terça-feira, 27 de setembro de 2011

Confraria da Leitura-pn Edição 28

FUNDAÇÃO FRANKLIN CASCAES LANÇA O
18° FLORIPA TEATRO – FESTIVAL ISNARD AZEVEDO

A Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC) promoverá nesta sexta-feira (30/09), às 19h, em sua sede, no Forte Santa Bárbara, uma festa para lançar o 18° Floripa Teatro – Festival Isnard Azevedo. É a primeira vez que se realiza um evento para deflagrar um dos mais importantes festivais de teatro do Sul do Brasil, que ocorrerá de 8 a 16 de outubro.
O lançamento é gratuito e aberto ao público, que será entretido no salão principal e na área externa com performances de artistas que integram o Coletivo Circo Floripa – uma iniciativa de palhaços, atores, trapezistas, mágicos, ilusionistas e equilibristas que atuam em projetos individuais na região da Capital. No pátio, serão armadas lonas para abrigar os convidados e uma banda que animará a noite.
Na oportunidade, o superintendente Rodolfo Joaquim Pinto da Luz fará um breve pronunciamento sobre o Floripa Teatro e, na sequência, será conhecida a programação deste ano, que terá a maior abrangência geográfica de sua história: 55 locais na Ilha e no continente, alguns atendidos pela primeira vez. Esta edição também atinge novo recorde em quantidade de sessões, com 144 apresentações, sendo apenas nove delas com cobrança de entrada.
Um vídeo institucional gravado ano passado será exibido em telão para que os presentes conheçam um pouco mais da proposta e da dimensão que o Isnard Azevedo alcançou desde sua criação, em 1993. Durante o lançamento será anunciada a abertura das inscrições para as nove oficinas ministradas gratuitamente por grupos locais e de outros estados, bem como a disponibilização dos ingressos. O site oficial do evento também será apresentado na mesma noite.
O 18° Floripa Teatro levará 39 espetáculos e intervenções provenientes de seis estados a teatros, casas de espetáculo, lonas, pátios, estacionamentos, largos e calçadões, escadarias, jardins, associações comunitárias, parques, praças, agremiações carnavalescas, campos e quadras de esportes, shoppings, bibliotecas, centros comerciais, supermercados, espaços culturais, terminais de transporte coletivo, escolas, rodoviária e aeroporto.



PONTO DO POETA

Troco teu olhar
Por um verbo.
Teu sorriso
Por um poema.
Vice verso.

(Pinheiro Neto LM., set/2011)

Confira minha coluna no jornal Leste da Ilha

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Confraria da Leitura-pn Edição 27

TRINTA RÉIS

Recebi das mãos do meu particular amigo Artêmio Zanon, dinâmico e brilhante Presidente da Academia São José de Letras – ASAJOL, o número 56, (referente a maio deste ano) do Boletim Informativo daquele Sodalício, intitulado O Trinta Réis.
Meticulosamente elaborado, com trinta páginas, no tamanho 14x21, denota o cuidado e o esmero editorial e a seleção de seu conteúdo. Destaque para os seguintes conteúdos: Otaviano Ramos, por Artêmio Zanon; O Silêncio do Olhar (sobre o romance de Kátia Rebello) por Rudney Otto Pfützenreuter: Coisas de Dom Pernetty, por Osmarina Maria de Souza.
Excelentes as duas homenagens/matérias elaboradas sobre dois escritores (literatos, críticos, historiadores da nossa literatura, criadores e editores): Abel Beatriz Pereira (páginas 18 a 22) e sobre Osvaldo Ferreira de Melo (páginas 27 e 28).
Destaque para a publicação dos poemas Haste Verde (Augusto Barbosa Coura Neto); Supremo Conforto (Otaviano Ramos); Rei Morto, Rei Posto ( Roberto Rodrigues de Menezes); Amada (Solange Rech); Pedaços de Mim, O Rio da Minha Infância e Jesus (Abel Beatriz Pereira); Outono e Lago Azul ( Nadir Helena de Bastos); Círculo Virtuoso e Certidão de Ofício (Artêmio Zanon).
Destaque ainda para a foto da placa em homenagem à ex-Acadêmica Hermelinda Izabel Merize e à inserção da letra do Hino do Município de São José (letra e música do maestro José Acácio Santana), na contracapa da revista.
Parabéns a todos os acadêmicos, confrades daquele Sodalício, por terem à frente de sua entidade tão dedicado, competente e compromissado Presidente, como o é, Artêmio Zanon. Por isso mesmo, não o deixem só. Ensejo que vocês participem, colaborem, e estejam sempre presentes às realizações, aos eventos e, principalmente no cotidiano da ASAJOL.



