ
52. VALLENTINE POETISA MENOR - Volta Redonda/RJ
53. VANY CAMPOS - Porto Alegre/RS
54. VERLUCI - Batatais/SP
55. WALNÉLIA - Florianópolis/SC

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Confraria da Leitura-pn Edição 13

poetapinheironeto@gmail.com





UM ESCRITOR: NELSON HOFFMANN

Nelson Hoffmann nasceu no dia 19 de dezembro de 1939, em Roque Gonzales, RS, onde reside. Advogado, Contabilista e Professor. Ocupou diversos e altos cargos públicos, foi o primeiro Secretário do Município de Roque Gonzales, RS, e o primeiro Roque-Gonzalense a assumir a chefia do Poder Executivo Municipal. Integrante de academias e entidades culturais, correspondente de jornais e revistas, conselheiro editorial, é verbete de dicionários e enciclopédias. Considerado, por muitos, o mestre da narrativa longa na literatura missioneira, pratica todos os gêneros literários, preferindo a ficção. Traduzido nos Estados Unidos, França, Espanha e Itália, é também publicado em Portugal e Uruguai. Agraciado com troféus, medalhas e diplomas, em nível regional e nacional. Participa de inúmeras antologias, tem mais de três dezenas de trabalhos individuais publicados e seu romance A bofetada (1978) marca o início do movimento literário na região. De sua obra destacam-se ainda: Quando a bola faz a história (crônica histórica), 1992; Eu vivo só ternuras (novela), 1993; O homem e o bar (romance), 1994; Onde está Maria? (romance), 1997; Este mundo é pequeno (crônicas), 2003; Terra de Nheçu (ensaios), 2006; Uma outra face do poeta (crônicas), 2007; Leitura & divagação (crônicas), 2008; e A arte de nascer das palavras (crônicas), 2009. É autor do dístico Roque Gonzales — Terra e Sangue das Missões, oficializado por lei e, também por lei, foi homenageado com a denominação da Casa de Cultura Nelson Hoffmann.


PARA LEMBRAR

Continuam sendo acentuadas as OXÍTONAS terminadas em ÉI, ÉU e ÓI, inclusive no plural. Exemplos: herói (s), céu (s), réu (s), troféu (s), chapéu (s), anéis, anzóis, papéis.

REGISTRO

Recebi e agradeço: a) JORNAIS – Floripa Total (www.jornalfloripatotal.com.br); O Nheçuano (www.nhecuanos.com.br); Jornal do Enéas, Jornal da ANE-Associação Nacional de Escritores (www.anenet.com.br) ; Linguagem Viva (www.linguagemviva.com.br); Vaia (www.jornalvaia.com.br). b) LIVROS – de Artêmio Zanon, Bichos & Humanos, contos; Voar de asas, poemas; Auto da Língua, teatro em três atos. Da Academia Catarinense de Letras, Teatro Completo, Joaquim Antônio São Thiago, nº. 41 Coleção ACL; Imponderáveis do Destino, Silveira Júnior, nº. 42 Coleção ACL; Revista da Academia Catarinense de Letras, nº. 24, referente ao ano de 2009 trazendo poemas, contos, crônicas, ensaios e discursos de acadêmicos e outros escritores. De Nelson Hoffmann, A bofetada, romance e Terra de Nheçu, história.

POEMAS A FLOR DA PELE

Estão adiantadas as tratativas para a edição deste ano de POEMAS A FLOR DA PELE, coletânea reunindo poetas de vários estados brasileiros que tem como uma das responsáveis a incansável e dinâmica produtora cultural e escritora Sônia Maria Ferraresi, mais conhecida como Soninha Porto: smf.soninhaportoalegre@gmail.com.

Cada poeta envia cinco poemas que não precisam ser inéditos, com até trinta linhas, uma biografia com até quinze linhas e uma foto.
Cada poeta participa da coletânea com seis páginas, sendo cinco com poemas e uma com os dados biobibliográficos, recebendo quarenta livros. Um dos organizadores da coletânea e coordenador do congresso, escritor Ademir Bacca, providencia ainda a impressão de mais 20 exemplares por poeta para serem entregues nas escolas da cidade de Bento Gonçalves, Estado do Rio Grande do Sul onde, anualmente, é realizado um congresso de Poesia com abrangência nacional.

Como a edição é realizada em sistema cooperativado, os interessados podem pagar a cota de quinhentos reais em até quatro vezes.
Todos os poetas participantes são convidados a participar do Congresso de Bento Gonçalves, onde a coletânea Poemas a Flor da Pele é lançada oficialmente, numa belíssima festa de confraternização.

O lançamento oficial deste ano está previsto para a noite do dia sete de outubro, dentro da programação do XVIII Congresso Brasileiro de Poesia.
Os interessados podem colher maiores informações em http://poemasaflordapele.ning.com. Não sei se ainda é possível participar: se não der, participe no próximo ano. Vale a pena!!!


PONTO DO POETA

O azul da blusa
o rosa da face
queimada pelo sol
verão.

Teus olhos
tua fala
- Ale
(f) ilha menor
posse do coração –
remetem-me a ti
- além –
paixão maior.

(Poema para Alessandra, [minha terceira filha] pg. 73, Ciclo dos Olhos, 1998)

UM ESCRITOR: FÍDIAS TELES

Fídias Teles é Filósofo, Antropólogo, Sociólogo, Poeta, Artista e Professor de Mestrado. É autor das seguintes obras: Dimensões da Angústia Humana: 2ª edição – tratado Antropológico sobre a travessia existencial do Ser Humano. Já foi debatido na França. Os Malabaristas da Vida: 2ª edição – primeiro e único ensaio antropológico mundial da vida boêmia. Destaque às noites do Brasil. Punhos de Aço em Ponta e Faca: trabalho de Antropologia social e política sobre as misérias e esplendores do latino-americano. A Construção Antropológica do Terceiro Milênio: 2ª edição – estudo antropológico didático, mas não positivista sobre a cultura Humana. Rachaduras da Alma: seleção de textos filosóficos, poemas, crônicas, com vários desenhos do autor. Estilhaços Poéticos: livro com oitenta poemas variados: lírico, protesto, existencial, erótico. Sem limites. Filosofia Para o Século XXI: livro específico de Filosofia. Didático, mas recheado de sentimentos e de História. Pequena História da Academia Paranocatarinense de Letras: 3ª edição - história recente dos movimentos culturais no Sul, com destaque à Academia Paranocatarinense de Letras, criada pelo autor. O Brilho Cósmico dos Vivos e dos Mortos: livro metafísico, mas não tradicional. Pois envolve Parapsicologia, Religiões Orientais, Espiritismo, Filosofia Ocidental, e experiências do autor na área do insólito. Tem prefácio –orelha de Waldo Vieira , parceiro Psicografo de Chico Xavier. As Verdades Contra os Fracassos da Vida: livro que mais e 95% dos professores e estudantes gostariam de escrever, dizer o que está sendo dito Nele, mas que não fizeram.
Em agosto de 2010, Fídias Teles publica a Antologia Brasileira Diamantes, reunindo quase 60 escritores (as).
No encontro dos Escritores em Alfredo Wagner deste ano proferiu a Palestra: “O Papel Existencial do Escritor Num Mundo em Turbulências”.
Contato: fidiasteles@bol.com.br

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

POEMA DE ALMIRA LIMA

O TEMPO É AGORA...O LUGAR É AQUI...

Ó HOMEM INSENSATO...!
Agarra teu instante...
É ele tudo o que tens.

SILENCIA tuas ânsias de espera,
Aquieta tua mente...
ESCUTA teu silêncio sagrado.
EM TI.

O TEMPO segue sempre.
Não espera e nem adia.
CONFIA em TI .CONFIA no UNIVERSO.


O tempo é AGORA...
O lugar é AQUI...

