sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Edição 33 - Dezembro 2011



MAIS UM NATAL 
                
Trago nas mãos
As mensagens de todos os povos
Que sofreram e sofrem com guerras.
Auguro alegria, paz e bem aventurança.

Trago nos pés
As sandálias de todos os andarilhos
Que presenciaram dor e perseguição.
Desejo águas límpidas e terras libertas.

Trago nos ombros
As mochilas de todos os estudantes
Que bradaram por paz e democracia.
Grito por sabedoria e reconhecimento.

Trago no olhar
O compromisso de todos os professores
Que, impotentes, semeiam o saber pela vida afora.
Distribuo  perseverança mas sem medo de ir à luta.

Trago nos olhos
A escuridão de todos os deficientes
Que buscam reconhecimento e direitos iguais.
Exijo solidariedade e compaixão.

Trago na cabeça
A miséria de todos os pobres
Que reclamam trabalho, saúde e educação.
Espalho alegria, amizade e companheirismo.

Trago na lembrança
O tempo de todos nós
Que não volverá nunca mais.
Espero que seja doce sem ser diabético.

Trago no coração
O rosto de cada um de vocês
Que tentam dar o melhor de si a cada dia.
Desejo que  estejamos todos vivos e bem
No próximo ano e no Natal que vem.

(PN/2011 – Feliz Natal e 2012 pleno de realizações a todos)



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TRINTA RÉIS  

Recebi das mãos do meu particular amigo Artêmio Zanon, dinâmico  Presidente da Academia São José de Letras – ASAJOL, o número 56, do Boletim Informativo daquele Sodalício, intitulado O Trinta Réis.
Meticulosamente elaborado, com trinta páginas, no tamanho 14x21, denota o cuidado e o esmero editorial e a seleção de seu conteúdo. Destaque para os seguintes conteúdos: Otaviano Ramos, por Artêmio Zanon; O Silêncio do Olhar (sobre o romance de Kátia Rebello) por Rudney Otto Pfützenreuter: Coisas de Dom Pernetty, por Osmarina Maria de Souza.
Excelentes as duas homenagens/matérias elaboradas sobre dois escritores (literatos, críticos, historiadores da nossa literatura, criadores e editores): Abel Beatriz Pereira (páginas 18 a 22) e sobre Osvaldo Ferreira de Melo (páginas 27 e 28).
Destaque também para a publicação dos poemas  Haste Verde (Augusto Barbosa Coura Neto); Supremo Conforto (Otaviano Ramos); Rei Morto, Rei Posto ( Roberto Rodrigues de Menezes); Amada (Solange Rech); Pedaços de Mim, O Rio da Minha Infância e Jesus  (Abel Beatriz Pereira); Outono e Lago Azul ( Nadir Helena de Bastos); Círculo Virtuoso e Certidão de Ofício (Artêmio Zanon).
Destaque ainda para a foto da placa em homenagem à ex-Acadêmica Hermelinda Izabel Merize e à inserção da letra do Hino do Município de São José (letra e música do maestro José Acácio Santana), na contracapa da revista.
Parabéns a todos os acadêmicos, confrades daquele Sodalício, por terem à frente de sua entidade tão dedicado, competente e compromissado Presidente, como o é, Artêmio Zanon. Por isso mesmo, não o deixem só. Ensejo que vocês participem, colaborem, e estejam sempre presentes às realizações, aos eventos e, principalmente no cotidiano da ASAJOL em 2012 e sempre.


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KÁTIA REBELLO


O silêncio do olhar” é o mais novo livro dessa escritora catarinense, nascida e residente em Florianópolis.

“Alguém já disse que um perfume é como um poema para os sentidos. O silêncio do olhar leva você a um mundo de sensações. Aloja de perfumes onde Anita trabalhava era como uma experiência para os cinco sentidos: o olfato se rende à descrição dos odores que se insinuam das páginas do livro tão logo você começa a folheá-lo, o tato em suaves toques nos frascos em pura sensualidade, a audição eleva-se em deleite na musicalidade do idioma francês, a visão prende-se aos vidros trabalhados por renomados artistas. O paladar ela saciou mais tarde, na súbita visita ao paraíso.
Anita lidava com um mar de fragrâncias, quando um poeta cruzou o seu caminho. Fábio escrevia poemas, entretanto tinha dificuldade em se expressar verbalmente. ‘Não existiria palavra para expressara seu sentimento’?
Às vezes o silêncio do olhar vale mais do que mil palavras, mas, é também uma declaração de amor à palavra: A palavra que descreve, que expressa o amor ou a ausência dele.”

Este texto, impresso sobre a foto de um vidro de perfume e que compõe a contracapa do livro, nos dá uma pequena amostra da fragrância que poderá despertar o sentido maior de todos aqueles que se aventurarem na leitura do romance de Kátia.

A autora

Kátia Rebello nasceu e vive em Florianópolis. Formou-se em Biblioteconomia, é especialista em Educação, Mestre e Doutora em Literatura pela UFSC. Em 1988 recebeu o Prêmio Virgílio Várzea da Fundação Catarinense de Cultura.
Escreveu os seguintes livros: Antologia do varal Literário (1983), A casa da praia (1988), Homicídio em dó maior (1996), Coincidência (1999), Em nome da arte (2000), Olhos de vidro (2001), Por falar em fantasma (2005).
É membro da Academia Desterrense de Letras, ocupando a cadeira nº2, cujo patrono é Victor Meirelles.


Abaixo a capa do livro e foto da autora:
                                 



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Edição 32 - História de Içara






                                                                 (A capa do livro)

                
                                 (A autora e o acadêmico e historiador Jali Meirinho, no dia em que ele aceitou prefaciar a obra, acompanhados deste "blogueiro")


No dia 30 próximo, a escritora Maria de Fátima Silveira Pavei estará lançando seu novo livro. Trata-se de um trabalho exaustivo sobre sua cidade natal, Içara. É a primeira vez que alguém se debruça sobre a história daquele município, inclusive presenteando a comunidade com o hino oficial.
A seguir transcrevo o texto produzido pelo confrade da ACL Jali Meirinho e que serve de apresentação do livro:

“Cronista do cotidiano, daquilo que pulsa na vida da sua cidade, a autora, sem ser historiadora por ofício, procurou reunir fragmentos constitutivos para uma história local, no caso a história do município de Içara. Dentre os gêneros da História, este é o que oferece as contribuições mais substantivas para o conhecimento da história regional, partindo desta para a amplitude estadual e nacional.

Este livro, de Maria de Fátima Silveira Pavei, enfeixa elementos para os estudiosos do futuro produzirem novas conclusões da relevância da história do município. Reuniu a documentação original, marco da emancipação municipal. Cuidou do registro biográfico dos administradores, outra forma de abrir caminho para que especialistas, no porvir, distingam as capacidades de cada um inseridos no desenvolvimento social, econômico e administrativo do município.

A cultura local,mereceu atenção da poetisa e cronista, editando importantes tópicos de referência sobre o envolvimento dos içarenses nas manifestações artísticas, literárias, religiosas e na preservação dos seus bens culturais, através dos seus clubes, suas igrejas, seus museus, da Fundação Ambiental e da Academia Içarense de Letras.

Com o título Segredos e Emoções das 53 comunidades do município de Içara a Autora reúne o que de mais relevante este livro nos oferece. Neste capítulo compôs os elementos fundamentais para o conhecimento da história e da vida do município. Garimpou depoimentos, testemunhos, lembranças, observações individuais, narrando os momentos mais significativos de muitas vidas.
Buscou a participação ativa da comunidade, intimamente vinculada ao processo histórico. São fragmentos, sintéticos,mas de conteúdo significativo para uma construção maior. Ela mesmo define: É um desafio contar a história dos içarences, percorrendo cada cantinho da terra, ouvir as histórias de vida destas  pessoas, ás vezes felizes e outras entristecidas dentro de seus casulos.

As centenas de fotos compondo o volume, ilustrando a narrativa e vivenciando os fatos, valorizam o estudo em seus diversificados enfoques.
Alem dos Trilhos do Trem - Içara - 50 anos de emancipação política 1961-2011, vem somar-se ao notável elenco de histórias locais produzidas em Santa Catarina. Ensaios nascidos da espontaneidade, desafiando as metodologias científicas,mas resguardando a seriedade na pesquisa; transferindo para a linguagem escrita as vozes saídas das comunidades que integram o município.

Esperamos poder vislumbrar em Maria de Fátima Silveira Pavei, outros olhares alargando a compreensão do catarinensismo.




quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Confraria da Leitura-pn Edição 31

MOACIR PEREIRA

A histórica greve dos professores é o novo livro que o jornalista e escritor Moacir Pereira estará lançando no dia seis de dezembro, terça feira, às dezenove horas, na Assembléia Legislativa.
O livro traz em detalhes a greve dos professores da rede pública estadual ocorrida este ano e que teve o acompanhamento sistemático de Moacir Pereira, através de sua coluna no Diário Catarinense e em seu blog.
Na minha opinião, foi uma das mais completas e marcantes sequências de colunas diárias sobre um mesmo episódio, já realizada por um jornalista em todo o Brasil.


RAUL CALDAS

No dia oito de dezembro, quinta feira, às 18 horas, na livraria Livros & Livros, o querido amigo, escritor e boêmio Raul Caldas Filho estará lançando seu mais novo livro, o romance intitulado A Ilha dos ventos volúveis.

O livro, mais uma edição da Editora Insular, do incansável, batalhador e competente Rolin, já vem com uma credencial extremamente significativa: foi escolhido para receber o prêmio da Academia Catarinense de Letras como destaque na Categoria Romance de 2011.

IVONITA

A escritora Ivonita Di Concílio convidando todos os seus amigos para sua posse na cadeira número 13 da ALB –Academia de Letras do Brasil Seccional Florianópolis, na Assembléia Legislativa.

Convida também para confraternização no Restaurante Rancho Beira Mar, às vinte e duas horas do mesmo dia 13 do corrente, quando a proprietária, Sra.Sílvia, homenageará a escritora oferecendo aos seus amigos, um jantar “à moda da casa”, com o preço especial de R$ 15,00 por pessoa.

A escritora promete brindar a todos os presentes com suas interpretações, cantando músicas para todos os gostos.

Para quem não sabe, o restaurante em questão possui pista de dança e fica situado à avenida Beira Mar, próximo ao Koxixo’s.