JAZZ EM JOINVILLE


Recebi da Lily Blumerants e repasso para vocês: “Vem aí o JAM NO MAJ - Jazz no Jardim do Museu de Arte, sempre aos domingos a partir de 17:00.
Na primeira edição, dia 25 de setembro serão 2 bandas numa conversa afinada, uma prosa improvisada entre os GRUPOS TITELÊS e DEDO DE PROSA. Participações dos saxofonistas ClÁUDIO MORAES e GLEDISON ZABOTE e LILY BLUMERANTS homenageando as grandes divas do jazz. Haverá uma tenda para garantir a realização dos eventos, mesmo com chuva.
Na segunda edição, dia 23 de outubro, os músicos Roger Felten e Guto Machado abrirão com o especial "CHORANDO NO JAZZ" para depois o Grupo do pianista EDILSON FORTE GRACIANO entrar com o especial "CAINDO NO SAMBA JAZZ" com a participação do trombonista SERGIO COELHO, JAJA BATUCADA no pandeiro e LILY BLUMERANTS vocal.

Na terceira edição, dia 04 de dezembro, o especial vai ser de "LATIN JAZZ" com o QUARTETO DE LILY BLUMERANTS e o QUARTETO do pianista argentino SITO LOZZI com participações super especiais do trompetista uruguaio FIDEL PIÑERO e o acordeonista ORIMAR HESS JR homenageando Astor Piazzolla.

O JAM NO MAJ é um projeto aprovado pelo SIMDEC 2011 (Sistema de Desenvolvimento pela Cultura) patrocinado pela Fundação Cultural e Prefeitura Municipal de Joinville.

Os eventos aconteceram simultaneamente ao tradicional evento "PIQUENIQUE ECOLÓGICO CULTURAL" promovido pelo Museu de Arte de Joinville a partir das 10:00 com várias atrações.
VIVA A MÚSICA !”


MÊS GLAUBERIANO NO CINE PITANGUEIRA

O mês é glauberiano no cine Pitangueira. Em alusão aos 30 anos da morte de Glauber Rocha, estão sendo exibidos quatro longas do diretor. Na terça (13), às 19h, está em cartaz O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro. Estão programados também Cabeças Cortadas, de 1970 (dia 20), e A idade da terra, de 1980 (dia 27).
O Dragão ... narra a história de Antônio das Mortes, um pistoleiro contratado para matar um novo líder cangaceiro que surge no interior do Brasil. Ele realiza sua missão, ao mesmo tempo em que entra em confronto com jagunços e um velho coronel que domina a região.
Na sessão infantil, às 15h, está agendado O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes, de Rafael Ribas e Walbercy Ribas. O longa de animação fala do grilo que compõe suas músicas para alegria dos habitantes da floresta, e agora deseja gravar um CD.
Mas a descoberta de fósseis de insetos gigantes faz com que o grilo se envolva em uma inesperada aventura, que o obriga a enfrentar um bando de perigosos louva-deuses comandados por Trambika.
O Cineclube Pitangueira é uma realização da Cinemateca Catarinense e do Fundo Municipal de Cinema com o apoio da Prefeitura. Municipal de Florianópolis e da Fundação Franklin Cascaes.

O quê: Cine Pitangueira exibe O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes, de Rafael Ribas e Walbercy Ribas, às 15h, e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha, às 19
Quando: terça, dia 13 de setembro.
Onde: Casa das Máquinas do Casarão da Lagoa. Praça Bento Silvério, Lagoa da Conceição, Florianópolis.
Quanto: gratuito.