A ESCOLHA É SÓ TUA....


Almira Lima///
Vivavida7@gmail.com

FLOR DE LIS - CONVITE DA ALIFLOR

O Espaço Cultural BRDE e a Associação Literária Florianopolitana têm a honra de convidar VSª. e Exma Família para o lançamento da obra Flor de Lis – Primeira Antologia da Aliflor e sentir-se-ão honrados com sua valorosa presença.
Local: Espaço Cultural BRDE
Data: 6 de agosto de 2010 - sexta-feira
Início: 19:30h

Flor de Lis - a Primeira Antologia da Aliflor é uma obra com 256 páginas de encontro com a literatura, proporcionado por 32 escritores associados da Aliflor. Nela o leitor encontrará uma variedade de categorias: contos verdadeiros ou fictícios; poemas em forma de sonetos ou em versos livres, rimados ou não ; crônicas com questionamentos do cotidiano, de autoajuda e autoconhecimento; resenhas de um romance; depoimentos sobre tabagismo e alcoolismo; recolhas e histórico sobre as Festas do Divino; reflexão sobre Religiosidade...Temas variados que nos dizem do Amor, da Paz, do Viver Bem, do Enlevo , da homenagem à Terra Pátria, ou Rincão Floripa, da necessidade de extravasar os mais profundos sentimentos .
Neste evento,você terá a oportunidade de conhecer os autores que lá estarão para um bate- papo e sessão de autógrafos, seguido por um delicioso coquetel, regado a cultura, alegria e descontração.
Prestigie a literatura de autores da terra!

VITTORIO DE SICA NA FUNDAÇÃO BADESC

O Cineclube Italiano da Fundação Cultural Badesc, realizado em parceria com o Centro di Cultura Italiana, não poderia deixar de lado um dos mais importantes diretores da Itália. O Ciclo de agosto é todo dedicado às obras de Vittorio de Sica. Nascido no interior da Itália, Vittorio começou a carreira atuando nos palcos. Logo já era considerado um dos galãs do cinema italiano. Seu primeiro filme como diretor foi Rose Scarlatte (1939). "Me tornei um diretor porque precisava expressar esse meu pequeno mundo interior", disse certa vez.
Cinco produções mais tarde, o diretor ganha o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1946 por Vítimas da Tormenta. Imprimindo seu estilo neorrealista, Vittorio não utilizava muita técnica e queria sempre cenas cruas. Seu trabalho foi reconhecido mais duas vezes pela academia americana por Ladrões de Bicicletas (1948) e O Jardim dos Finzi-Contini (1971).
Além dos filmes com os quais ganhou o Oscar, o italiano também se destacou pela direção de Umberto D. (1951), Boccaccio 70 (1962), Ontem, Hoje e Amanhã (1963), Matrimônio à Italiana (1964) e Os Girassóis da Rússia (1970), que já foi exibido em maio com platéia lotada e será reapresentado.
As exibições dos filmes de Vittorio de Sica ocorrem a partir das 19h, no auditório da Fundação, no Centro de Florianópolis. Sempre às terças-feiras. A entrada é franca. Mais informações pelo telefone (48) 3224-8846

quarta-feira, 28 de julho de 2010

NOS 100 ANOS DE ABI AULA SOBRE VÍRGULA

Muito criativa e instrutiva a campanha dos 100 anos da ABI-Associação Brasileira de Imprensa.

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere..

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode criar heróis..
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!

Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.



Detalhes Adicionais:
COLOQUE UMA VÍRGULA NA SEGUINTE FRASE:


SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

JOEL PACHECO LANÇA "A CANOA BALEEIRA..." EM PORTUGAL




No dia 18 de agosto vindouro, às 21h30, Joel Pacheco, arquiteto, fotógrafo, programador visual e pesquisador, Joel Pacheco estará lançando seu livro A Canoa Baleeira dos Açores e da Ilha de Santa Catarina em Portugal.
O evento ocorrerá especificamente no Museu dos Baleeiros, Rua dos Baleeiros nº 13, 9930-143, Lajes do Pico; Açores/Portugal - Tel: + 351 292 679 340.
Na ocasião, estarão expostos um barquinho de lata e uma baleia de origami feitos pelo próprio autor; miniatura de baleeira, confeccionada pelo mestre artesão Leandro Mello Menghini, de São José, Santa Catarina, além de um banner explicativo.

NOVA DIRETORIA ACADEMIA DE LETRAS B. CAMBORIÚ

Confraria da Leitura-pn Edição 12

(poetapinheironeto@gmail.com)


UM ESCRITOR: ENÉAS ATHANÁZIO

Nascido em Campos Novos (SC), ENÉAS ATHANÁZIO fez os estudos primários e secundários em Porto União (SC) e Curitiba (PR). Bacharelando-se pela Faculdade de Direito de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, exerceu a advocacia por vários anos na terra natal, período em que foi vereador, lecionou em colégios e muito escreveu para os jornais e o rádio. Prestou concurso para o Ministério Público Estadual, servindo como Promotor de Justiça em comarcas de quase todas as regiões do Estado de Santa Catarina até se aposentar como titular de Blumenau. Exerceu o cargo de vice-presidente da OAB – Subseção de Blumenau, foi fundador e o primeiro presidente do Conselho de Cultura da mesma cidade e Secretário Adjunto da Justiça do Estado durante três anos. Também exerceu cargos no âmbito do Ministério Público. Lecionou por longos anos na Universidade do Contestado (UnC) e na Universidade Regional de Blumenau (FURB).

Começou a escrever ainda nos tempos acadêmicos, mas seu primeiro livro só foi lançado em 1973 – “O Peão Negro”, coletânea de contos. Desde então deu a público outros 40 livros e 14 opúsculos, totalizando 55 obras individuais em volumes nos gêneros novela, conto, crônica, ensaio, reportagem, crítica e jurídico. Participou até agora em cerca de 130 antologias organizadas em vários Estados e algumas no Exterior. Como ficcionista, foi enquadrado pela crítica entre os regionalistas dos Campos Gerais, na trilha de Tito Carvalho e Guido Wilmar Sassi, embora sem sofrer influência deles. Recebeu vários prêmios, literários e jurídicos, nacionais e regionais, distinções, condecorações e títulos honoríficos, inclusive a Medalha do Mérito Anita Garibaldi, mais alta condecoração catarinense, e de Cidadão do Piauí, outorgado pela Assembléia Legislativa daquele Estado. Em 2008 recebeu a Medalha da Ordem do Mérito Judiciário conferida pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Foi fundador e membro de todas as associações de escritores surgidas no Estado, inclusive da UBE-SC, da qual foi fundador, conselheiro, editor do jornal, vice-presidente e presidente. É sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (IHGSC), do Instituto dos Advogados de Santa Catarina (IASC) e integrante jubilado da OAB-SC sob número 0434. Sócio da UBE-SP desde 1980, foi seu delegado para o Vale do Itajaí. É sócio correspondente da Academia Piauiense de Letras, da Academia Pernambucana de Letras, da Academia Mineira de Letras, da Academia Carioca de Letras e da Academia de Ciências e Letras do Amazonas, do Centro de Letras do Paraná e do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Foi integrante da Ordem dos Velhos Jornalistas do Brasil (RJ) e um de seus diretores para a região sul. É sócio-correspondente de diversas instituições culturais locais e regionais.

É colunista do “Jornal Página 3”, de Balneário Camboriú, e da revista “Blumenau em Cadernos”, de Blumenau, nesta há mais de trinta anos. Seus trabalhos são publicados com frequência em antologias, revistas, suplementos e jornais de vários pontos do País. Também é colunista do site “CooJornal – Revista Rio Total”. Reside na cidade de Balneário Camboriú, onde edita o “Jornal do Enéas”, boletim cultural independente, que já circula há nove anos.
Sites para maiores informações:Grupo Literário A ILHA e CooJornal – Revista Rio Total.