MUSEU DA COMUNICAÇÃO


No dia 29 de novembro passado, na sede da Associação Catarinense de Imprensa, foi assinado o edital de lançamento para a reforma do prédio onde funcionou o Abrigo de Menores, no bairro Agronômica, para a futura instalação do Museu da Comunicação de Santa Catarina e a sede da ACI.
O referido edital estabelece o prazo de até 120 dias para a conclusão do processo licitatório e estima em R$149.500,00 o custo total dos projetos.

Segundo o presidente da ACI, Ademir Arnon, trata-se de um sonho antigo da ACI que somente agora começa a assumir contornos definitivamente concretos.

O Secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Cézar Souza Júnior, salientou que o Museu deverá ser um dos mais modernos do mundo já que estará alicerçado sobre duas questões pontuais, interação e tecnologia. . A idéia é instalar um museu que supere o simples armazenamento e exposição de peças antigas e permita o acesso e a interação do visitante pessoalmente ou de qualquer parte do mundo, através da navegação via internet.



NOITE CULTURAL NA FCBC

A Galeria Municipal de Arte da Fundação Cultural de Balneário Camboriú (FCBC) recebe mais uma mostra coletiva do CROMA (Grupo de Artes Visuais de Balneário Camboriú). A exposição Tudo Vale a Pena reúne obras dos artistas plásticos Ana Pellizzaro, Cezar Silveira, Cilmara Tamochunas Bittencourt, Danielle Prandi, Fabiana Langaro Loos, Fabiana Schaefer, Halina Garcia, Jana Neves Garcia, Moacir Schmitt Junior e Rudi Scaranto Dazzi. A noite cultural será na sexta, 2 de dezembro, a partir das 20h30. Além da abertura da exposição, na oportunidade serão lançados ainda os livros Mudança de Paradigmas, de Berenice Dunbar, Na Guerra dos Três Mundos, de Paloma Hernandez e Relatório Confidencial, de Luiz Antonio Hecker Kappel. A interferência musical estará por conta de Jorge Barcellos e Clóvis Martinês, formando um dueto de violões. A visitação será de 5 a 23 de dezembro de 2011, de segunda a sexta, das 13 às 19 horas. A Galeria Municipal de Arte da Fundação Cultural de Balneário Camboriú fica na Rua 2412, 111.

“O CROMA (Grupo de Artes Visuais de Balneário Camboriú) acredita na liberdade como a melhor expressão para a arte. Suas reuniões acontecem virtualmente ou em lugares inusitados, e nem sempre com todos seus membros, ou mesmo, marcando datas prévias, mas sempre há a felicidade por encontrar, abraçar e interagir. Cumplicidade e comprometimento são os lemas desses artistas plásticos de Balneário Camboriú que levam a arte e o nome da cidade para o Brasil e mundo afora. Cada artista domina uma técnica e estilo próprio e todos são unidos pelos mesmos ideais artísticos. A comunhão de ideias, a troca de experiências, a descontração e o amor pela arte fazem parte da filosofia deste grupo criado há aproximadamente três anos.“ (Texto de Fabiana Langaro Loos)

Sobre os livros:
Mudança de Paradigmas: O romance Mudança de Paradigmas, já traduzido na língua inglesa, é uma saga familiar que tem início no século 17, no Maranhão. É uma mistura de ficção e realidade, na qual a autora relata os costumes e a cultura deixada pelos franceses.

Na Guerra dos Três Mundos: Num planeta muito distante da Terra, cujo lugar nossos olhos não alcançam, há uma sociedade onde o único vício das pessoas é o amor e o sexo. E é nessa sociedade que começa a história de Areti e seus amigos, no planeta L do Sistema Alpha.

Relatório Confidencial: Realidade e ficção se misturam nesta emocionante história narrada num tom despretensioso, informal e entusiasta. O cenário principal é o aeroporto Hercílio Luz em Florianópolis. A empolgante viagem literária se inicia com a chegada de um avião procedente do Paraguai, que acabou sendo alvo de ações da Polícia Federal e da Interpol. Os valores arrecadados com a venda desta obra serão integralmente revertidos à Associação Amor pra Down.

Fundação Cultural de Balneário Camboriú, Rua 2412, nº 111 - Centro
Período de visitação da mostra: 5 a 23 de dezembro de 2011, das 13 às 19h
Mais informações:
(47) 3366.5325, das 13h às 19h




SUELI MAZZURANA

Recebi e repasso do mesmo jeito – senão perderia a graça - o convite da querida amiga e escritora de Orleans, Sueli Mazzurana, para o lançamento de seu novo livro:

“é com alegria saindo pelos poros que convido para o lançamento do meu livro há tanto tempo alacentado Contos Italianos (Qui la conta, mête donta - Le storie de la nona), com 29 histórias contadas na região de Rio Maior e outras localidades próximas de Urussanga. É escrito no dialeto vêneto falado na região de Erto/Casso (Longarone), e adaptado pelos falantes protagonistas das histórias, ao longo do tempo. Acompanha uma produção em audio, para resgatar a sonoridade desse falar, pois a proposta principal do projeto é resgatar esse falar, que, sabe-se, é carregado de gestos e sons.
Dia; 18/12/2011
Hora: 17:00
Local: Igreja de São Gervásio e Protásio (Rio Maior - Urussanga)
Programação: Santa missa, apresentações artísticas e café colonial.
Preço do café colonial: R$ 10,00 (reserva por este e-mail ou pelo telefone 48 3466 4669 até dia 15/12).
Preço do livro: R$ 25,00 (pode ser adquirido por este e-mail ou pelo telefone, remessa postal, despesas por conta do interessado).

Ficarei muito contente se puder contar com sua presença, ou com a aquisição do livro.

Obrigado pelo convite, Sueli. Se der, com certeza estarei lá. Se não, desejo desde já, todo o sucesso possível tanto no lançamento como nas vendas.



PONTO DO POETA

As rugas
do pensamento
cerceiam
escassas vontades.

Aprisionado
a indecisões
divago em labirintos
- labirintites.

(Poemas à flor da pele/2010)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Confraria da Leitura-pn Edição 30

E pra torcida do Flamengo? Aquele abraço!

MIchelle Christie Olsen(*)

Somos pessoas desconfiadas. Procuramos nos informar, lemos jornais, blogs, páginas na internet. Procuramos interagir, entramos em redes sociais, frequentamos bares, passeamos com amigos e familiares, viajamos. Em cada ponto, em cada canto, deparamo-nos com algo assustador, algo que quebra a ordem natural das coisas, ficamos apreensivos, inseguros, nos sentimos impotentes, desmotivados e, por vezes, acabamos evitando lugares, leituras ou o que nos abalou.

Não raro ouvimos algo como “não dá mais para almoçar fora”, por conta de seguidos assaltos à mão armada em restaurantes em que costumávamos ir; ou “ não há mais segurança nem em casa”, devido a outros tantos assaltos; ou ainda “não há tranquilidade em deixar o filho na escola”, por conta de crianças armadas, desestruturadas que buscam consolo descarregando suas frustrações nas outras crianças. E tudo sempre exposto com detalhes, com fotos, com requintes. O assaltante morto só tinha 13 anos, o garoto que se matou na escola tinha 10 anos apenas e queria matar a professora, o cara se matou no fórum e espirrou sangue nas moças que trabalhavam ali.

Às vezes é difícil acreditar que a vida possa tomar outro rumo, que ainda há algo a mais no ser humano do que mesquinharia, corrupção, safadeza.
Então, num sábado qualquer, tomando um chopp da Heineken no Mercado Público com o maridão, assistindo (a contragosto) ao jornal do meio-dia, vejo uma matéria com um casal que tentava algo diferente. Eles estavam no calçadão da Felipe Schmidt segurando uma plaquinha “Abraço Grátis” e faziam exatamente o que prometiam no anúncio (coisa rara na publicidade de hoje).

Jovens, idosos, bonito ou feio, gordo ou magro, crianças sorridentes, adolescentes com cara de malaco, mal vestido ou elegante, não tinha nenhuma exceção, nenhum preconceito, abraçavam quem quisesse deles um abraço. Tal demonstração de coragem (sim, porque somos muito desconfiados), de afeição a todos que cruzam nosso caminho e estão dispostos a tal afeto, é de deixar qualquer um de queixo caído. Um ato simples, aparentemente, que qualquer um poderia fazer igual (mentira, sabemos que somos incapazes), mostra-nos uma outra fraqueza, aquela que tanto criticamos e da qual também sofremos, da gentileza com um desconhecido, gratuita em todos os aspectos. Generosidade essa capaz de mudar o curso das coisas, mudou meu sábado, meus pensamentos pessimistas, meu olhar para o calçadão cheio de ameaças e surpresas.

(*) Esta é a primeira crônica da autora, filha do meu amigo Oldemar Olsen Jr.. É um privilégio para este blog publicá-la.

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A C L PROMOVE SIMPÓSIO CRUZ E SOUSA



Integrada às celebrações do sesquicentenário de nascimento (1861) do poeta catarinense Cruz e Sousa, introdutor do Simbolismo no Brasil, a Academia Catarinense de Letras (ACL), nos próximos dias 16, 17,18 e 19, promove um simpósio sobre a vida e a obra do artista. Para tanto, com apoio da Fundação Catarinense de Cultura, reunirá em Florianópolis alguns dos maiores especialistas no tema para palestras e debates abertos ao público na sede da ACL (Avenida Hercílio Luz, 523, Centro).