PONTO DO POETA

Trago no corpo
digitais de chagas
não curadas.

(de Vi(vi)da, 2010)


Visite minha coluna no jornal Leste da Ilha

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Confraria da Leitura-pn Edição 26



NOS SERTÕES DO SÃO FRANCISCO

Recebi das mãos do querido confrade José Artulino Besen, devidamente autografado, um exemplar da segunda edição de seu livro Nos Sertões do São Francisco: recordações do mundo sertanejo.
A clareza e objetividade da narrativa e a excelência das fotos em preto e branco, tiradas todas pelo autor do livro, nos fazem viajar, sofrer e sorrir com as águas do São Francisco que, de longe na maioria das vezes, acompanham a lida e a persistência do sertanejo brasileiro.
Considero extremamente importante reproduzir aqui o prefácio escrito por Júlio de Queiroz pois resume com clareza o que passa ao leitor a obra do Padre Besen.
“É estranho o modo pelo qual uma obra literária autêntica se afirma. Longe de louvores descabidos de grupelhos, tão exagerados quanto inconstantes, as obras de genuíno valor vão lentamente se propalando em círculos crescentes, tocando sensibilidades, exigindo mais leitores.
Um é o gosto da terra árida e ingrata que faz com que aqueles que nela vivem sejam lacônicos, avaros de trejeitos verbais.
Um outro é o gosto da gente que vive sem rodeios. Desde sempre abandonada e menosprezada.
Mas há também o gosta da hospitalidade genuína de quem sabe o acre sabor da fome permanente.
Junte todos estes gostos e ter-se-á o gosto da vida. De vida dura, tão dura que não permite sequer um único sonho do universo burguês. É viver a dura vida e ter a mortalha pronta.
Mas este livro tem, acima de todos estes aspectos, o gosto da fraternidade legítima – este mais belo fruto humano do cristianismo. E é por isto que ele floresce numa empatia comovedora. Ficaria menor se aceitasse ser neutro estudo social; ficaria menor ainda se decaísse para relatos caricaturais de costumes, gentes, situações e época.
“Nos Sertões” – a mais brasileira das paisagens – “do São Francisco”, o mais brasileiro dos rios – o que se testemunha é um descendente de emigrantes alemães, ido do Sul, distribuir sua fé, seu “ser para o outro” e, no constante milagre deste país magnífico, chamar de irmãos todos os dele tão diferentes; deles, sofrer as dores; com eles dividir esperanças rudes e pequenas alegrias imediatas e os dramas imensos que a parcimônia do viver não deixa virar epopéias.
Neste livro, os do Sul descobrirão uma parte do Brasil que o coração do Padre José A. Besen orvalhou e, dele, lhes trouxe os neologismos encantadores, a justeza do bem dizer sem escolaridades e a fidelidade inconsciente àquilo que faz com que o Brasil seja brasileiro.”

Quem é José A. Besen

O padre José Artulino Besen nasceu em Antônio Carlos, Santa Catarina. Realizou os estudos em sua terra natal, no Seminário de Azambuja e na Universidade Gregoriana, em Roma. Foi ordenado sacerdote em 3 de julho de 1976, pela imposição das mãos de Dom Afonso Niehues.
Seu primeiro campo de trabalho foi lecionar no Seminário de Azambuja, na Fundação Educacional e Brusque e no Instituto Teológico de Santa Catarina, em Florianópolis.
Em 1984 foi nomeado primeiro pároco de São Francisco Xavier, Saco Grande II, no norte da Ilha de Santa Catarina. Três anos depois viajou para a diocese de Barra, no sertão baiano, tendo sido pároco em Oliveira dos Brejinhos e Ipupiara e administrador paroquial de Brotas de Macaúbas. Retornando em 1990, foi provisionado nas paróquias de Saco dos Limões, Catedral Nossa Senhora do Desterro e, desde 2001, Nossa Senhora de Lourdes, Agronômica, todas na Ilha de Santa Catarina. Atualmente é provisionado na paróquia de São José, na Grande Florianópolis.
Há 25 anos é professor de História da Igreja no ITESC, publicou diversos livros no campo da história eclesiástica e da hagiografia (biografia de santos) e muitos artigos em revistas e jornais. É membro da Academia Catarinense de Letras (cadeira 13) e sócio do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina.