PARA LEMBRAR

Perdem o acento as PAROXÍTONAS com os ditongos abertos EI e OI. Grafa-se, a partir de agora, TODAS SEM ACENTO: Coreia, plateia, assembleia, androide, apoia, asteroide, boia, celuloide, claraboia, colmeia, debiloide, epopeia, estoico, estreia, geleia, heroico, ideia, jiboia, joia, odisseia, paranoia, plateia, tramoia.


HOYEDO DE GOUVÊA LINS

Faleceu no último dia 19 e foi enterrado às 17 horas do mesmo dia, no Jardim da Paz, o querido confrade Hoyedo de Gouvêa Lins. Ocupante da Cadeira 11 da Academia Catarinense de Letras e com currículo invejável, Hoyedo nos deixa no auge de sua produção literária.
Destaco aqui a homenagem feita pela Academia Catarinense de Letras a Hoyedo, pelo conjunto da obra, como ESCRITOR DO ANO (julho/2008 a julho/2009) Prêmio Othon Grama d’Eça (páginas 175 a 184 da Revista da ACL, nº 24, de 2009).



PONTO DO POETA


Teus braços pequenos
incertos, sem jeito,
debatem-se no nada
em busca de apoio.

Teus olhos – interrogações –
percorrem o tempo,
o espaço e as coisas,
querendo participar.

Tua boca,
sempre balbuciante,
emite sons inteligíveis
que comunicam
amor, alegria, vontades.

Teu choro,
prenúncio de conhecimento
do mundo dos grandes,
alenta e sensibiliza
os que não sabem chorar.


(Michelle, [ poema para minha segunda filha] pg. 43, CHRISCHELLE, 1979)

terça-feira, 13 de julho de 2010

NOITE LITERÁRIA EM SÃO JOSÉ DIA 15 PRÓXIMO

A Fundação de Cultura de São José e a Associação dos Cronistas, Poetas e Contistas Catarinenses (ACPCC) promoverão dia 15 de julho, às 20 horas, na sede da FCSJ, no Centro Histórico de São José, uma noite literária com declamação de poesia e contação de histórias com os membros da ACPCC. A entrada para este evento é 1 kg de alimento não perecível que será enviado para a população do Nordeste que está sofrendo com chuvas.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

II ENCONTRO DE ESCRITORES DE ALFREDO WAGNER E REGIÃO

A ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL PARA SANTA CATARINA (ALB/SC) E A ALB/SC
MUNICIPAL DE ALFREDO WAGNER.

CONVIDAM


DIAS:30 e 31 DE JULHO DE 2010

LOCAL:.SOCIEDADE RECREATIVA CLUBE PRAÇA DA BANDEIRA –S/Nº CENTRO ALFREDO WAGNER

PROGRAMAÇÃO

DIA 30/07 - A PARTIR DAS 9:00 horas CREDENCIAMENTO E ABERTURA DA FEIRA
DE LIVROS E DE ARTES EM GERAL.

14 horas: Abertura Oficial do Encontro (Entrada das Bandeiras e Hino Nacional)

Saudação aos presentes pela Escritora Bertolina Maffei – PRESIDENTE DA ALB/SC Municipal de Alfredo Wagner
Palavra do Prefeito Municipal de Alfredo Wagner.
Saudação aos presentes pelo Professor Miguel João Simão - Presidente da ALB/SC.

Palavra do Dr. Mário Roberto Lopes Carabajal - Presidente da Academia de Letras do Brasil.

Apresentação do Coral da cidade

14:30 - Palestra com o Escritor e Filósofo FÍDIAS TELLES.
O PAPEL EXISTENCIAL DO ESCRITOR NUM MUNDO EM TURBULÊNCIAS.

15:20 - Palestra com o Escritor e Poeta WILLIAM WOLLINGER BRENUVIDA PROJETO MOSAICOS DE RUA.

16 horas - coffe breack
APRESENTAÇÕES CULTURAIS
16:30 - Palestra com a Escritora DALVINA DE JESUS SIQUEIRA
COMO SER VALORIZADO NO MUNDO LITERÁRIO QUANDO NÃO SE ESCREVE PARA A ELITE – DO ANONIMATO PARA O MUNDO

17:20 - Palestra com o Poeta RAMIRO VIEIRA NETO - POESIAS SE ESCREVE COM A ALMA.

18:00- DIPLOMA AMIGOS DA CULTURA LITERÁRIA DE ALFREDO WAGNER AOS REPRESENTANTES DE DIVERSAS INSTIUIÇÕES.
POSSE DA ACADEMIA ESCOLAR DE LETRAS DE ALFREDO WAGNER.
DIA 31/07
9:00 - VISITA AOS PONTOS TURÍSTICOS E HISTÓRICOS DA CIDADE (transporte
oferecido pela Prefeitura Municipal)

12:00 - ALMOÇO

14 horas - POSSE DA ACADEMIA DE LETRAS DE ALFREDO WAGNER e DIPLOMAÇÃO
de novos PRESIDENTES DA ALB/SC.
DIPLOMAÇÃO DOS AMIGOS DA CULTURA LITERÁRIA E MEMBROS VITALÍCIOS.

17:00 horas - Considerações Finais - Escritor Mauro Demarchi
(organizador do evento)
Considerações Finais pelo Professor Miguel João Simão (Presidente da ALB/SC (organizador do evento) e Dr. Mário Carabajal – Exmo Presidente da ALB

APOIO: PREFEITURA MUNICIPAL DE ALFREDO WAGNER ATRAVÉS DE SUAS SECRETARIAS.

*ESCRITORES. ARTISTAS PLÁSTICOS, ARTESÃOS, PROFESSORES E COMUNIDADE EM
GERAL ESTÃO CONVIDADOS A PARTICIPAREM DO GRANDE EVENTO CULTURAL DE 2010 EM SANTA CATARINA.
ALFREDO WAGNER ESPERA POR VOCÊ!

terça-feira, 6 de julho de 2010

COMO VER A TERRA EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ



Na sexta-feira, dia 09 de julho, a partir das 20h30min, na Galeria Municipal de Arte da Fundação Cultural de Balneário Camboriú acontece a abertura da exposição “Como Ver a Terra” da Sociedade dos Pintores do Ângulo Insólito da Foz do Rio Itajaí-Açu, juntamente com o lançamento do livro “Júlia e Gabriel visitam Itajaí”, da escritora Marlene Dalva da Silva Rothbarth.

A Sociedade dos Pintores do Ângulo Insólito da Foz do Rio Itajaí-Açu desenvolve sua arte baseado no prazer da produção coletiva de seus integrantes que partem sempre de uma camada de terra como base de suas obras. Ver o mundo de cima é voltar à atenção para o planeta Terra, pois o seu solo fornece uma riqueza cromática para a palheta dos pintores do ângulo insólito. A exposição “Como ver a terra” apresenta estética difusa, com distâncias e proporções diversas, sombras da cidade e visões surreais.

Os artistas Retta Rettamozo, Odécio Adriano, Patrick Albuquerque, Rafaelo De Góes, Carlo Rettamozo e Daniela Albuquerque formam um grupo que lança uma nova perspectiva poética de agradável colorido, baseado nos elementos da natureza e aliado as doces lembranças do tempo de infância.

Lançamento do livro “Júlia e Gabriel visitam Itajaí”

A obra infanto-juvenil “Júlia e Gabriel visitam Itajaí” apresenta o resultado da pesquisa e inspiração de Marlene Dalva da Silva Rothbarth. Os dois personagens do livro passeiam pela cidade, guiados por um siri, que conta a história das construções antigas mais importantes situadas nas primeiras ruas que deram origem à cidade.

As ilustrações da artista plástica Lindinalva Deólla valorizam a obra e estimulam principalmente a leitura do público jovem, servindo como estratégia para pais e professores na preservação dos bens culturais.