Dia 16 (quarta-feira)
Às 19 horas:
Godofredo de Oliveira Neto: “Vida e obra de Cruz e Sousa: aspectos fundamentais”
Mediador/debatedor: Celestino Sachet
Às 20h30min
Luiz Augusto Contador Borges: “O erotismo na obra de Cruz e Sousa”
Mediador/debatedor: Péricles Prade

Dia 17 (quinta-feira)
Às 19 horas
Álvaro Cardoso Gomes: “Música e evocação em Cruz e Sousa”
Mediador/debatedor: Leatrice Moellmann
Às 20h30min
Eliane de Alcântara Teixeira: “A estética do feio na prosa poética de Cruz e Sousa”
Mediador/debatedor: Júlio de Queiroz

Dia 18 (sexta-feira)
Às 19 horas
Uelinton Farias Alves: “Vida e obra de Cruz e Sousa: novos ângulos”
Mediador/debatedor: Artêmio Zanon
Às 20h30min
Carlos Felipe Moisés: “A prosa poética de Evocações”
Mediador/debatedor: Dennins Radünz

Dia 19 (sábado)
Às 19 horas
Cláudio Willer: “Cruz e Sousa, poeta maldito?”
Mediador/debatedor: Rodrigo de Haro
Às 20h30min
Ronald Augusto: “A poética de Cruz e Sousa hoje”
Mediador/debatedor: Zilma Gesser Nunes
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A SUBIDA

Publicado pela Casa Editora Espírita “Pierre-Paul Didier”, em junho passado, o romance A Subida: a transição do ódio para o amor, é o novo trabalho literário de Júlio de Queiroz.
Transcrevo a seguir o texto do próprio autor, publicado no livro às páginas 9 e 10, por considerar o mais apropriado para este pequeno registro que faço. Acredito mesmo que o propósito de Júlio tenha sido o de introduzir o autor no contexto da novela.
“Na Antiguidade histórica, o mundo hebreu, conquistado militarmente pelo Império Romano, constituía-se de várias regiões vizinhas ente si (Idumeia, Judeia, Samaria, Galileia, Decápolis e Pereia). Os moradores dessas regiões referiam-se às suas viagens obrigatórias ao Templo de Salomão, em Jerusalém, determinadas pelo ritual religioso, como sendo “a subida”, pois Jerusalém está cerca de 600 metros acima do Mar Mediterrâneo.
Em hebraico, subida se diz aliah (aliá).
A intransigência todo-poderosa do poderio romano foi irredutível contra um levante judeu entre 65 e 70 d.C e fadado à derrota. Destruiu o Templo de Salomão, extinguiu o resto da liberdade nacional e dispersou o povo hebreu para todos os países então conhecidos e, posteriormente, para todos os continentes. A expressão “a subida” passou ter dupla significação: tanto ir ao púlpito das sinagogas para ler um trecho da Tora, o livro religioso, quanto designar o retorno ao lar espiritual de todos os judeus, simbolizado pela cidade de Jerusalém.
Enquanto no que os judeus chamam de “exílio” (mesmo que este seja o país em que eles e seus antepassados tenham nascido), no término da mais venerada cerimônia do ano litúrgico judaico – Pessarr – a Passagem -, seus participantes despedem-se uns dos outros com a saudação: “Ano que vem em Jerusalém – Leshana Habas Bliyerushalaim”.
Com a reinstalação do Estado de Israel 2000 anos depois de sua estinção geográfico-nacional, “fazer a subida” passou a significar a emigração para Israel.
Esta novela relata a dolorosa passagem do ódio para o amor, evolução espiritual indispensável a todos os humanos.”


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PONTO DO POETA

ESBOÇO RHO II

Injetei teu nome
em minha veia
viajei!

Injetei teu corpo
em minha artéria
alucinei!

(Pinheiro Neto LM.,2010)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Confraria da Leitura-pn Edição 29

NOVO LIVRO DE DAVID

Recebi pelo correio “A princesa e o anjo negro” , devidamente autografado, o mais novo livro de contos de David Gonçalves, um escritor catarinense dos mais destacados no cenário nacional. Tenho a honra de considerá-lo meu amigo.
No formato “de bolso”, lançado pela editora Sucesso Pocket de Joinville, o livro reúne quinze excelentes contos escritos, segundo o autor, “no começo deste século”. Listo porque considero importante todos os quinze, sem ressaltar os que mais gostei: Algo rói dentro do peito; Florisbela e o jardim de ervas; A mulher barbada; Casa de Mulheres; A volta que o mundo dá; Sapatos de capim; Estranha e indesejada visita; Maria Sucuri; A montanha se move; O sol caía alaranjado, Ninguém traz uma estrela na testa; Homens e pássaros; Geada negra; Emboscada; e o conto que dá nome ao livro, A princesa e o anjo negro.
Sou um fã do que David escreve. Aprecio muito seus textos. Eles me prendem à leitura, incitam à continuidade, promovem a transgressão do tempo disponível. Envolvem e permitem a participação do leitor enquanto co-autor das histórias.

Um pouco sobre David

David não é catarinense de nascimento; nasceu em Jandaia do Sul, no vizinho Estado do Paraná, mas reside em Joinville, onde despontou para a literatura, há tanto tempo que não pode mais deixar de ser considerado como “um bom catarina da cepa”.
Professor universitário e consultor de empresas, ministra cursos e palestras sobre literatura, comunicação, liderança e marketing. Filho de pequenos agricultores, conviveu com os trabalhadores rurais e, dessa convivência, mantida até hoje, extrai a sua força literária. Seu primeiro livro [1972], o romance “As flores que o chapadão não deu”, foi recolhido pelo regime militar e permaneceu 16 anos na gaveta.Hoje está na sétima edição. Sua tese de mestrado, “Atualização das formas simples em ‘Tropas e boiadas’, livro de Hugo de Carvalho Ramos, orientada por Gilberto Mendonça Teles, é indispensável aos estudiosos de Literatura, Folclore e Comunicação.

Regionalismo

Nesse novo livro de contos, David inclui uma nota pessoal sobre uma discussão que há muito vem permeando os comentários e críticas a respeito da obra literária que produz: é regionalista ou não?
Diz David: “Cansei-me de ouvir que o regionalismo está ‘morto’, que se esgotou como fonte literária etc. Confesso que sou filho de Hugo de Carvalho ramos, Simões Lopes, Valdomiro Silveira, Monteiro Lobato, Mário de Andrade, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, João Guimarães Rosa, Bernardo Elis e outros. Nunca me subjuguei a modismo. Escrevo, enfim, sobre o homem da minha aldeia. Quadrínculo é o palco de todas as paixões possíveis. A realidade e o estranho se unem de uma forma única e grotesca. Este país rural, que passa hoje por uma revolução tecnológica, me encanta e, ao mesmo tempo, me deixa constrangido. O êxodo rural ainda não se findou e as periferias das grandes cidades estão cada vez mais inchadas e violentas. Escrevo, pois, sobre os deserdados da vida. Se o que faço é regionalismo, não sei. A riqueza e a miséria estão a olhos vistos, por todos os lados.”

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HOMENAGEM

Manoel Inácio da Silva Alvarenga (1749-1814), na Arcádia Alcindo Palmireno, nasceu em Vila Rica. Poesia: O Desertor, 1774; Glaura, 1799. J. Norberto de Souza e Silva reuniu as Obras Poéticas em 1864. Em 1948, edição de Glaura por Afonso Arinos de Melo Franco (INL).

O JASMINEIRO

RONDÓ XI


Venturoso Jasmineiro,
Sobranceiro ao claro Rio,
Já do Estio o ardor se acende,
Ah! Defende este lugar.

Ache Glaura na frescura
Destas penhas encurvadas
Moles heras abraçadas
Com ternura a vegetar.

Ache mil e mil Napéias,
E inda mais e mais Amores,
Do que mostra o campo flores,
Do que areias tem o mar.

Venturoso Jasmineiro,
Sobranceiro ao claro Rio,
Já do Estio o ardor se acende,
Ah! defende este lugar.

Branda Ninfa que me escutas
Desse monte cavernoso,
Nem o raio luminoso
Nestas grutas possa entrar.

Hás de ver com dor, e espanto,
Como pálida a Tristeza
Dos seixinhos na aspereza
Faz meu canto congelar.

Venturoso Jasmineiro,
....................................

(Glaura, Lisboa, Oficina Nunesiana, 1799, págs. 44-47

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INTERNATIONAL WRITERS

A IWA – International Writers and Artists Association – foi fundada em 1978. Em 1998, quando completou 20 anos de existência, organizou um evento para comemoração no Rio de Janeiro, onde compareceram membros de muitos países, como Japão, Grécia, Bósnia, Colômbia, Uruguai, Argentina e mais de duzentos membros brasileiros.
A sede da IWA é em Toledo, Ohio, nos Estados Unidos, e a língua oficial é o Inglês. Opera, entretanto, também em Francês, Italiano, Espanhol e Português.
A diretoria da IWA é composta por integrantes de diversos países, como a República Checa, a Rússia, Cuba, USA, Turquia, Tunísia, Algéria, Coréia, Japão, etc., com representante inclusive junto à UNESCO.
A IWA apoia os direitos e liberdades da Declaração Universal dos Direitos Humanos para todos os povos, no mundo inteiro. Além disso respeita a compreensão de todas as culturas e tradições étnicas, liberdade de expressão e diversidade nos limites de um mundo justo. Mais fundamental do que a liberdade de expressão e diversidade é para a IWA a rejeição do racismo, sexismo, tribalismo e preconceito pela idade, com o empenho em cultivar os valores que levam à realização da felicidade do ser humano.
Entre as atividades da IWA estão as nomeações para o Prêmio Nobel da Paz e para o Prêmio Nobel de Literatura, nomeações para o Prêmio de Ativista da Fundação Gleitsman, de anunciar e apoiar os congressos de Literatura e Arte por outras organizações que oferecem prêmios para os melhores escritores e artistas. A IWA também reconhece o valor e presta homenagem aos escritores e artistas anônimos.
A IWA possui atualmente 1500 membros em 132 países, incluindo príncipes, lords, escritores com Prêmio Nobel da Paz e da Literatura, ex-presidentes, acadêmicos e imortais. Alguns exemplos: Príncipe di Cnosso e di Manzanille, da Itália; Marquês K. Vella Harber, Malta; Fidel Castro Ruz, Cuba; Eduardo Galeano, Noan Chomsky, Toni Morrison; Ariano Suassuna, Fernando Henrique Cardoso, Thiago de Mello, Frei Beto, Leonardo Boff, Isabel Allende, Rigoberta Menchú, dentre inúmeros.
A IWA tem como presidente Teresinka Pereira, escritora brasileira, residente e domiciliada em Ohio, nos Estados Unidos.
Website: http://internationalartistwritersassociation.blogspot.com/

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PONTO DO POETA


Meu ser
meu poder
meu ter
vão buscar a vontade
de trazer teu corpo
pra cicatrizar
a vontade
de amar
ou não.

