terça-feira, 8 de novembro de 2011

Confraria da Leitura-pn Edição 29

NOVO LIVRO DE DAVID

Recebi pelo correio “A princesa e o anjo negro” , devidamente autografado, o mais novo livro de contos de David Gonçalves, um escritor catarinense dos mais destacados no cenário nacional. Tenho a honra de considerá-lo meu amigo.
No formato “de bolso”, lançado pela editora Sucesso Pocket de Joinville, o livro reúne quinze excelentes contos escritos, segundo o autor, “no começo deste século”. Listo porque considero importante todos os quinze, sem ressaltar os que mais gostei: Algo rói dentro do peito; Florisbela e o jardim de ervas; A mulher barbada; Casa de Mulheres; A volta que o mundo dá; Sapatos de capim; Estranha e indesejada visita; Maria Sucuri; A montanha se move; O sol caía alaranjado, Ninguém traz uma estrela na testa; Homens e pássaros; Geada negra; Emboscada; e o conto que dá nome ao livro, A princesa e o anjo negro.
Sou um fã do que David escreve. Aprecio muito seus textos. Eles me prendem à leitura, incitam à continuidade, promovem a transgressão do tempo disponível. Envolvem e permitem a participação do leitor enquanto co-autor das histórias.

Um pouco sobre David

David não é catarinense de nascimento; nasceu em Jandaia do Sul, no vizinho Estado do Paraná, mas reside em Joinville, onde despontou para a literatura, há tanto tempo que não pode mais deixar de ser considerado como “um bom catarina da cepa”.
Professor universitário e consultor de empresas, ministra cursos e palestras sobre literatura, comunicação, liderança e marketing. Filho de pequenos agricultores, conviveu com os trabalhadores rurais e, dessa convivência, mantida até hoje, extrai a sua força literária. Seu primeiro livro [1972], o romance “As flores que o chapadão não deu”, foi recolhido pelo regime militar e permaneceu 16 anos na gaveta.Hoje está na sétima edição. Sua tese de mestrado, “Atualização das formas simples em ‘Tropas e boiadas’, livro de Hugo de Carvalho Ramos, orientada por Gilberto Mendonça Teles, é indispensável aos estudiosos de Literatura, Folclore e Comunicação.

Regionalismo

Nesse novo livro de contos, David inclui uma nota pessoal sobre uma discussão que há muito vem permeando os comentários e críticas a respeito da obra literária que produz: é regionalista ou não?
Diz David: “Cansei-me de ouvir que o regionalismo está ‘morto’, que se esgotou como fonte literária etc. Confesso que sou filho de Hugo de Carvalho ramos, Simões Lopes, Valdomiro Silveira, Monteiro Lobato, Mário de Andrade, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, João Guimarães Rosa, Bernardo Elis e outros. Nunca me subjuguei a modismo. Escrevo, enfim, sobre o homem da minha aldeia. Quadrínculo é o palco de todas as paixões possíveis. A realidade e o estranho se unem de uma forma única e grotesca. Este país rural, que passa hoje por uma revolução tecnológica, me encanta e, ao mesmo tempo, me deixa constrangido. O êxodo rural ainda não se findou e as periferias das grandes cidades estão cada vez mais inchadas e violentas. Escrevo, pois, sobre os deserdados da vida. Se o que faço é regionalismo, não sei. A riqueza e a miséria estão a olhos vistos, por todos os lados.”

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HOMENAGEM

Manoel Inácio da Silva Alvarenga (1749-1814), na Arcádia Alcindo Palmireno, nasceu em Vila Rica. Poesia: O Desertor, 1774; Glaura, 1799. J. Norberto de Souza e Silva reuniu as Obras Poéticas em 1864. Em 1948, edição de Glaura por Afonso Arinos de Melo Franco (INL).

O JASMINEIRO

RONDÓ XI


Venturoso Jasmineiro,
Sobranceiro ao claro Rio,
Já do Estio o ardor se acende,
Ah! Defende este lugar.

Ache Glaura na frescura
Destas penhas encurvadas
Moles heras abraçadas
Com ternura a vegetar.

Ache mil e mil Napéias,
E inda mais e mais Amores,
Do que mostra o campo flores,
Do que areias tem o mar.

Venturoso Jasmineiro,
Sobranceiro ao claro Rio,
Já do Estio o ardor se acende,
Ah! defende este lugar.

Branda Ninfa que me escutas
Desse monte cavernoso,
Nem o raio luminoso
Nestas grutas possa entrar.

Hás de ver com dor, e espanto,
Como pálida a Tristeza
Dos seixinhos na aspereza
Faz meu canto congelar.

Venturoso Jasmineiro,
....................................

(Glaura, Lisboa, Oficina Nunesiana, 1799, págs. 44-47

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INTERNATIONAL WRITERS

A IWA – International Writers and Artists Association – foi fundada em 1978. Em 1998, quando completou 20 anos de existência, organizou um evento para comemoração no Rio de Janeiro, onde compareceram membros de muitos países, como Japão, Grécia, Bósnia, Colômbia, Uruguai, Argentina e mais de duzentos membros brasileiros.
A sede da IWA é em Toledo, Ohio, nos Estados Unidos, e a língua oficial é o Inglês. Opera, entretanto, também em Francês, Italiano, Espanhol e Português.
A diretoria da IWA é composta por integrantes de diversos países, como a República Checa, a Rússia, Cuba, USA, Turquia, Tunísia, Algéria, Coréia, Japão, etc., com representante inclusive junto à UNESCO.
A IWA apoia os direitos e liberdades da Declaração Universal dos Direitos Humanos para todos os povos, no mundo inteiro. Além disso respeita a compreensão de todas as culturas e tradições étnicas, liberdade de expressão e diversidade nos limites de um mundo justo. Mais fundamental do que a liberdade de expressão e diversidade é para a IWA a rejeição do racismo, sexismo, tribalismo e preconceito pela idade, com o empenho em cultivar os valores que levam à realização da felicidade do ser humano.
Entre as atividades da IWA estão as nomeações para o Prêmio Nobel da Paz e para o Prêmio Nobel de Literatura, nomeações para o Prêmio de Ativista da Fundação Gleitsman, de anunciar e apoiar os congressos de Literatura e Arte por outras organizações que oferecem prêmios para os melhores escritores e artistas. A IWA também reconhece o valor e presta homenagem aos escritores e artistas anônimos.
A IWA possui atualmente 1500 membros em 132 países, incluindo príncipes, lords, escritores com Prêmio Nobel da Paz e da Literatura, ex-presidentes, acadêmicos e imortais. Alguns exemplos: Príncipe di Cnosso e di Manzanille, da Itália; Marquês K. Vella Harber, Malta; Fidel Castro Ruz, Cuba; Eduardo Galeano, Noan Chomsky, Toni Morrison; Ariano Suassuna, Fernando Henrique Cardoso, Thiago de Mello, Frei Beto, Leonardo Boff, Isabel Allende, Rigoberta Menchú, dentre inúmeros.
A IWA tem como presidente Teresinka Pereira, escritora brasileira, residente e domiciliada em Ohio, nos Estados Unidos.
Website: http://internationalartistwritersassociation.blogspot.com/

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PONTO DO POETA


Meu ser
meu poder
meu ter
vão buscar a vontade
de trazer teu corpo
pra cicatrizar
a vontade
de amar
ou não.

(Pinheiro Neto LM., set/2011)

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