Interferência Musical

Durante o evento teremos uma viagem pela música brasileira com Evandro Hasse, Rafaelo de Góes e Rubens Azevedo.

Mais informações:

Galeria Municipal de Arte - FCBC
Rua 2412, nº 111 - Centro
Balneário Camboriú - SC
Fone: (47) 3366-5491 / (47) 3366-5325
E-mail: cultura@camboriu.sc.gov.br

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Confraria da Leitura - Edição 11



UM ESCRITOR: JÚLIO DE QUEIROZ


Nasceu na cidade de Alegre, Espírito Santo, em fevereiro de 1926 e após estudos iniciais realizados na cidade do Rio de Janeiro e Porto Alegre, diplomou-se em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica. Aperfeiçoou seus conhecimentos na Universidade de Munique, Alemanha e no Real Instituto de Administração em Londres, Inglaterra.
Em 1949 resolve dedicar-se à vida monástica entrando no noviciado da Ordem
Cisterciense do Brasil, em Itaporanga, SP. Dedica-se à vida religiosa durante boa parte de sua vida.
Mais tarde, renunciando aos votos, dá-se aos estudos de filosofia em Bonn e Munique onde escreve tese sobre Aspectos Estéticos da Mística Católica Medieval Alemã.
Em Santa Catarina foi assessor atuando como elaborador de textos do governador Colombo Machado Salles.
Torna-se colaborador efetivo durante muitos anos dos principais jornais do Estado. É membro da Academia Catarinense de Letras, onde ocupa a cadeira número 10.
Dentre seus melhores livros: Hamlet; Os Convidados à Trama;Breve Aro; Informes a Narciso; Baú de Mascate; Encontros em Tempo de Peste e Vocabulário Inicial do Infante. Publicou a novela, Placidin e os Monges. É reconhecido hoje como um dos melhores contistas e poetas brasileiros. Livros
de contos, entre outros, tem publicados: Umas Passageiras; Outras Crônicas; Antologia Do Varal Literário; Cambada De Mentiroso; Este Amor Catarina; As Permutas e Outros Contos;A Cidade Amada ; Álgebra de Sonhos; Deuses e Santos como nós; Encontros de Abismos.
Júlio de Queiroz vive hoje em Florianópolis, na Ilha de Santa Catarina, onde
exerce atividade literária além de professor de filosofia e conferencista

A obra de Júlio de Queiroz tem como enfoque principal a visão bondosamente crítica do ser humano, suas fraquezas e seus momentos de grandeza. Tanto na sua obra poética quanto na prosista – contos, ensaios, Crônicas – o que ressalta é sua empatia com os esforços – conseguidos ou fracassados – da humanidade em busca do que Júlio de Queiroz considera o alvo maior a ser alcançado coletivamente: a humanidade como uma família dirigida pela espiritualidade. Como dele afirmou o escritor Silveira de Souza [...] Júlio de Queiroz se assemelha a um dos representantes em nossos dias daquelas gerações de humanistas que buscam unir o conhecimento, o espírito e a palavra (escrita e oral), na compreensão e tentativa de esclarecimento do homem, como um irão de grandeza e sofrimento, desprendimento e mesquinharia, fraternidade e solidão. Há nele uma religiosidade que transcende os rituais.”

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VÍCIOS DE LINGUAGEM - Cacofonia consiste no encontro de palavras que formem outra de sentido torpe, ridículo ou desagradável. Exemplos: “Já sinto as minhas aflições.” “ A boca dela.” “Ele só tem uma mão.” “Intrínseca validade.”
Há cacófatos, porém, que não são passíveis de censura, já porque aparecem em frases feitas, e sem sucedâneos perfeitos (da nação, de balde, por tal), já pela sua habitualidade nas páginas de nossos maiores escritores (alma minha, como elas, as não). Neste caso, como adverte Rui Barbosa, eles têm de ser tolerados porque “a lei da necessidade obriga as exigências da eufonia à condição fatal de transigir.”

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PARA LEMBRAR – a) Perdem o acento circunflexo as palavras com o hiato oo. Antes escrevia-se: abençôo, dôo, enjôo, magôo, perdôo, vôos, zôo. Agora escreve-se: abençoo, doo, enjoo, magoo, perdoo, voos, zoo.
b) Perdem o acento circunflexo as palavras com o hiato ee. Antes escrevia-se: crêem, dêem, lêem, vêem, prevêem. Agora escreve-se: creem, deem, leem, veem, preveem.
c) Nada muda no plural de TER e VIR e seus derivativos. Exemplos: Ele tem uma bola./ Eles têm duas bolas. Ela vem hoje./ Elas vêm hoje. Ele mantém a esperança./Eles mantêm a esperança. Ela detém a energia./Elas mantêm a energia. Ela intervém na reunião./Elas intervêm na reunião.

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O ENSINO DA LEITURA – Podemos afirmar que o ensino da leitura deve levar em consideração algumas questões básicas:
a) Linguagem, experiências e pensamento têm íntima relação. Na leitura, as palavras organizadas, relacionadas dentro de um esquema lógico, precisam corresponder às expressões e experiências já vividas pela criança. Só assim, poderá ela interpretar e fixar os símbolos escritos.
b) As estruturas de orações dos pré-livros devem ser simples, iguais às estruturas orais do aluno.
c) A criança que apresenta imaturidade linguística, precisa de um bom programa de linguagem oral, a fim de compreender o que o livro encerra.
d) Em todos os estágios, linguagem oral e leitura devem seguir paralelamente. A criança precisa falar, participar de atividades, a fim de aprender a expressar-se, enriquecer-se de palavras novas e ganhar novos sentidos para aquelas já conhecidas.


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PONTO DO POETA


Quero uma manhã
inteirinha,
clara, limpinha –
com sol, orvalho, beleza.

Quero uma manhã,
manhãzinha,
com criança, menininha –
cachos ourados, rózeas faces,
sorriso doce, palavras-paz.

Quero uma manhã
todinha,
mas que comece mais tarde,
às nove, quem sabe às dez.

Quero uma manhã
sozinha,
pra entregar nas mãos
da Christianinha.

(Poema pra ninar a Chris, [minha primeira filha] pg. 20, IRIAMAR, 1978- Musicado pelo Maestro Carlos Lucas Besen)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

EXPOSIÇÃO DE DESENHO E LANÇAMENTO DE LIVRO EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ




Nesta sexta-feira, dia 11 de junho, a partir das 20h30min, na Galeria Municipal de Arte da Fundação Cultural de Balneário Camboriú acontece a abertura da exposição “Desenho” de Ricardo Cunha Marques, de Curitiba (SC) e o lançamento do livro “Procurando um Poema”, de Lídia Radke, de Balneário Camboriú.

Na exposição “Desenho” Ricardo Marques apresenta sua atual produção, que consiste na relação do tamanho e do tratamento técnico do desenho. O artista utiliza praticamente em toda a superfície o nanquim em sua forma pura, sem aguada, guiando caminho para o rabisco.

Ricardo questiona a construção acadêmica, a forma, a relação do todo e seu resultado na percepção do olhar, “navego por linhas abstratas para chegar à forma, pois o desenho realista também parte do difuso, do inacabado”.

Literatura

O livro paradidático “Procurando um Poema” – Técnicas de produção textual de Lídia Radke propõe uma nova abordagem de reformulação textual e reflexão a partir de poemas de vários autores brasileiros. Segundo Lídia, “optei pela textualidade poética porque a adolescência é uma fase da vida em que as emoções afloram de forma mais impetuosa e a emoção é a base da poesia”.

Na mesma ocasião, a Trupe Vocal “Entrei pelo Canto” promete encantar a todos com um Tributo a Raul Seixas e músicas do repertório popular, no estilo polifônico. A Trupe costuma fazer serenatas, além de apresentar-se em casamentos e outros eventos.