(Pinheiro Neto LM., set/2011)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Confraria da Leitura-pn Edição 28

FUNDAÇÃO FRANKLIN CASCAES LANÇA O
18° FLORIPA TEATRO – FESTIVAL ISNARD AZEVEDO

A Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC) promoverá nesta sexta-feira (30/09), às 19h, em sua sede, no Forte Santa Bárbara, uma festa para lançar o 18° Floripa Teatro – Festival Isnard Azevedo. É a primeira vez que se realiza um evento para deflagrar um dos mais importantes festivais de teatro do Sul do Brasil, que ocorrerá de 8 a 16 de outubro.
O lançamento é gratuito e aberto ao público, que será entretido no salão principal e na área externa com performances de artistas que integram o Coletivo Circo Floripa – uma iniciativa de palhaços, atores, trapezistas, mágicos, ilusionistas e equilibristas que atuam em projetos individuais na região da Capital. No pátio, serão armadas lonas para abrigar os convidados e uma banda que animará a noite.
Na oportunidade, o superintendente Rodolfo Joaquim Pinto da Luz fará um breve pronunciamento sobre o Floripa Teatro e, na sequência, será conhecida a programação deste ano, que terá a maior abrangência geográfica de sua história: 55 locais na Ilha e no continente, alguns atendidos pela primeira vez. Esta edição também atinge novo recorde em quantidade de sessões, com 144 apresentações, sendo apenas nove delas com cobrança de entrada.
Um vídeo institucional gravado ano passado será exibido em telão para que os presentes conheçam um pouco mais da proposta e da dimensão que o Isnard Azevedo alcançou desde sua criação, em 1993. Durante o lançamento será anunciada a abertura das inscrições para as nove oficinas ministradas gratuitamente por grupos locais e de outros estados, bem como a disponibilização dos ingressos. O site oficial do evento também será apresentado na mesma noite.
O 18° Floripa Teatro levará 39 espetáculos e intervenções provenientes de seis estados a teatros, casas de espetáculo, lonas, pátios, estacionamentos, largos e calçadões, escadarias, jardins, associações comunitárias, parques, praças, agremiações carnavalescas, campos e quadras de esportes, shoppings, bibliotecas, centros comerciais, supermercados, espaços culturais, terminais de transporte coletivo, escolas, rodoviária e aeroporto.



PONTO DO POETA

Troco teu olhar
Por um verbo.
Teu sorriso
Por um poema.
Vice verso.

(Pinheiro Neto LM., set/2011)

Confira minha coluna no jornal Leste da Ilha

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Confraria da Leitura-pn Edição 27

TRINTA RÉIS

Recebi das mãos do meu particular amigo Artêmio Zanon, dinâmico e brilhante Presidente da Academia São José de Letras – ASAJOL, o número 56, (referente a maio deste ano) do Boletim Informativo daquele Sodalício, intitulado O Trinta Réis.
Meticulosamente elaborado, com trinta páginas, no tamanho 14x21, denota o cuidado e o esmero editorial e a seleção de seu conteúdo. Destaque para os seguintes conteúdos: Otaviano Ramos, por Artêmio Zanon; O Silêncio do Olhar (sobre o romance de Kátia Rebello) por Rudney Otto Pfützenreuter: Coisas de Dom Pernetty, por Osmarina Maria de Souza.
Excelentes as duas homenagens/matérias elaboradas sobre dois escritores (literatos, críticos, historiadores da nossa literatura, criadores e editores): Abel Beatriz Pereira (páginas 18 a 22) e sobre Osvaldo Ferreira de Melo (páginas 27 e 28).
Destaque para a publicação dos poemas Haste Verde (Augusto Barbosa Coura Neto); Supremo Conforto (Otaviano Ramos); Rei Morto, Rei Posto ( Roberto Rodrigues de Menezes); Amada (Solange Rech); Pedaços de Mim, O Rio da Minha Infância e Jesus (Abel Beatriz Pereira); Outono e Lago Azul ( Nadir Helena de Bastos); Círculo Virtuoso e Certidão de Ofício (Artêmio Zanon).
Destaque ainda para a foto da placa em homenagem à ex-Acadêmica Hermelinda Izabel Merize e à inserção da letra do Hino do Município de São José (letra e música do maestro José Acácio Santana), na contracapa da revista.
Parabéns a todos os acadêmicos, confrades daquele Sodalício, por terem à frente de sua entidade tão dedicado, competente e compromissado Presidente, como o é, Artêmio Zanon. Por isso mesmo, não o deixem só. Ensejo que vocês participem, colaborem, e estejam sempre presentes às realizações, aos eventos e, principalmente no cotidiano da ASAJOL.



JAZZ EM JOINVILLE


Recebi da Lily Blumerants e repasso para vocês: “Vem aí o JAM NO MAJ - Jazz no Jardim do Museu de Arte, sempre aos domingos a partir de 17:00.
Na primeira edição, dia 25 de setembro serão 2 bandas numa conversa afinada, uma prosa improvisada entre os GRUPOS TITELÊS e DEDO DE PROSA. Participações dos saxofonistas ClÁUDIO MORAES e GLEDISON ZABOTE e LILY BLUMERANTS homenageando as grandes divas do jazz. Haverá uma tenda para garantir a realização dos eventos, mesmo com chuva.
Na segunda edição, dia 23 de outubro, os músicos Roger Felten e Guto Machado abrirão com o especial "CHORANDO NO JAZZ" para depois o Grupo do pianista EDILSON FORTE GRACIANO entrar com o especial "CAINDO NO SAMBA JAZZ" com a participação do trombonista SERGIO COELHO, JAJA BATUCADA no pandeiro e LILY BLUMERANTS vocal.

Na terceira edição, dia 04 de dezembro, o especial vai ser de "LATIN JAZZ" com o QUARTETO DE LILY BLUMERANTS e o QUARTETO do pianista argentino SITO LOZZI com participações super especiais do trompetista uruguaio FIDEL PIÑERO e o acordeonista ORIMAR HESS JR homenageando Astor Piazzolla.

O JAM NO MAJ é um projeto aprovado pelo SIMDEC 2011 (Sistema de Desenvolvimento pela Cultura) patrocinado pela Fundação Cultural e Prefeitura Municipal de Joinville.

Os eventos aconteceram simultaneamente ao tradicional evento "PIQUENIQUE ECOLÓGICO CULTURAL" promovido pelo Museu de Arte de Joinville a partir das 10:00 com várias atrações.
VIVA A MÚSICA !”


MÊS GLAUBERIANO NO CINE PITANGUEIRA

O mês é glauberiano no cine Pitangueira. Em alusão aos 30 anos da morte de Glauber Rocha, estão sendo exibidos quatro longas do diretor. Na terça (13), às 19h, está em cartaz O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro. Estão programados também Cabeças Cortadas, de 1970 (dia 20), e A idade da terra, de 1980 (dia 27).
O Dragão ... narra a história de Antônio das Mortes, um pistoleiro contratado para matar um novo líder cangaceiro que surge no interior do Brasil. Ele realiza sua missão, ao mesmo tempo em que entra em confronto com jagunços e um velho coronel que domina a região.
Na sessão infantil, às 15h, está agendado O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes, de Rafael Ribas e Walbercy Ribas. O longa de animação fala do grilo que compõe suas músicas para alegria dos habitantes da floresta, e agora deseja gravar um CD.
Mas a descoberta de fósseis de insetos gigantes faz com que o grilo se envolva em uma inesperada aventura, que o obriga a enfrentar um bando de perigosos louva-deuses comandados por Trambika.
O Cineclube Pitangueira é uma realização da Cinemateca Catarinense e do Fundo Municipal de Cinema com o apoio da Prefeitura. Municipal de Florianópolis e da Fundação Franklin Cascaes.

O quê: Cine Pitangueira exibe O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes, de Rafael Ribas e Walbercy Ribas, às 15h, e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha, às 19
Quando: terça, dia 13 de setembro.
Onde: Casa das Máquinas do Casarão da Lagoa. Praça Bento Silvério, Lagoa da Conceição, Florianópolis.
Quanto: gratuito.

PONTO DO POETA

Trago no corpo
digitais de chagas
não curadas.

(de Vi(vi)da, 2010)


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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Confraria da Leitura-pn Edição 26



NOS SERTÕES DO SÃO FRANCISCO

Recebi das mãos do querido confrade José Artulino Besen, devidamente autografado, um exemplar da segunda edição de seu livro Nos Sertões do São Francisco: recordações do mundo sertanejo.
A clareza e objetividade da narrativa e a excelência das fotos em preto e branco, tiradas todas pelo autor do livro, nos fazem viajar, sofrer e sorrir com as águas do São Francisco que, de longe na maioria das vezes, acompanham a lida e a persistência do sertanejo brasileiro.
Considero extremamente importante reproduzir aqui o prefácio escrito por Júlio de Queiroz pois resume com clareza o que passa ao leitor a obra do Padre Besen.
“É estranho o modo pelo qual uma obra literária autêntica se afirma. Longe de louvores descabidos de grupelhos, tão exagerados quanto inconstantes, as obras de genuíno valor vão lentamente se propalando em círculos crescentes, tocando sensibilidades, exigindo mais leitores.
Um é o gosto da terra árida e ingrata que faz com que aqueles que nela vivem sejam lacônicos, avaros de trejeitos verbais.
Um outro é o gosto da gente que vive sem rodeios. Desde sempre abandonada e menosprezada.
Mas há também o gosta da hospitalidade genuína de quem sabe o acre sabor da fome permanente.
Junte todos estes gostos e ter-se-á o gosto da vida. De vida dura, tão dura que não permite sequer um único sonho do universo burguês. É viver a dura vida e ter a mortalha pronta.
Mas este livro tem, acima de todos estes aspectos, o gosto da fraternidade legítima – este mais belo fruto humano do cristianismo. E é por isto que ele floresce numa empatia comovedora. Ficaria menor se aceitasse ser neutro estudo social; ficaria menor ainda se decaísse para relatos caricaturais de costumes, gentes, situações e época.
“Nos Sertões” – a mais brasileira das paisagens – “do São Francisco”, o mais brasileiro dos rios – o que se testemunha é um descendente de emigrantes alemães, ido do Sul, distribuir sua fé, seu “ser para o outro” e, no constante milagre deste país magnífico, chamar de irmãos todos os dele tão diferentes; deles, sofrer as dores; com eles dividir esperanças rudes e pequenas alegrias imediatas e os dramas imensos que a parcimônia do viver não deixa virar epopéias.
Neste livro, os do Sul descobrirão uma parte do Brasil que o coração do Padre José A. Besen orvalhou e, dele, lhes trouxe os neologismos encantadores, a justeza do bem dizer sem escolaridades e a fidelidade inconsciente àquilo que faz com que o Brasil seja brasileiro.”