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HOMENAGEM

Manoel Inácio da Silva Alvarenga (1749-1814), na Arcádia Alcindo Palmireno, nasceu em Vila Rica. Poesia: O Desertor, 1774; Glaura, 1799. J. Norberto de Souza e Silva reuniu as Obras Poéticas em 1864. Em 1948, edição de Glaura por Afonso Arinos de Melo Franco (INL).

O JASMINEIRO (Rondó XI)

Venturoso Jasmineiro,
Sobranceiro ao claro Rio,
Já do Estio o ardor se acende,
Ah! Defende este lugar.

Ache Glaura na frescura
Destas penhas encurvadas
Moles heras abraçadas
Com ternura a vegetar.

Ache mil e mil Napéias,
E inda mais e mais Amores,
Do que mostra o campo flores,
Do que areias tem o mar.

Venturoso Jasmineiro,
Sobranceiro ao claro Rio,
Já do Estio o ardor se acende,
Ah! defende este lugar.

Branda Ninfa que me escutas
Desse monte cavernoso,
Nem o raio luminoso
Nestas grutas possa entrar.

Hás de ver com dor, e espanto,
Como pálida a Tristeza
Dos seixinhos na aspereza
Faz meu canto congelar.

Venturoso Jasmineiro,
Etc., etc., etc..

(Glaura, Lisboa, Oficina Nunesiana, 1799, págs. 44-47

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ZÉ PERRI, O DOC, *
João Carlos Mosimann* *

Depois que dois amigos saíram decepcionados do cinema após assistirem a DeSaint-Exupéry a Zé Perri resolvi conferir. Um deles, grande poeta, a quem os aspectos lúdicos poderiam até agradar, não se convenceu. Os dois deixaram a sala frustrados com a falta de evidências, qualquer vestígio da presença do piloto em Florianópolis.
O pretenso Doc usou o estilo clássico de documentário, alternando formas como depoimentos, imagens e uma locução over, conhecida no cinema como voz do saber, um artifício para dar credibilidade ao tema. A fala, melódica e aveludada, posta sobre uma imagem do piloto, por exemplo, faz referência às várias vezes que esteve no Campeche. Os escolares que o assistirem certamente acreditarão.
O verdadeiro documentário serve de fonte de informação para todos os que pretendem saber como foi e como aconteceu, uma forma de registro e mediação da realidade, calcada em fatos reais, segundo Manuela Penafria, uma especialista. E esse não foi o caso, infelizmente! Fiel ao imaginário de Deca Rafael, mas enganoso com relação à presença do piloto. E é justamente a associação feita a Saint-Exupéry de forma artificiosa que configura uma reinvenção da memória do pescador, essa representação que lhe confere falta de credibilidade.
Os aviadores franceses merecem a reverência dos catarinenses, como mereceram de argentinos e chilenos. Na qualidade de heróis de um período histórico da aviação e da aventura humana, do qual o campo do Campeche fez parte. Entre eles sobressaía Mermoz, símbolo da epopeia e modelo de todos os aviadores, este, sim, habitué do Campeche. Mas que a homenagem seja espontânea, natural, baseada na verdade dos fatos. A transformação da área do Campeche em complexo turístico e cultural, como algumas autoridades sonham, pode prescindir de artifícios e de invencionices que, seguramente, serão desmentidos num futuro não muito longínquo.
* TEXTO PUBLICADO DIA 20/08/2011 NO DC (9267)
** PESQUISADOR E ESCRITOR


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PONTO DO POETA

Trago no peito
Cicatrizes de verbos
Mal conjugados.

(Vi[vi]da 1, 05/09/2011)


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