Durante o evento Didiê Kinsey, Huanita Radke e Thales Godoi que pertencem ao grupo que faz o Leitura de Bar farão diversas intervenções poéticas.


Mais informações:
Galeria Municipal de Arte - FCBC
Rua 2412, nº 111 - Centro
Balneário Camboriú - SC
Fone: (47) 3366-5491 / (47) 3366-5325
E-mail: cultura@camboriu.sc.gov.br


Serviço:
Abertura da exposição “Desenho” de Ricardo Cunha Marques
Lançamento do livro “Procurando um Poema”, de Lídia Radke
Apresentação da Trupe Vocal “Entrei pelo Canto”
Dia: 11 de junho de 2010 (sexta-feira)
Horário: 20h30min
Período de exposição: 14 a 30 de junho de 2010
segunda a sexta-feira, das 13h às 19h
Local: Galeria Municipal de Arte
Rua 2412, nº 111 – Centro - Balneário Camboriú - SC

quinta-feira, 20 de maio de 2010

CONFRARIA DA LEITURA-pn 10 (poetapinheironeto@gmail.com)


(Fortaleza da Barra da Lagoa - Foto Marcelo Pinheiro)



O QUE É LEITURA – Sem o “substratum” lingüístico, não existe leitura, porque os símbolos impressos nada significariam para o leitor. Palavras são símbolos e não têm significação por si mesmas. O sentido que o leitor lhes empresta depende de sua experiência prévia.


FEIRA CATARINENSE DO LIVRO - De 20 a 29 de maio, sempre das nove às vinte horas, no Largo da Alfândega, ocorre a III Feira Catarinense do Livro. Trata-se de uma promoção da Câmara Catarinense do Livro, onde, além da tradicional exposição, venda de livros e sessões de autógrafos, os interessados podem desfrutar de recitais de poesia, contação de histórias, bem como conhecer e conversar com escritores da terra.
Visite a Feira, visite o estande ESCRITORES DA ILHA e conheça um pouco mais sobre a literatura produzida aqui. De parabéns a CCL e também Janice Pavan, esta pelo empenho e dedicação em prol da divulgação de todos nós, escritores ilhéus.

VÍCIOS DE LINGUAGEM - Tautologia: é o termo usado para definir um dos vícios de linguagem. Consiste na repetição de uma idéia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido.
Todos conhecemos as famosas expressões 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'. Mas há outros,como podemos ver na lista a seguir:

elo de ligação/ acabamento final/ certeza absoluta/ quantia exata/ nos dias 8, 9 e 10,inclusive/ juntamente com/ expressamente proibido/ em duas metades iguais/ sintomas indicativos/ há anos atrás/ vereador da cidade/ outra alternativa/ detalhes minuciosos/ a razão é porque/ anexo junto à carta/ de sua livre escolha/ superávit positivo/ todos foram unânimes/ conviver junto/ fato real/ encarar de frente/ multidão de pessoas/ amanhecer o dia/ criação nova/ retornar de novo/ empréstimo temporário/ surpresa inesperada/ escolha opcional/ planejar antecipadamente/ abertura inaugural/ continua a permanecer/ a última versão definitiva/ possivelmente poderá ocorrer/ comparecer em pessoa/ gritar bem alto/ propriedade característica/ demasiadamente excessivo/ a seu critério pessoal/ exceder em muito .

Podemos perceber facilmente que todas essas repetições são dispensáveis.
Por exemplo: 'surpresa inesperada'. Existe alguma surpresa esperada? É óbvio que não. Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias.

TEATRO COMPLETO – Este é o título do mais novo volume da Coleção ACL (nº. 41) que reúne três peças de Joaquim Antônio de São Thiago: “ A Enjeitada”, “A Órfã” e “Vicentina”.
Segundo Sérgio da Costa Ramos, na segunda orelha do livro: “O teatro de Joaquim Antônio de São Thiago é uma ode à família como epicentro do equilíbrio do ser humano. Um teatro de ‘valores humanos’ que se expressa por uma intensa ação dramática, em que o autor revela sua simpatia pelo pequeno, pelo desamparado, pela vítima do homem imperfeito, empedernido ou cruel – temas universais que permearam a obra de um Victor Hugo (Os Miseráveis) ou de um Charles Dickens (Oliver Twist).
É hora de Santa Catarina conhecer melhor os seus autores, especialmente este dramaturgo – um verdadeiro romântico, que imprimia à sua ficção doses balanceadas de sofrida realidade. Mas que, por convicção, nunca deixava o “Mal” prevalecer ou o “Bem” soçobrar. Seu humanismo flutuava como o bom ‘plâncton’, sem o qual os oceanos não vivem”.

VAMOS NAVEGAR? – Abriu recentemente uma nova livraria na Lagoa da Conceição. Trata-se da Navegar, que já funciona há tempos em Garopaba. Com um acervo excelente, esperamos que seu proprietário dê um tratamento especial à literatura produzida pelos autores catarinenses (e pelos que escolheram o estado para viver). Uma estante específica só com esses autores seria uma boa, que tal? Ah, a Navegar fica no Condomínio Villa Paradiso, Av. Afonso Delambert Neto, 664, loja 03. www.livrarianavegar.com.br

PARA LEMBRAR – Ainda sobre o acento diferencial: a) Deixa de ser usado para diferenciar os pares: pára, pólo, pêlo e pêra, antes acentuados, passam agora a ser escritos sem acento: para, pólo, pelo e pera. b) Será opcional (facultativo) em FÔRMA e FORMA (Exemplos: A FÔRMA do bolo / A FORMA do atleta).

PONTO DO POETA

(hoje, dedicado a Nelson Hoffmann)

A Terra
aterra
o aterro.

Vermelho barro
areia dragada
adentram o mar.

Espaço útil
silêncio inútil
a trafegar.

Carros a(r)mados
desa(l)mados homens
procuram descobrir
o amor asfaltado.

(Aterro, pg. 45, IRIAMAR, 1978)

sábado, 15 de maio de 2010

JOEL PACHECO FOTOGRAFA PONTE HERCÍLIO LUZ



SOBRE A EXPOSIÇÃO

Até o dia 25 deste mês, das 10 às 22 horas, o fotógrafo e amigo Joel Pacheco está no Shopping Iguatemi, piso L3 com uma exposição sobre o maior cartão postal catarinense, a Ponte Hercílio Luz.
Segundo Joel, esta exposição tem por finalidade, realçar este importante marco tecnológico da Engenharia em Santa Catarina e homenagear os profissionais e operários, que estão se dedicando em recuperar e preservar este importante patrimônio histórico catarinense.
Seu intuito também é a divulgação do patrimônio cultural e arquitetônico da cidade de Florianópolis, colaborando na construção da sua história, através da educação patrimonial.
Monumento de elevado valor histórico e paisagístico, a Ponte Hercílio Luz é o símbolo mais popular da Capital, um marco decisivo para o desenvolvimento de Florianópolis, pois diminuiu o seu isolamento do restante do território catarinense, já que até então, o acesso à Ilha de Santa Catarina era feito apenas por embarcações.
Originalmente foi projetada para sustentar a pista de rolamento, uma via férrea, uma passarela de pedestres e a adutora de abastecimento de água de Florianópolis.
Projetada pelo engenheiro David Barnard Steinman e construída pela firma norte-americana Buington & Sundstrom, a obra começou com os trabalhos de sondagem em 1922, mas só foi inaugurada em 13 de maio de 1926.
O nome da ponte foi uma homenagem prestada a Hercílio Luz, que se esforçou para autorizar o Estado em 1919 a contrair um empréstimo no valor de 5 milhões de dólares, financiado por diversos bancos norte-americanos.
Tem 821 metros de extensão e 339 metros de vão central. As torres metálicas medem 74 metros de altura. Para a época em que foi construída, apresentava várias inovações que a colocaram como obra pioneira e da maior expressão no campo da engenharia, tanto no Brasil quanto no exterior. O piso original de madeira foi substituído por asfalto em 1960.
Pode-se admirar melhor a Ponte no mirante e praça ao seu lado, onde se destaca a estátua do governador do Estado de Santa Catarina - engenheiro civil Hercílio Pedro da Luz, falecido em 20 de outubro de 1924, antes da inauguração efetiva da Ponte.