Quem é José A. Besen

O padre José Artulino Besen nasceu em Antônio Carlos, Santa Catarina. Realizou os estudos em sua terra natal, no Seminário de Azambuja e na Universidade Gregoriana, em Roma. Foi ordenado sacerdote em 3 de julho de 1976, pela imposição das mãos de Dom Afonso Niehues.
Seu primeiro campo de trabalho foi lecionar no Seminário de Azambuja, na Fundação Educacional e Brusque e no Instituto Teológico de Santa Catarina, em Florianópolis.
Em 1984 foi nomeado primeiro pároco de São Francisco Xavier, Saco Grande II, no norte da Ilha de Santa Catarina. Três anos depois viajou para a diocese de Barra, no sertão baiano, tendo sido pároco em Oliveira dos Brejinhos e Ipupiara e administrador paroquial de Brotas de Macaúbas. Retornando em 1990, foi provisionado nas paróquias de Saco dos Limões, Catedral Nossa Senhora do Desterro e, desde 2001, Nossa Senhora de Lourdes, Agronômica, todas na Ilha de Santa Catarina. Atualmente é provisionado na paróquia de São José, na Grande Florianópolis.
Há 25 anos é professor de História da Igreja no ITESC, publicou diversos livros no campo da história eclesiástica e da hagiografia (biografia de santos) e muitos artigos em revistas e jornais. É membro da Academia Catarinense de Letras (cadeira 13) e sócio do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina.

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HOMENAGEM

Manoel Inácio da Silva Alvarenga (1749-1814), na Arcádia Alcindo Palmireno, nasceu em Vila Rica. Poesia: O Desertor, 1774; Glaura, 1799. J. Norberto de Souza e Silva reuniu as Obras Poéticas em 1864. Em 1948, edição de Glaura por Afonso Arinos de Melo Franco (INL).

O JASMINEIRO (Rondó XI)

Venturoso Jasmineiro,
Sobranceiro ao claro Rio,
Já do Estio o ardor se acende,
Ah! Defende este lugar.

Ache Glaura na frescura
Destas penhas encurvadas
Moles heras abraçadas
Com ternura a vegetar.

Ache mil e mil Napéias,
E inda mais e mais Amores,
Do que mostra o campo flores,
Do que areias tem o mar.

Venturoso Jasmineiro,
Sobranceiro ao claro Rio,
Já do Estio o ardor se acende,
Ah! defende este lugar.

Branda Ninfa que me escutas
Desse monte cavernoso,
Nem o raio luminoso
Nestas grutas possa entrar.

Hás de ver com dor, e espanto,
Como pálida a Tristeza
Dos seixinhos na aspereza
Faz meu canto congelar.

Venturoso Jasmineiro,
Etc., etc., etc..

(Glaura, Lisboa, Oficina Nunesiana, 1799, págs. 44-47

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ZÉ PERRI, O DOC, *
João Carlos Mosimann* *

Depois que dois amigos saíram decepcionados do cinema após assistirem a DeSaint-Exupéry a Zé Perri resolvi conferir. Um deles, grande poeta, a quem os aspectos lúdicos poderiam até agradar, não se convenceu. Os dois deixaram a sala frustrados com a falta de evidências, qualquer vestígio da presença do piloto em Florianópolis.
O pretenso Doc usou o estilo clássico de documentário, alternando formas como depoimentos, imagens e uma locução over, conhecida no cinema como voz do saber, um artifício para dar credibilidade ao tema. A fala, melódica e aveludada, posta sobre uma imagem do piloto, por exemplo, faz referência às várias vezes que esteve no Campeche. Os escolares que o assistirem certamente acreditarão.
O verdadeiro documentário serve de fonte de informação para todos os que pretendem saber como foi e como aconteceu, uma forma de registro e mediação da realidade, calcada em fatos reais, segundo Manuela Penafria, uma especialista. E esse não foi o caso, infelizmente! Fiel ao imaginário de Deca Rafael, mas enganoso com relação à presença do piloto. E é justamente a associação feita a Saint-Exupéry de forma artificiosa que configura uma reinvenção da memória do pescador, essa representação que lhe confere falta de credibilidade.
Os aviadores franceses merecem a reverência dos catarinenses, como mereceram de argentinos e chilenos. Na qualidade de heróis de um período histórico da aviação e da aventura humana, do qual o campo do Campeche fez parte. Entre eles sobressaía Mermoz, símbolo da epopeia e modelo de todos os aviadores, este, sim, habitué do Campeche. Mas que a homenagem seja espontânea, natural, baseada na verdade dos fatos. A transformação da área do Campeche em complexo turístico e cultural, como algumas autoridades sonham, pode prescindir de artifícios e de invencionices que, seguramente, serão desmentidos num futuro não muito longínquo.
* TEXTO PUBLICADO DIA 20/08/2011 NO DC (9267)
** PESQUISADOR E ESCRITOR


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PONTO DO POETA

Trago no peito
Cicatrizes de verbos
Mal conjugados.

(Vi[vi]da 1, 05/09/2011)


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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Confraria da Leitura-pn Edição 25




NA HISTÓRIA DA MINHA VIDA

No dia 7 de julho último, durante um almoço no restaurante Lindacap, com vários escritores membros da Academia Catarinense de Letras, e o então candidato Olsen Jr., recebi das mãos da querida amiga, confreira e eminente poeta Leatrice Moellmann, devidamente autografado, um exemplar de seu mais recente livro intitulado “Na história da minha vida”.
Para Telma Lúcia Faria, poeta que escreve na primeira aba do livro, “Na história da minha vida” é uma pequena faceta de um brilhante chamado Leatrice.” E continua: “ Falar do cuidado formal, estilo e linguagem impecáveis seria ‘lugar comum’, considerando que a autora é reconhecida e festejada em instituições como Academia Catarinense de Letras e Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, entre tantas outras entidades culturais, por mérito e talento. Prefiro falar do ser humano Leatrice, de quem aprendi a gostar, respeitando-a como parâmetro de mulher valorosa que buscou e conquistou seu espaço. .... Prefiro falar do seu jeito pueril, do olhar profundo, da sensualidade que transborda de seus versos.”
E é justamente esse lado de Leatrice que, o grande cronista Carlos Adauto Vieira, Vice-Presidente da Academia de Letras e Artes de São Francisco do Sul e ex-aluno da autora ressalta na apresentação do livro: “As mulheres nos ensinam a amar. Porque sabem fazer com corpo, alma e talento. Mais, ainda, se cultas. Isto é, com aquele conhecimento sobre as obras não divinas, porém simplesmente humanas.
E mais adiante: “ Tem-se observado ao longo dos tempos Safo, Cloé, Elizabeth Bishop, Florbela Espanca, Cecília Meireles, Júlia da Costa, Leatrice. Desta, também, os versos fervem de paixão, tanto que ela diz conhecer todos os amores “A mais autêntica sinceridade, o amor-luxúria e o amor-amizade. Amores que me fazem bem feliz”.
Parabéns e sucesso, querida amiga!

VENTOS DO SUL

Em minhas mãos o número 35 da Revista “Ventos do Sul”, do Grupo de Poetas Livres. O exemplar não é meu, tomei-o emprestado da Academia Catarinense de Letras, entidade a qual pertenço, para fazer este pequeno registro. É a segunda vez que comento tal iniciativa daquele Grupo.
Simples, toda em preto e branco, inclusive a capa, com tiragem semestral, a revista continua contribuindo significativamente para a divulgação de poetas novos e “antigos”.
Na carta da presidente Maura Soares – o editorial – ficam claros os objetivos dos Poetas Livres (completou 12 anos de existência em 2010) que, com a revista, procura “divulgar não só o autor catarinense, aqueles aqui nascidos, mas também aqueles que escolheram Santa Catarina par viver e constituir família”.
Desse número destaco: a) a Medalha do Poeta – Maria Vilma Campos, para uso dos associados em eventos que comparecerem representando o Grupo; b) a 6ª. Edição do concurso Liberte-se nas asas da poesia; c) a 5ª. Edição do concurso on-line Trovas e/ou Quadras; d) os poemas de inúmeros poetas catarinenses e brasileiros, vivos ou não.
A seguir transcrevo da página 26 da revista, o poema “O NÓ NA GARGANTA” (do livro Vertente, pg. 74), do grande poeta e meu querido amigo ALZEMIRO LÍDIO VIEIRA:

Os trilhos da fuga
aos poucos estreitam
enquanto o nó aperta a garganta.
Na calada do momento,
na calada da madrugada,
na calada da justiça.
Agora só existe um estrondo
com a máscara do silêncio
no peito do cabisbaixo.
A vasculhar em restolhos
definições humanas.
Enquanto o atordoamento
se alastra
no tribunal do íntimo.
Porque da justiça lá fora,
escoa-se um eco pelas laterais
do tempo...

GENIAL COMO SEMPRE (uma crônica de Olsen Jr)

Sou muito econômico em elogios. Quando alguém faz algo que eu acredito poderia tê-lo feito, cedo as minhas reverências. Sim, refiro-me ao último filme de Woody Allen “Midnight inParis”.Foi um amigo quem me alertou: “Vá assistir porque é a tua cara”...
O filme toca em algo que está nas minhas entranhas. Explico, sempre acreditei estar vivendo em uma época errada. Lembrei de Bernard Shaw “Porque fui nascer com tais contemporâneos”, só uma blague... Também não se confunda “nostalgia” com “saudosismo”.
A primeira está condicionada a um imaginário que construímos (leituras, imagens, depoimentos) e introjetamos de maneira a construir um corpo à parte de nossa realidade, masque pode ser emulada como se fosse real; já o segundo, estimula lembranças de fatos vivido se que são evocados eventualmente por imagens recorrentes. Em comum, o fato de que por momentos estamos viajando no “passado” e isso nos distrai da insolência do cotidiano em que estamos inseridos.
Não vou contar o filme, mas estar junto com Scott Fitzgerald e Zelda Sayre à mesa com Ernest Hemingway discutindo “Writers at Work”, regado com a bebida preferida de cada um; ou então encontrando a modelo que já tinha sido “Musa” de Modigliani, agora era de Picasso, mas tinha “Papa” no páreo e por quem o personagem também se apaixona e tudo na década de 1920, para nós a “Época de Ouro”... No “Maxim’s” ouvindo Cole Porter ao piano cantando “Let’s do It (let’s fall in Love)” ou então com Toulouse-Lautrec, Degas e Gauguin, eles vivendo em plena “Belle Époque”, num cabaré, acreditando que a tal “Época Dourada” era a Renascença com Miguel Ângelo e Cia. Ou ainda naquela mesa bem humorada curtindo Luis Buñel, Salvador Dali e Man Ray e os mistérios da anatomia de um rinoceronte e não há nada de estranho em se ter a consciência (temporária) de viver em outra época onde o que importa é o talento e o que cada um pode fazer com ele.
Claro, falta interlocutores, alguém que entenda isso. Então não há nada de errado em deixar os originais de um romance em andamento no estúdio de Gertrude Stein e sua fiel escudeira Alice B. Toklas, mesmo sabendo que ambas dividem a cama e nós não temos nada com isso, o que conta mesmo é a arte.
A verdadeira arte é aquela que nos ajuda a entender a vida. A grande arte é esta, como sugere este filme “Meia Noite em Paris” em que o Woody Allen, transmite esta impressão (para nós que somos escritores, principalmente) que o roteiro foi escrito para nós e com o qual nos identificamos porque sempre haverá uma “Idade do Ouro” onde gostaríamos de estar, mesmo que – sem o saber – já estejamos nela.


HOMENAGEM

Inácio José de Alvarenga Peixoto (1744-1793) nasceu no Rio de Janeiro. As suas Obras Poéticas foram editadas por J. Norberto de Souza e Silva em 1865, por Domingos Carvalho da Silva em 9956, e por Rodrigues Lapa em 1960 (MEC). A seguir um poema que ele fez para a filha.

A MARIA EFIGÊNIA
(em 1786, quando completava sete anos de idade)

Amada filha, é já chegado o dia
Em que a luz da razão, qual tocha acesa,
Vem conduzir a simples natureza,
É hoje que o teu mundo principia.

A mão, que te gerou, teus passos guia,
Despreza ofertas de uma vã beleza,
E sacrifica as honras e a riqueza
Às santas leis do Filho de Maria.

Estampa na tu’alma a caridade,
Que amar a Deus, amar aos semelhantes
São eternos preceitos da verdade;

Tudo o mais são idéias delirantes;
Procura ser feliz na eternidade,
Que o mundo são brevíssimos instantes.

(Obras Poéticas de Inácio José de Alvarenga Peixoto,
Rio, 1865, páginas 197-198)

A ILHA

Recebi o número 117, edição de junho, do Suplemento Literário A ILHA, que completou, naquele mês, 31 anos de ininterrupta circulação.
O Suplemento é o órgão de divulgação de um grupo literário com o mesmo nome e que tem como coordenador o escritor Luiz Carlos Amorim, um dos candidatos à cadeira número 32, ocupada até então pelo saudoso Lauro Junkes, dinâmico ex-presidente daquele Sodalício.
A ILHA começou suas atividades em São Francisco do Sul, em 1982, migrou para Joinville dois anos depois e lá desenvolveu atividades diversas, como o Varal da Poesia, recitais de poemas, publicação de livros e da revista. Em 2000, com a mudança do coordenador do grupo para Florianópolis, a sede do Grupo e, consequentemente do Suplemento, passaram para a capital.
Parabéns, portanto, ao grupo, pela longevidade.

POEMA ESPARSO X

Uma vida juntos
outra vida separados.
Somos diferentes:
enquanto moços
- vívidos e ávidos –
sem sentimentos.

Agora velhos,
areia da ampulheta
descendo rápido
- goela abaixo –
exorcismo de morte.

(Poemas à flor da pele, Pinheiro Neto, 2010)

Confira minha coluna no Jornal Leste da Ilha

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Confraria da Leitura-pn Edição 24

13º CATAVÍDEO é lançado na terça no Cine Pitangueira

Com exibição dos vídeos mais votados em 2010, será lançado nesta terça-feira, dia 9 de agosto, às 19h, no Cine Pitangueira, as inscrições para o 13º CATAVÍDEO - Mostra de Vídeos Catarinenses. O evento se consolidou como a principal janela de exibição dos audiovisual produzido no Estado e a partir desta data os produtores interessados em exibir seus filmes na Mostra já podem realizar as inscrições através do site www.catavideo.org.

Podem ser inscritos vídeos produzidos em qualquer ano, desde que inéditos na mostra e realizados em Santa Catarina ou que tenham a participação de catarinenses. As inscrições vão até o dia 9 de setembro. A organização anunciará algumas novidades para esta edição, como o sorteio de premiação para as produções inscritas e a realização de pelo menos duas sessões em cada dia do evento, que ocorrerá de 4 a 13 de novembro na Fundação Cultural Badesc, localizada no Centro de Florianópolis.

O CATAVÍDEO exibe todos os filmes inscritos e o objetivo é resgatar produções que circularam pouco e foram parar nas prateleiras dos realizadores, além de estabelecer um panorama recente do cinema produzido no Estado. Ao longo de 12 anos, o festival formou um acervo de aproximadamente 1.000 vídeos, com um quadro significativo da produção da década. A intenção é ampliar o número de títulos para preservar a memória e fomentar a exibição. Nas últimas três edições, a média anual de títulos inscritos foi superior a 100 filmes.

Além da Mostra, o CATAVÍDEO promove oficinas, que serão realizadas em parceria com o SESC. Estão programadas oficinas de Cineclubismo, Cultura Digital, Divulgação de Audiovisuais, Classificação Indicativa e Animação.

O regulamento para inscrições pode ser acessado em www.catavideo.org e após fazer o registro online, os realizadores devem entregar uma cópia da ficha de inscrição assinada, juntamente com a cópia de seu vídeo e material de divulgação no Fundo Municipal de Cinema de Florianópolis. O Funcine fica anexo à Fundação Franklin Cascaes, no Forte Santa Bárbara, Centro, e funciona de segunda a sexta, das 13 às 18h, fone (48) 3224-6591 e 9989-4215. O material pode ser entregue pessoalmente ou via correios. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mailcatavideo@alquimidia.org.

A cada ano, a organização traz um debatedor convidado para abrir o festival. Nas edições anteriores vieram os diretores Eduardo Valente, Gustavo Spolidoro, Carlos Nader Emerson Schmidlin, Kiko Goifmann e Rodrigo Grota. O CATAVÍDEO é realizado pela Associação Cultural Alquimídia e Funcine, em parceria com a Fundação Cultural Badesc, Sesc e Cinemateca Catarinense, com o apoio do Museu da Imagem e do Som e produção da Exato Segundo Produções Artísticas.

O quê: Lançamento das inscrições do 13º CATAVÍDEO - Mostra de Vídeos Catarinenses, e sessões de cinema às 15 e 19h.
Quando: terça-feira, 9 de agosto.
Onde: Casa das Máquinas do Casarão da Lagoa. Praça Bento Silvério, Lagoa da Conceição, Florianópolis.
Quanto: gratuito.

FILMES

Fogo.Doc (Leandro Andrade)
|Fpolis|5’|Doc.|2005|
Documentário com o lado pitoresco dos acontecimentos do dia 19 de setembro de 2005, data em que acorreu o incêndio na ala norte de Mercado Público de Florianópolis.

Seca na Mesopotâmia (Coletiva – LAPIS)
|Fpolis|9’|Animação|2009|
Na antiga Mesopotâmia, a seca é um grande problema a ser enfrentado.

Degelo Seco (Alceu Kunz)
|Sombrio/Rio de Janeiro|15’|Ficção|2008|
Um homem conversa com sua geladeira e demais objetos do conjugado onde mora.

A incrível história da vovozinha e o lobo mau (Kurt Shaw e Rita de Cácia Oenning da Silva)
|Fpolis/Rio de Janeiro|3’|Animação|2010|
Três crianças de 4 anos da creche Salgueiro, no Rio de Janeiro, narram a história da Chapeuzinho Vermelho, dando a essa uma versão bastante diferente. O resultado é inesperado e demonstra a fabulosa criatividade e capacidade adaptativa de crianças pequenas. Nas suas narrativas, povoada por personagens que se transmutam de um personagem a outro, o Lobo Mau casa com a vovozinha e todos vivem felizes para sempre.

Braziland (Giuseppe Consentini)
|Laguna|5’|Ficção|2010|
Humor negro sobre o horário porlítico brasileiro.

D'Exibicionismo (Jone Schuster)
|Maravilha|3’|Ficção|2010|
Ele só sentia prazer se alguém o estivesse observando.

Making of (Fabrício Porto)
|Joinville e São Francisco do Sul|17’|Ficção|2010|
Bene é um videomaker que, em um dia de suas gravações experimentais, encontra Bia. Os dois conversam e decidem trocar as fitas de suas câmeras. Após ver as imagens de Bia, Bene acredita que está fazendo parte de um filme.

A 7ª Margem (Renato Grillo)
|Fpolis|25’|Ficção|2010|
Metáfora sobre a insustentável situação do país em seus vários níveis. Perdido, o personagem vaga sobre a própria vida em busca de saídas. O filme traz em si o conceito de marginalidade. Realizado sem recursos técnicos e financeiros em apenas três dias. Seja marginal, seja herói.
Duração total da sessão: 82 minutos


CONTATO

Guto Lima
Exato Segundo Produções Artísticas
(48) 9952-5657, 9989-4215

Fifo Lima
Assessoria de Imprensa
(48) 4141-2116, 9146-0251


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POEMA DE TEREZINKA PEREIRA


4:30am


Faz uns minutos
notei que estava falando
comigo mesma.
Então retruquei:
Deixa de perder tempo
em conversa fiada!
Vai dormir!



terça-feira, 26 de julho de 2011

Confraria da Leitura-pn Edição 23

ENFIM UM VIKING NA ACL


Após seis tentativas eis que, na noite de 25 de julho de 2011, o meu caríssimo amigo, escritor Olsen Jr., foi eleito para integrar o grupo de imortais que freqüentam a Casa de José Boiteux. Uma caminhada longa; que o diga o Artêmio Zanon. E também uma questão de justiça!!!!

Não tenham dúvidas, meus confrades da ACL, o Olsen tem experiência, vontade, disposição, disponibilidade e idéias. Chega disposto a ajudar, quer contribuir, quer mostrar presença e serviço em favor da Literatura e do Sodalício, este vivendo um marasmo sem precedentes. Ele, o Olsen é um escritor disciplinadíssimo; escreve diariamente e tem obras de peso publicadas.