A exposição é composta por 40 fotografias (20 horizontais e 20 verticais) coloridas com tamanho 30x45 cm montadas sobre paspatur de placa “PS” de 45x60 cm e complementada por um banner de 90x120 cm de apresentação, contendo informações históricas sobre a Ponte Hercílio Luz.


SOBRE O FOTÓGRAFO


Joel Pacheco nasceu em Florianópolis - Santa Catarina - Brasil, é arquiteto, fotógrafo e programador visual; pesquisador de tema como paisagem, etnografia e cultura popular.
É autor dos Livro “Florianópolis a 10ª Ilha dos Açores - o encontro das origens” e “A Canoa Baleeira dos Açores e da Ilha de Santa Catarina”.
Editou várias exposições fotográficas; publicou diversas imagens vinculadas ao Patrimônio Cultural em Florianópolis e Açores em livros, jornais, cartões postais e telefônicos:
Florianópolis Memória Urbana, Agenda 21 Florianópolis, Atlas do Município de Florianópolis, Transporte Coletivo em Florianópolis, Fortes da Cidade, Circuito Cultural de Florianópolis, Patrimônio Histórico de Florianópolis, Fortalezas de Florianópolis, Açores-Portugal, Corpus Christi - Florianópolis, Janelas de Florianópolis, Florianópolis Antiga, Arte Rupestre - Florianópolis, Jornal Lusitana - Canadá, Revista Digital Seixo Review Artes & Letras - Canadá.

contatos
Arq/fot. Joel Pacheco arquitetojpacheco@gmail.com
Fones 48-33644143 - 9971-4143
BLOG http://arquitetojoelpacheco.blogspot.com/

ELISA ZATTERA EXPÕE EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ


Cores e formas intensas
marcam esta exposição


A ousadia dos formatos e
das cores fortes da exposição
“Arte à Flor da Pele” poderá
ser conferida a partir da próxima
segunda-feira (10), na
Galeria de Arte de Balneário
Camboriú. A abertura foi realizada
na noite de ontem (7),
com a apresentação do Quarteto
de Cordas de Balneário
Camboriú.
O conjunto de esculturas faz
parte de uma fase na carreira
em que a artista plástica Elisa
Zattera, de Caxias de Sul, procura
expressar o movimento
constante da vida. “Independente
da fase, represento o sentimento, que para mim é o que nos move. Este movimento sinuoso é geralmente
intenso, por isso uso cores fortes, para representá-lo.
Por outro lado, procuro não perder a suavidade, e por que
não dizer, a sensualidade”,disse a autora..
As características do feminino estão bem representadas nas obras de Elisa, segundo a própria artista, através das formas, vezes intensas, vezes doces e suaves.Elisa iniciou nas artes lecionando em escolas por oito anos. Depois disso foi em busca de aperfeiçoamento e da experimentação de novas técnicas. Começou trabalhando com painéis, sempre com materiais alternativos,como ferro e madeira. “Os recortes começaram a aparecer e quando percebi estava fazendo escultura planas. Daí foi um pulo para fazer esculturas
tridimensionais”, pontuou Elisa.
“Arte a Flor da Pele” segue
disponível para visitação até
28 de maio. A Galeria de Arte na Rua 2412, nº 111.

sábado, 24 de abril de 2010

Pinheiro Neto (poetapinheironeto@gmail.com)


O QUE É LEITURA (3) – Ler é uma experiência linguística, um processo de comunicação de idéias, através dos símbolos escritos que, por sua vez, substituem os símbolos orais: as palavras.
As palavras não têm significação por si mesmas. Valem pelo que representam, numa referência permanente às coisas exteriores e aos fenômenos do nosso mundo interior, portadoras dos significados convencionalmente aceitos.
“A linguagem é criação humana, assim como o são outras criações culturais, tais como indumentária, direito, organização familiar, caça, pesca, etc., conforme afirma Câmara Jr. O sentido que lhe emprestamos depende de nossa experiência prévia, de um substrato cultural adquirido no intercâmbio com os demais membros de nosso contexto social.
Quando dizemos casa, jogo, liberdade, vida, bela, isto, aquilo, aceitamos algo puramente representativo, mero “conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social, a fim de permitir o exercício da linguagem, por parte do indivíduo”, ainda conforme Câmara Jr.
Sem o “substratum” lingüístico, não há leitura, porque os símbolos impressos nada significariam para o leitor.
Palavras são símbolos e não têm significação por si mesmas. O sentido que o leitor lhes empresta depende de sua experiência de vida. A iniciação da leitura, as palavras dos textos devem provir do próprio vocabulário infantil. Como verdadeiros estímulos que são, essas palavras evocam imagens de experiências anteriores.
O gosto pela leitura deve ser desenvolvido na infância. A criança que tem contato com livros, que em casa vê seu pai e/ou sua mãe lendo com freqüência, tem noventa por cento de chances de ser uma amante da leitura quando crescer. Assim sendo, a partir do próximo número passaremos a enfocar um pouco mais a relação criança/leitura.

A PALAVRA CRÔNICA
Este ano completam-se 40 anos da edição do livro Singradura, a primeira das tantas obras de Flávio José Cardozo, jornalista e escritor catarinense. São 20 contos que se unificam na temática homem-mar e no cotidiano da gente simples desta ilha de Santa Catarina. Figuras como o músico Mané Flor, Marinês, Marcelina e Marília, que protagoniza o conto que dá nome ao livro, passeiam pelas páginas e nos oferecem o drama e a alegria de viver aqui. Mas, ao mesmo tempo são histórias tão universais que poderiam acontecer em qualquer lugar do mundo.
A pena certeira de Flávio ao narrar estas vidas catarinas tem simplicidade e profundidade em equilíbrio. E nesse olhar sobre o dia-a-dia das gentes, concretizado em contos e crônicas, se revela o olho do jornalista. Aquele que vê a vida em movimento e que percebe a história humana em cada fato aparentemente comum da vida que escorre pelos dias.

O Sindicato dos Jornalistas, no projeto Círculo da Palavra, no próximo dia 28, às 19 horas, no Plenarinho da Assembléia Legislativa, presta uma homenagem a esse importante cronista catarinense e ao mesmo tempo busca um diálogo com estudantes e jornalistas, na discussão da crônica, gênero literário, mas também jornalístico, que tão bem Flávio usa para narrar a vida.
Flávio José Cardozo nasceu dentro do círculo do carvão, na pequena Lauro Müller, em 1938. Cursou Jornalismo na PUC/RS. Durante vários anos ocupou o espaço da crônica no jornal Diário Catarinense. Em 1965 venceu o Concurso Universitário de Contos em Porto Alegre; em 1967 o Concurso Nacional de Contos em Florianópolis; em 1968 o I Concurso Nacional de Contos em Curitiba; e em 1977 o Concurso Remington de Literatura no Rio. Seu primeiro livro de contos publicado foi "Singradura" (1970). Em 1978 lançou "Zélica e Outros". Ambos são ambientados na ilha de Santa Catarina, num tempo "mais ingênuo", em que a ilha ainda não era um pólo turístico agitado. O autor retrato com profundidade a condição humana e suas paixões mais elementares. Seus outros livros publicados são "Água do pote" (1982 - crônicas), "Sobre sete viventes" (1985 - crônicas), "Longínquas baleias" (1986 – contos), "Beco da lamparina" (1985 – crônicas), "Sofá na rua" (1988 – crônicas), "Tiroteio depois do filme" (1989 – crônicas) e "Senhora do meu desterro" (1991 – crônicas). Publicou também um romance, “Guatá”, que abre-se para o mundo mineiro, de onde saiu. Flávio José Cardozo é membro da Academia Catarinense de Letras.