E é isso: na minha opinião, qualquer um que pretenda ser um membro da Academia Catarinense de Letras necessita: 1) conhecer o que diz o artigo primeiro do Estatuto daquela Casa, isto é, “...cultivar a Língua Vernácula e defender os valores da cultura nacional e estadual, especialmente no campo literário...”; 2) ter a consciência de que para tanto é preciso antes de qualquer coisa ser escritor (escrever literatura – romance, novela, conto, crônica, poesia; produzir pesquisas, ensaios, estudos, críticas sobre artes plásticas, literatura, folclore, cinema, história, cotidiano, cultura enfim); c) após o ingresso, todo acadêmico precisa ter compromisso com a instituição participando cotidianamente de suas atividades, inclusive as burocráticas, inteirando-se de seus problemas “mundanos” e colaborando com a Diretoria no sentido de buscar resolvê-los. Necessita também ter clareza: a) que é prudente menos empáfia e mais humildade e companheirismo; b) que não basta apenas ostentar o título e a medalha e marcar presença nos eventos mais solenes e “pomposos”, deixando nos ombros de poucos a responsabilidade de resolver sozinhos todos os problemas. c) que é preciso ter consciência da imortalidade acadêmica, não esquecendo em nenhum momento a mortalidade do acadêmico.

Parabéns meu caro, para ti e para aqueles que acreditaram sempre! Valeu pela persistência e pelo destemor. E que sejas bem vindo ao convívio de teus novos confrades!

Quem é Olsen Jr.

Nasceu em Chapecó-SC, no dia 06 de junho de 1955. É formado em Direito pela FURB-Blumenau e pós-graduação UFSC. É jornalista e escritor.
Na década de 70 participou de vários movimentos culturais compondo o que ficou conhecido como “a resistência” ao regime estratocrático que se aboletava no país e que durou 21 anos. Seja organizando o jornal alternativo (com oito anos de circulação consecutiva e ininterrupta) “Acadêmico”, premiado pela Parker Pen do Brasil como um dos melhores informativos – nível universitário – do País (São Paulo, 1976) e pela União Brasileira de Escritores, seccional do Rio de Janeiro, pelo Mérito Cultural (Rio, 1981), entrevistando personalidades polêmicas como Plínio Marcos, Darcy Ribeiro, Mário Lago, João Antônio, Dom evaristo Arns, Leandro e Rodolfo Konder, Pedro Lyra, Ivan Cavalcanti Proença entre outros, ou ainda organizando os Festivais Universitários da Canção e salões de Artes Plásticas, Cooperativa de Livros, Festivais de cinema Super 8, Concursos Literários (poesia e contos) para universitários brasileiros, ou então, fundando editoras, seja a Editora Acadêmica e a Editora da FURB, ambas em Blumenau, a Editora Paralelo 27 e a Obras Jurídicas, em Florianópolis.
Filosoficamente se define como um existencialista, do tipo Sartriano (para quem o homem é uma paixão inútil, mas ainda assim, uma paixão); na política, considera-se um brasileiro perplexo, embora consiga manter em alta suas convicções de um dia viver em um mundo mais fraterno. Para isso o seu empenho, dentro da área que escolheu: a literatura, no sentido de (re)vitalizar a participação crítica do homem na realidade, assegurando a liberdade de expressão e a iniciativa de tentá-la, interagindo e fazendo valer, dialeticamente, este equilíbrio que se busca. Dele já afirmou Rodolfo Konder, “Olsen consegue confirmar a verdade do que disse certa vez o velho Bruxo argentino Jorge Luis Borges: “ser escritor não é uma profissão, é um destino”.
Seu livro de contos, Desterro, SC, foi considerado pela Câmara Brasileira do livro um dos 10 melhores livros de contos publicados no Brasil em 1999 e esteve na finalíssima do Prêmio Jabuti de 2000.
Publicou as seguintes obras: Os esquecidos do Brasil (contos, 1993); Desterro, SC (contos, 1998); Estranhos no Paraíso (romance, 1989); Confissões de um cínico (crônicas, 2002); O burguês engajado (novela, 2003); A cidade dos homens indiferentes (contos, 2004) e Memórias de um fingidor (romance, 2010).


HOMENAGEM

José Basílio da Gama (1740 ou 41-1795) na Arcaria Termindo Sipílio, nasceu em Minas Gerais. Publicou O Uraguai, em 1769. As suas Obras Poéticas foram editadas por José Veríssimo em 1903. A Academia Brasileira de Letras publicou em 1941 uma edição fac-similar da original, de O Uraguai.

Fragmento de O URAGUAI

Fumam ainda nas desertas praias
Lagos de sangue épidos e impuros,
Em que ondeiam cadáveres despidos,
Pasto de corvos. Dura inda nos vales
O rouco som da irada artilheria.
Musa, honremos o Herói, que o povo rude
Subjugou do Uraguai, e no seu sangue
Dos decretos reais lavou a afronta,
Ao tanto custas, ambição de império!
E vós, por quem o Maranhão pendura
Rotas cadeias e grilhões pesados,
Herói, e Irmão de Heróis, saudosa e triste,
Se ao longe a vossa América vos lembra,
Protegei os meus versos. Possa entanto
Acostumar ao voo as novas asas,
Em que um dia vos leve. Desta sorte,
Medrosa deixa o ninho a vez primeira
Água, que depois foge à humilde terra,
E vai ver de mais perto no ar vazio
O espaço azul, onde não chega o raio.
..............................................................
(O Uraguai, págs. 1-3, Lisboa, MDCCXIX)



BOLETIM DO IHGSC

Recebi como de praxe em meu endereço particular o Boletim do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, número 155, referente a junho de 2011. AGRADEÇO!

Quero registrar a secção “Historiadores de Santa Catarina” que homenageia o escritor, membro daquela entidade e da Academia Catarinense de Letras, OSVALDO FERREIRA DE MELO, falecido em 17 de fevereiro deste ano.
Aliás, ressalto que, mesmo com todas as dificuldades encontradas desde a mudança da sede do Instituto para o prédio onde funcionou a Academia de Comércio de Santa Catarina, hoje Casa José Boiteux, à Avenida Hercílio Luz, 523, sua Diretoria mantém seu calendário de eventos e reuniões rigorosamente em dia e com a presença de muitos de seus membros cumprindo expediente na sede, diariamente.



OUTROS AGRADECIMENTOS

1- FIFO LIMA – Pelas notícias e informações que envia quase semanalmente. Através dele pude acompanhar e divulgar tudo o que aconteceu antes, durante e depois da 10ª. Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. Pude também levar às crianças da Escola Acácio Garibaldi São Thiago, da Barra da Lagoa, através de sua Diretora, a oportunidade de assistir alguns dos filmes exibidos gratuitamente.

2- ALMIRA LIMA – Pelos belos poemas e informações que sempre envia para o meu e-mail. Obrigado. Tenho-os apreciado muitíssimo.


3- IVONITA – Pelos convites para inúmeros eventos literários, culturais e “dançantes” que tem enviado. Muito obrigado, destacada escritora, acadêmica e animadora cultural.







POEMA ESPARSO IX

O verso já não flui
O verbo torna-se escasso,
As metáforas me abandonam.

As mãos... ah, as mãos
- andropauseantes –
já não acompanham os desejos
que a mente rouba
dos lapsos de lucidez.

(Poemas à flor da pele, Pinheiro Neto, 2010)
Visite meu blog: http://confrariadaleitura-pn.blogspot.com

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Confraria da Leitura-pn Edição 22

O FASCÍNIO DAS PALAVRAS


“O fascínio das palavras”, livro que a editora José Olímpio lançou em 1991 foi, possivelmente a última grande entrevista concedida pelo escritor argentino Júlio Cortazar. Com certeza, a mais completa.
Assim que chegou em Florianópolis, tive a satisfação de adquirir um exemplar à época e hoje, ao revisitá-lo, vejo-me na obrigação de compartilhar com vocês minhas impressões. Tudo o que senti naquele momento volta à tona hoje com a releitura de tão significativa obra.
Após muitos encontros no apartamento de Paris, no segundo semestre de 1983, Cortazar abriu o coração ao jornalista uruguaio Omar Prego. O resultado é impressionante: um livro elucidativo sobre a obra do ficcionista, escrito em linguagem simples, direta, jornalística. Tudo isso sem perder o conteúdo e sem deixar de lado o aspecto humano.
A começar pelo título, o leitor se encontrará diante de uma grande revelação – a obsessão do escritor pela perfeição. Nessa longa e sincera entrevista, Cortazar disseca todo o seu fascínio pelas palavras e convida o leitor a refletir sobre temas como vida, morte e criação; jogo e compromisso político; jazz e tango; fobias, manias e vampirismo. A criatividade é marca registrada.
Trata-se de um volume fundamental para os estudiosos e leitores de Cortazar. Um momento especial na vida desse homem que produziu algumas das mais belas e instigantes páginas da literatura contemporânea.
Para o tradutor (e amigo de Cortazar) Eric Nepomuceno: “Este livro mostra muito, muitíssimo, do que Júlio foi. Uma conversa que flui solta e corre com limpidez, trazendo de volta a sua presença, com sua inquietação travessa, seus gestos largos, com todas as compostas de curiosidade abertas para o mundo, para a vida (...)”.
Originalmente lançado em espanhol em 1984, dois anos depois entrava no mercado francês, pela Gallimard, com tradução de Françoise Rosset.
O público leitor de Cortazar não pode perder este importante depoimento. Sua obra está traduzida para o Brasil e em 1991 foi lembrado o sétimo aniversário de sua morte.
Júlio Cortazar faleceu em fevereiro de 84, aos 69 anos.
O livro tem 220 páginas, a capa dessa edição é de Joatan Souza da Silva e traz várias fotos do autor quando criança, jovem e adulto.
Só para lembrar, seguem os livros do autor: O jogo da amarelinha; Os prêmios; Todos os fogos o fogo; Histórias de cronópios e de famas; 62 modelos para armar; Prosa do observatório; Octaedro, Bestiário, Alguém que anda por aí; Orientação dos gatos; O livro de Manuel; Fora de hora; Nicarágua tão violentamente doce; Os autonautas da cosmopista.



HOMENAGEM

Frei José de Santa Rita Durão, mineiro de nascimento mas vivendo em Portugal (1722-1784), teve sua obra intitulada “Caramuru” publicada em 1781. A seguir um pequeno fragmento de tão importante obra dentre as consideradas “prenúncios de romantismo, alguma coisa que representa na emoção mais sincera ou no aproveitamento de temas brasileiros, uma força renovadora ainda sem consciência de si mesma.”


“... Copiosa multidão da nau Francesa
Corre a ver o espetáculo assombrada;
E ignorando a ocasião da estranha empresa,
Pasma da turba feminil, que nada:
Uma, que às mais precede em gentiliza,
Não vinha menos bela que irada;
Era Moema, que de inveja geme,
E já vizinha à nau se apega ao leme.”