PARA LEMBRAR – O acento diferencial continua valendo: a) no verbo PÔR, para diferenciar da preposição POR. Exemplo: Maria vai PÔR um fim no namoro; b) no verbo PÔDE (passado), para diferenciar de PODE (presente). Exemplo: Kaká PÔDE jogar ontem.

CLÁUDIO MANOEL DA COSTA– (1729-1789) Nasceu em Mariana, Minas Gerais. Tomou o nome arcádico de Glauceste Satúrnio. Obra poética: Minúsculo Métrico, 1751; Epicédio e Labirinto de Amor; Números Harmônicos e Culto Métrico, 1753; Obras, 1768; Vila Rica, 1813. Suas Obras foram reeditadas por João Ribeiro em 1903.

PONTO DO POETA

As curvas da Enseada
desdobram teu todo
em curvas dos olhos,
da Ilha, dos medos.

As curvas do tempo
encontram nas alvas,
no mistério do ventre,
escorpiões sem garras.

As curvas da Enseada,
vistas por sobre o sonho
te desnudam, te orvalham,
te fazem Senhora minha
nesta Desterro alcova.

(Enseada, pg. 29, Minha Senhora do Desterro)

quarta-feira, 24 de março de 2010

CONFRARIA DA LEITURA-pn
Pinheiro Neto (poetapinheironeto@gmail.com)



O QUE É LEITURA (2) – Continuando a reflexão sobre leitura, iniciada na edição passada, vejamos cada um dos quatro distintos passos didáticos para seu entendimento: a) Percepção e Compreensão = São as duas fases intimamente ligadas para que se perceba cada palavra à nossa frente. Quando vemos escrito bola, sabemos que é bola e não barco ou banco. Temos uma resposta ao estímulo visual, à configuração do sinal impresso, e, ao mesmo tempo a interpretação do que significa. Se lemos num jornal: “Choveu forte a noite toda”, nossa experiência anterior surge simultaneamente, num sincronismo absoluto com a percepção dos símbolos escritos e entendemos tudo o que a mensagem quer dizer. b) Reação = Quem lê, associa as próprias experiências – suas ou de outrém – às da página impressa. Compara-as julga-as, rejeitando-as ou integrando-as ao seu comportamento. Reagimos ao que lemos aprovando ou não os juízos, os pontos de vista, as conclusões do autor que é lido naquele momento. c) Integração de Idéias = Nossa reação é a medida do que vamos aproveitar daquilo que lemos, das experiências vividas pelas personagens que vão se transformar em nossas experiências. Integrando-as teremos um conhecimento mais aprofundado sobre determinado tema, podendo ou não modificar nossa maneira de sentir ou agir. Com a leitura de livros científicos e técnicos o homem conseguirá aperfeiçoar suas técnicas. Com a leitura de obras literárias o homem alcançará o prazer estético, as emoções, o entusiasmo por aquilo que é belo e nobre.

A PALAVRA EM CANTARES – É o novo livro do escritor catarinense José Curi, nascido em Rio dos Cedros aos 15 de agosto de 1931. Professor da UFSC (Filologia Românica) aposentado, é formado em Letras Neolatinas e Filosofia, Doutor em Letras e Livre Docente em Lingüística. É membro da Academia Catarinense de Letras, da Academia de Filosofia de Santa Catarina e do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. Escreveu vários livros nas áreas da pesquisa histórico-linguística, didática e literária.
Numa co-edição entre a Academia Catarinense de Letras e a Editora Garapuvu, o livro de poemas de José Curi “pretende ter nascido da alma, da liberdade, da honestidade, da fé em sendo a palavra princípio de toda ação, esquentando e fomentando idéias e pensamentos em cantares que amam, criticam, cantam, divertem e rezam”. Parabéns, meu mestre e colega de Academia!

BATUQUE BEM TEMPERADO – Livro de crônicas dos escritores Flávio José Cardozo e Jair Francisco Hamms, co-edição da Academia Catarinense de Letras e da Editora Insular foi lançado no final do ano passado. Cada um participa com vinte crônicas.
Para Mário Pereira, na primeira orelha, os textos do livro são de “impecável talhe que fluem como água límpida de um regato a correr sobre leito de seixos. Eles nos proporcionam momentos de refrigério e de encantamento.”
E ainda: “ Deste dueto de virtuoses, emerge a crônica com saborosos temperos e perfumes da terra amada. Quem entrar neste batuque em tão boa companhia dele sairá gratificado e de alma lavada, pois terá convivido com dois escritores de proa que se inserem na melhor tradição da crônica brasileira.”
Com extensa produção literária, Flávio e Jair são membros da Academia Catarinense de Letras, residem em Florianópolis e publicaram crônicas em diversos jornais do Estado.

PARA LEMBRAR – O trema foi extinto. A única exceção é para nomes estrangeiros e seus derivados, como por exemplo: Müller, mülleriano; Hübner, hübneriano.

BLUMENAU – Paulo Roberto Bornhofen é o novo presidente da Associação de Escritores de Blumenau. Desejamos pleno sucesso à frente da entidade. Aliás, Paulo lançou recentemente o livro Epicentro de uma tragédia, relatos e dramas de policiais militares que estiveram no centro da catástrofe que atingiu Santa Catarina em novembro de 2008. O livro foi lançado em e-book e pode ser acessado pelo site: http://www.blumenau.sc.gov.br

GREGÓRIO DE MATOS GUERRA – (1633-1696) Nasceu na Bahia. Suas obras, editadas por Afrânio Peixoto de 1923 a 1933, compreendem poesias sacra, lírica, satírica, erótica e “graciosa”. Até 1963 quando Manuel Bandeira editou “Poesia do Brasil”, as peças pornográficas de Gregório de Matos, como é mais conhecido, ainda não tinham sido editadas.



PONTO DO POETA

Meu verso
perde a força
a cada dia.

Meu corpo
cansado
volta à posição fetal.

Meu grito
inaudível
perde-se
no corredor branco
deste imenso manicômio.

(Ensaio 4, pg. 67, Minha Senhora do Desterro)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

CONFRARIA DA LEITURA-pn
Pinheiro Neto (poetapinheironeto@gmail.com)



RESTAURANTE MARIA & MARIA (a história)


Em 1974, Maria Benta Vieira, natural da Costa da Lagoa e casada com Raimundo Bernardo Vieira, pescador e barrense, montava sobre as areias do aterro do Canal da Barra da Lagoa, aqui, neste mesmo local, uma pequena barraca de madeira para vender peixe frito, camarão ao bafo, frito e ao alho e óleo, acompanhados de uma cervejinha bem gelada ou uma cachacinha da boa.

Duas mesinhas e bancos de madeira reaproveitada, fixos no chão de areia fina e branca. Um fogão de duas bocas, uma geladeira com bastante tempo de uso e “quatro garrafas vazias” permitiram durante um bom tempo que dona Maria pudesse complementar a renda familiar conseguida pelo marido com a pesca.

Dez anos depois dona Maria conseguia abrir seu pequeno restaurante. Trabalharam com ela, durante muito tempo, duas das três filhas que também levam como suporte intermediário do nome MARIA, herança das duas avós – a materna, da Costa da Lagoa (viva até esta data), e a paterna, barrense, já falecida.

O toque simples, a mão firme e o tempero único sempre foi o atrativo para todos aqueles que procuravam uma comidinha caseira, bem feita e com sabor.