LAURO JUNKES

A Academia Catarinense de Letras realizou no dia 30 de junho, em sua sede, à Avenida Hercílio Luz, 523, em Florianópolis, a Sessão da Saudade na qual foi reverenciada a memória do escritor Lauro Junkes, ex-presidente daquele sodalício.
Falecido no dia 20 de outubro de 2010, Lauro Junkes foi titular da Cadeira 32, que tem como Patrono Manoel dos Santos Lostada (1860-1923).


MASC

O dia 30 de junho marcou também a reabertura do Museu de Arte de santa Catarina-Masc da Fundação Catarinense de Cultura, situado à Avenida Irineu Borhausen, 5.600, no bairro Agronômica, em Florianópolis. O evento foi marcado com a abertura das exposições “MASC: tempo, espaço e arte” (exposição de longa duração) e “Linhas Artísticas”, do acervo do próprio museu (de 30/06 a 30/08/2011).



POEMA ESPARSO III

Meus fantasmas
estão nus.

Presas aos tornozelos
bolas de ferro
enferrujadas de medo.

Soltas ao vento
sibilam correntes
em angústia e solidão.

Impotente cruz
mostra as chagas
do não vivido.

(Poemas à flor da pele, Pinheiro Neto, 2010)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Dois Poemas e alguns registros

BEM VINDO ( Blimer/2010)

Olá, sou sua solidão
E vim aqui somente pra dizer
Que não penso mais em você
Você me abandonou
Depois que se apaixonou
Por um cabide pendurado no armário
Você passou a olhar pra mim de modos diferentes.

(blimerknup@hotmail.com)



POEMA ESPARSO IV

Vou te entregar
o resto do meu tempo
numa bandeja.
Espero que o gastes
de maneira sábia,
de maneira louca
como aquele
que não vive o ontem
nem o amanhã.

(Poemas à flor da pele, Pinheiro Neto, 2010)

RECEBI E AGRADEÇO

1- Revista Literária A ILHA – Suplemento Literário, Nº. 116, um trabalho
sério e importantíssimo na divulgação da cultura catarinense e brasileira feito por Luiz Carlos Amorim.
2- Boletim do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA, Nº. 154.
3- Folha com poemas de Blimer, um poeta das esquinas, das sinaleiras, das ruas, que lembra o tempo dos mimeógrafos, das fotocópias, quando ainda fazíamos o poema passar de mão em mão gratuitamente, só para vê-lo circulando e lido.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

SEMANA LITERÁRIA (DOS NAMORADOS) EM BLUMENAU

Em comemoração ao dia dos namorados, em 2005 a Biblioteca Municipal idealizou uma Semana Literária com um toque romântico, afinal de contas aconteceria anualmente e teria como nome: Semana dos Namorados.

A ideia era (e é) reunir os amantes da leitura, da literatura, do livro e da biblioteca em atividades que pudessem tornar a Biblioteca Municipal um espaço vivo, ativo e frequentado pela população.

Além daquele toque feliz de quem está amando, o evento teria que buscar uma cultura para homenagear, valorizar, estudar e divulgar. Desde então a Semana dos Namorados escolhe uma cultura, que já foi Grega (2005), Árabe (2006), Latino-Americana (2007), Alemã (2008), Italiana (2009), Nordestina (2010) e realiza exposição, palestra, momentos de prosa com escritores, declamação de poemas, distribuição de receitas, além disso, a dança, o som, o cheiro e o sabor da cultura são experimentados.

Em 2011, a sétima edição da Semana dos Namorados buscará na riqueza da Cultura Africana os motivos para suas atividades que seguem abaixo e já estão disponíveis para agendamento (gratuito).

06/06 (segunda-feira)
9h– Proseando com o escritor: Literatura Africana com Viegas Fernandes da Costa (Biblioteca da FURB)
15h – Proseando sobre música afro-brasileira e africana com Carlos José Silva “Tigre” (do Grupo Muzenza da FURB)

07/06 (terça-feira)
9h – Proseando com o escritor: Gêneros Literários com Gervásio Luz (professor, escritor e jornalista)
15h– Proseando sobre Samba e identidade Brasileira com Carlos Silva (do Batuque na Cozinha na Rádio FURB ; do Programa Cidadania da TV FURB ; e integrante do Grupo Confraria do Samba)

08/06 (quarta-feira)
9h– Proseando com o Escritor: Diálogos Brasil-África com José Endoença Martins (professor da FURB)
15h – Proseando sobre Religião Africana com Pepe Sedrez (da Cia Carona de Teatro) *

09/06 (quinta-feira)
19h Sarau Literário (público convidado: comunidade em geral)
Banda Municipal de Blumenau - Músicas coreografadas
Ia ia Massemba – Gilmara Mendes e Cleber Fabiano
Dança de Oxum (Orixá do Amor) – Grupo Capivara de Dança Rítmica
Há sempre um nome de mulher - FATUM Contadores de Histórias
Confraria do Samba
Declamação de Poemas
Noite de Autógrafos **
Instalação Multimídia OpiopticA

10/06 (sexta-feira)
15h– Proseando com o historiador: Moçambique e a África contemporânea com Ricardo Machado (professor da FURB)

TODOS OS DIAS (de 6 a 30 de junho)
Visitas à Exposição da Cultura Africana
Distribuição de Preservativos Poéticos do escritor JC Ramos e Materiais Informativos do (GAPA/SC)
Cesta de Poemas
Distribuição de Receitas da Culinária Africana

Local: Biblioteca Municipal Dr. Fritz Müller
Alameda Duque de Caxias, 64 – Centro (popular Rua das Palmeiras)
Participações com agendamento prévio pelo telefone 3326-6787 - Vagas Limitadas

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Joel de Oliveira e seu "Coração Poente"





No próximo dia 20, sexta feira, o poeta Joel de Oliveira Gonçalves estará lançando seu livro de poemas intitulado “Coração poente”. O evento ocorrerá às 20 horas na Biblioteca Machado de Assis, em Balneário Camboriú.
Infelizmente não poderei estar presente ao lançamento mas podes crer, meu amigo, a torcida pelo teu sucesso nessa noite será engrossada pela força do meu pensamento e do meu regozijo.
Tive o privilégio de conhecer pessoalmente Joel quando do lançamento do meu livro de contos “Histórias de (a)mar e outras” naquela cidade, em 2010. Conversamos bastante sobre poesia, literatura e sobre futuros projetos. Publico a foto daquele evento, quando estou ladeado por Joel e pela então presidente da Academia de Letras de Balneário Camboriú, escritora Marah e a foto da capa do novo livro do poeta.

Segundo o próprio autor, "Coraçao poente é um livro de poemas líricos, românticos” com 68 paginas e editado sobre a chancela da Academia de Letras de Balneário Camboriú. É, na verdade, o segundo livro de Joel, o primeiro foi lançado em 2006 e se chama "Anjos da chuva", tambem de poemas..
Joel de Oliveira é nascido no vizinho estado do Paraná mas vive em Santa Catarina desde 1989. Vem, como ele mesmo diz, “de uma familia muito pobre mas sempre honesta; éramos bóias frias lá no Paraná. Terminei meus estudos depois dos vinte anos {supletivo}, nao tenho curso superior”.
É membro fundador da Academia de Letras de Balneário Camboriú e agora também faz parte da UBT- União Brasileira de Trovadores fundada mês passado em Itajaí. Atualmente trabalha na construção civil como operador de guincho, mas já passando por promoção.

CINEMA INFANTIL: Mostra lança caixa com 33 filmes brasileiros para crianças


Lançamento ocorre em cinco cidades catarinenses a partir do dia 17 de maio

Escolas, Cineclubes e Pontos de Cultura de Santa Catarina vão receber gratuitamente uma Caixa com três DVDs com 33 curtas-metragens brasileiros exibidos nos últimos 10 anos na Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. O lançamento ocorre no dia 17 de maio em Florianópolis, dia 18 em Lages, dia 19 em Chapecó, dia 23 em Criciúma, e no dia 3 de junho em Joinville.
A programação pelas cinco cidades prevê também um circuito estadual com sessão de cinema para crianças e palestra com Luiza Lins, diretora da Mostra, sobre a importância do conteúdo audiovisual infantil na formação do cidadão. “Vou falar sobre realização de um evento com organização, qualidade e respeito pela infância”, diz Luiza.
Os DVDs vão suprir a falta de filmes infantis brasileiros no mercado, tanto para escolas como para cineclubes. O lançamento vai de encontro ao Projeto de Lei do senador Cristovam Buarque, que prevê a obrigatoriedade de pelo menos duas horas mensais de filmes brasileiros em escolas da educação infantil, ensino fundamental e médio sem configurar como matéria, mas como atividade extra. O projeto já foi aprovado no Senado Federal e tramita na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.
Os 33 curtas metragens infantis, com aproximadamente 6 horas de duração, estão legalmente autorizados para exibição pública gratuita. O lançamento da Caixa é uma comemoração aos 10 anos da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis e na abertura, no dia 23 de junho, os filmes serão disponibilizados gratuitamente para todo o Brasil com a abertura do Canal para a Infância no site www.filmesquevoam.com.br.
O objetivo do lançamento da Caixa e do Circuito Estadual de Cinema Infantil pelas cinco cidades catarinenses visa também catalogar escolas, cineclubes, pontos de culturas e outras entidades culturais interessadas em receber os DVDs.

O quê: Lançamento da Caixa de DVDs 10 Anos da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, do Circuito Estadual de Cinema e Palestra sobre Conteúdo Audiovisual Infantil com Luiza Lins.
Quando: 17 de maio, terça-feira, com sessão de cinema às 14h, palestra às 16h30, e lançamentos da Caixa de DVDs e do Circuito às 19h.
Onde: Fundação Cultural Badesc. Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis.
Quanto: gratuito.

PROGRAMAÇÃO
(Lages, Chapecó, Criciúma e Joinville)

14h, sessão para crianças
16h, palestra sobre cinema infantil com Luiza Lins e lançamento da Caixa
Dia 18/maio
Câmara de Dirigentes Lojistas
Rua Coronel Córdova, 332, Centro, Lages

Dia 19/maio
Centro de Cultura e Eventos
Rua Assis Brasil, 20-D, Centro, Chapecó

Dia 23/maio
Ponto de Cultura Multiplicando Talentos
Avenida Centenário, 2575, Centro, Criciúma
Dia 3/junho
Sesc.
Rua Itaiópolis, 470, América, Joinville

CONTATO
Luiza Lins
Diretora da Mostra
(48) 3232-5996, 9980-6908
www.mostradecinemainfantil.com.br
luizalins@mostradecinemainfantil.com.b