Cansados do tempero sofisticado dos restaurantes maiores, passaram pelo restaurante da dona Maria muitas pessoas da ilha, do estado, de vários estados brasileiros e de muitos países. Mesmo depois do fechamento, em 1996, vários deles continuaram a procurar por ela até em sua casa, lamentando o fato e na tentativa de serem convidados para “fazer uma boquinha”. Alguns até conseguiram.

Lembro bem, freqüentador assíduo que era, de ter compartilhado o mesmo espaço por inúmeras vezes com o Maurício Amorim, o Aldírio Simões e o Irê, todos nos deliciando com o pirãozinho de caldo, o peixe frito e o camarão pescados ali mesmo, no “rio da Barra”.

Lembro que o ator global Tony Ferreira, de inúmeros filmes, como “Noite em Chamas”, cá na terrinha nascido, não perdia uma. Sempre que vinha a Floripa dava um jeito de chegar até à Barra da Lagoa, ao restaurante da dona Maria para matar a saudade da comidinha caseira, principalmente do pirão d’água com peixe frito “da hora”.

Oito anos depois, no mesmo espaço ainda pertencente à dona Maria, reabre um restaurante com as mesmas características daquela época. Um espaço agora sob a responsabilidade de um dos seus filhos, o Nisso, que procura manter viva a tradição familiar.

E a dona Maria? Ainda pode ser encontrada na cozinha trabalhando com a mesma vontade e dedicação, agora auxiliada por outras nativas da Barra da Lagoa. (Pinheiro Neto-verão/2004)

O QUE É LEITURA? – Mais uma vez iniciam-se as aulas nos quatro cantos do Brasil. Como esta coluna é direcionada a leitores, assim como todo o jornal, vamos trazer uma reflexão sobre a questão que nos afeta a todos, principalmente aos estudantes.
Muitos pesquisadores procuraram e ainda procuram analisar o que seja leitura. Para uns, ler é extrais sentido de um texto impresso, enquanto para outros é enquadrar a própria experiência ao simbolismo das palavras, sinais, idéias, etc.
Ler é tudo isso e muito mais, é um processo complexo devido aos diferentes aspectos que apresenta. Didaticamente podemos distinguir quatro passos distintos para sua operacionalização: percepção das palavras, compreensão, reação e integração. No próximo número estaremos detalhando cada uma delas.

PONTO DO POETA

E sou
O teu corpo
Já que és
O meu.

A cama
- às pressas arrumada -
Nos espreita:
Medos
Perguntas
Vontades...

Por que
Não viver
(in)sana/mente
Se estamos
Juntos
Aqui, agora?

(Questionamento I, pg. 44, Ciclo dos Olhos)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CONFRARIA DA LEITURA-pn
Pinheiro Neto (poetapinheironeto@gmail.com)


EL SOMBRERO DE TRES PICOS – Trata-se de uma novela humorística de enredo muito divertido, escrita em 1874 pelo poeta, jornalista, crítico e, antes de tudo, autor de romances e contos, o espanhol Pedro Antonio Alarcón, natural da romântica cidade de Granada.
Traduzida para inúmeras línguas, “O chapéu de três bicos” a obra foi musicada em 1919 por De Falla, com cenografia de Picasso, numa feliz adaptação para brilhar nos palcos. A narrativa de Alarcón é considerada um clássico da literatura picaresca, que dá continuidade à tradição da arte novelística de Cervantes.
Em síntese, “O chapéu de três bicos” conta a história de Lucas, o moleiro que adora sua bela mulher Frasquita. Ele não ignora que ela é o magneto que atrai para sua casa as personalidades notáveis da cidade – entre elas o Corregedor de Justiça, Don Eugênio, homem vaidoso e conquistador. Don Eugênio imagina uma intriga para atrair Frasquita, mas sua armadilha é descoberta e ele, além de não conseguir seduzir a bela moleira, ainda passa pelo constrangimento de ver seu estratagema revelado.
Com tradução de A. Rolmes Barbosa, introdução de Otto Maria Carpeux e ilustrações de Manuel de Macedo, a leitura de “O chapéu de três bicos” desse excelente escritor espanhol proporcionou-me além do prazer estético uma viagem à época do rei Carlos IV, último rei da Espanha antiga, mecenas de Goya que criou para ele as tapeçarias do Escorial; da velha Espanha antes da invasão francesa que a europeizará, do país separado do mundo pelos Pirineus e pela tradição antiga; e numa província remota, ingênua, onde tudo foi possível como num conto de fadas.
Obrigado, Michelle, pelo ótimo presente.

CLAUDIR SILVEIRA – No dia 07 deste mês deixou o convívio literário o escritor e historiador Claudir Silveira. Nascido no vizinho município de Palhoça estudou a história e a gente de seu município, publicando inúmeros trabalhos e abrigando o maior acervo sobre a colonização, habitação, fundação e emancipação daquela cidade.
Dele li e guardo com carinho “Balaio de caranguejo”.
Por certo Claudir já está integrando a Academia dos Artistas do Universo para onde vão todos os intelectuais, artistas, literatos e muitos outros que deixam de produzir suas obras de arte neste nosso mundo.

BLEFO E BAMBURRO – Recebi, li e gostei. Trata-se de um romance que narra a história de seres humanos vivendo no complexo, estranho e desumano mundo do garimpo, escrito por Álvaro Castro, escritor, jornalista, presidente da Academia de Letras de Itajaí e editor da revista “Sopa de siri”.
Valho-me das palavras de Nair Therezinha da Silva que escreve na segunda orelha do livro: “Ficção e realidade misturam-se, instaurando todo um universo onde o autor transita livremente, só ele sabendo quem é quem. Ao final da leitura fica a vontade de conhecer o garimpo e a cultura toda que ele traz subjacente.
Outra sensação que a narrativa provoca é a consciência de que existem dois brasis: um conhecido, aceito e criticado; outro, velado, misterioso, esperando ser revelado.
O Brasil misterioso manifesta-se com outros valores, mas mesmo assim não deixa de mostrar o avesso do estado endêmico a que estamos acostumados”.

DELMINDA SILVEIRA – Em meados do ano passado a Academia Catarinense de Letras, através de sua Coleção ACL publicou “Obra Completa” da poetisa catarinense Delminda Silveira. São 592 páginas onde desfilam poemas cuja característica mais constante, segundo Lauro Junkes, “é a tonalidade melancólica, triste, desiludida, própria da corrente romântica do ‘mal do século’, embora Delminda supere qualquer atitude derrotista e de desespero, pela sua fé religiosa.”
Nascida na Prainha, em 1854, viveu toda sua vida em Florianópolis, onde morreu em 1932, aos 72 anos. No ensaio publicado às páginas 593 a 609 e intitulado “Delminda Silveira - uma poética da intimidade recolhida”, o escritor Lauro Junkes, Presidente da Academia Catarinense de Letras esclarece que “apesar de desiludir-se amargamente com a vida social, tornar-se arredia à mesma e enclausurar-se no seu universo intimista místico-melancólico, Delminda assumiu com rara audácia, para a época, a condição de mulher-escritora, capacitada para atividades intelectuais, embora não transpareça de sua sóbria e delicada postura nenhuma intenção de desafiar os preconceitos machistas reinantes em seu tempo. Felizmente soube ela superar estreitezas preconceituosas para dar vazão ao seu rico mundo interior, permitindo que a criação poética brotada de seu sentimento povoasse o mundo de mais ternura.”

PONTO DO POETA



Meu jogo não é do riso
Do tabuleiro ou das cartas.
Meu jogo é da emoção
Que rompe a imagem(in-ação)
Ultrapassa fronteiras
Sacia vontades.

É imprevisto
Choro, verdade.

Meu jogo é vento
Soprando o corte
Marcando o ventre
Parindo a dor.

( Jogo 10, Pinheiro Neto, pág. 67 - A rosa do verso)