quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Edição nº. 57








 PAPO NA CONFRARIA : SALOMÃO RIBAS JUNIOR



1) O que te motivou a escrever?
O que me motivou a escrever e me motiva é a necessidade. No começo a necessidade de provar a mim mesmo que sabia escrever. Depois, a necessidade de ser aprovado na escola. Ao mesmo tempo a necessidade de ganhar dinheiro como redator de rádio e jornal. E hoje a necessidade de buscar a perenidade ou mesmo a eternidade. O escritor sonha em viver eternamente nos seus escritos. Não acreditem em quem disser que quer mudar o mundo.

2) Cite três livros (e respectivos autores) mais significativos em tua vida.
Muitos livros me impressionaram. Reduzir a apenas três é difícil. Digamos que entre aqueles tantos posso destacar: O Egípcio (Milka Waltari), o primeiro livro que li; O Homem Medíocre (José Ingenieros) que me afastou da rotina intelectual e Raízes do Brasil (Sergio Buarque de Holanda) que me ensinou os primeiros passos para compreender o Brasil e os Brasileiros.

3) Indique um livro (Literatura Brasileira) para leitura de: Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior.
Para o ensino fundamental recomendo “O Sítio do Picapau Amarelo” de Monteiro Lobato.
Para o ensino médio “Aos Espanhóis Confinantes” de Othon D’Eça.
Para o ensino superior “Geração do Deserto” de Guido Wilmar Sassi. 

4) Como se dá o processo da escrita em tua prática cotidiana?
Sou muito lento na produção literária. E escrevo pouco nas colaborações jornalísticas. Os meus últimos livros foram ensaios sobre administração, controle público, ética e combate a corrupção. O maior desafio foi pesquisar, ler cerca de 300 livros e escrever tese de doutorado sobre corrupção pública e privada. Procurei conciliar a linguagem acadêmica com texto jornalístico. Felizmente, mereci aprovação “cum laudem” da Universidade de Salamanca. Agora, espero escrever um pouco mais no campo literário. Especialmente para os meus netos estou contando algumas historias de minha infância. 

5) Fale sobre o apoio dispensado pelos setores públicos e privado à literatura.
O incentivo à literatura é pequeno. O poder público, por dever, deveria fazer bem mais do que faz. A iniciativa privada, ainda que por interesse, poderia destinar mais recursos a programas de apoio à literatura. Algumas empresas poderiam destinar alguma coisa porque não investem rigorosamente nada. O pouco que entregam é fruto da renúncia fiscal (incentivos). Não recolhem os impostos e agem como modernos mecenas. Isto é, do seu, não sai nada ou sai pouco.
Do lado do poder público a alocação de recursos para apoiar a literatura não é destacada nas leis (LDO, LOA e PPA). É item perdido entre as dotações para cultura, conceito muito amplo. Bastaria asfaltar meia dúzia de quilômetros a menos, o que em nada altera o programa rodoviário e teríamos cerca de R$ 7 milhões para apoiar a literatura. E outras áreas culturais.        

6) Fale do papel das Academias de Letras em relação à Língua e à Literatura.
As Academias de Letras deveriam ter um papel mais eficaz na defesa da língua portuguesa e no apoio à produção, edição e distribuição de livros. Muito é tentado, reconheçamos, mas há uma certa distância entre as academias e as escolas em geral e universidades em particular. Também é grande a distância com os escritores não integrantes das academias.
Essas distâncias precisam encurtar. É necessária uma aproximação maior com a mídia, em especial a eletrônica. São grandes usuários e difusores da língua. Os seus acertos e erros influenciam a língua falada. Somos muito ausentes do mundo eletrônico que nos cerca. E aí falhamos na parte que nos cabe na defesa da língua.     


(*) Ocupante da Cadeira 38 da Academia Catarinense de Letras.



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POEMAS À FLOR DA PELE, VOLUME 8

REGULAMENTO ( PARTICIPE, AINDA DÁ TEMPO)
  

Nome: Antologia Poemas à Flor da Pele, volume 8
Capa: cordas que lembrem o infinito, ideia da autora e artista digital Iara Pacini
Convidados especiais para o prefácio e orelhas:

Dyandreia Portugal – Rio de Janeiro/RJ (prefácio)
Marco Araujo Porto Alegre/RS (orelha)
Pinheiro Neto – Florianópolis/SC (Orelha)
Sonia Maria Grillo - Vitória/ES -  apresentação
Texto contracapa – Leinecy Pereira Dorneles – Rio Grande/RS

As condições para os escritores participarem são as seguintes:

1 - O volume 8 é promovido por Poemas á Flor da Pele, Editora Somar, realizado em Porto Alegre/RS, responsáveis pela promoção e edição de autores no Brasil.

2 - Estão abertas as inscrições para 30 autores a partir de 15 de dezembro de 2013 a 28 de fevereiro de 2014. Caso o número de participantes ideal seja atingido, as inscrições poderão ser encerradas antecipadamente.  

3 - Poderão participar da antologia todas as pessoas físicas maiores de 16 anos, de qualquer nacionalidade ou residentes em qualquer país, desde que escreva em Língua Portuguesa.

4 – o tema será livre e composto por diversos gêneros literários, sendo que o escritor pode enviar contos, poemas, trovas, haicais, sonetos, crônicas ou outros.

5 - TEXTOS E VALORES

A participação se dará no sistema de cotas, sendo que cada autor deverá proceder ao pagamento da seguinte forma:

Poesia:
- 1 página = 1 poema = foto = um contato = 5 livros = R$ 100,00
- 3 páginas = 3 poemas = foto = um contato = 15 livros = R$300,00
- 5 páginas = 5 poemas = foto = um contato = 20 livros = R$ 500,00

Contos e Crônicas:
- 1 página = 1 conto ou uma crônica= 1 foto = contato = 5 livros = R$ 100,00
- 2 páginas = 1 conto ou uma crônica = 1 foto = contato = 10 livros = R$ 200,00;
Acima de duas páginas, na formatação final, será acrescido sempre cinco livros e o valor de R$ 100,00 por página;

- Os sócios da Associação Cultural Poemas à Flor da Pele terão 20% de desconto, no valor da antologia, desde que em dia com a Entidade;

6 – Informações gerais:

- Os textos recebidos serão examinados por comissão de escritores da Poemas. A avaliação se dará com base nos seguintes critérios: criatividade e originalidade do texto, qualidade e correção do mesmo.

- Os textos devem vir obrigatoriamente revisados, e mesmo assim, será feita análise por pessoa habilitada ou professor, de acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa;

- Ao se inscrever na Antologia o autor autoriza automaticamente a veiculação de seu texto e imagem, sem ônus para a Editora Somar nos meios de comunicação existentes ou que possam existir com a intenção de divulgar a antologia.

- Os participantes concordam em autorizar, pelo tempo que durar a antologia com a editora, que a organização faça uso do seu texto, suas imagens, som da voz e nomes em mídias impressas ou eletrônicas para divulgação da Antologia, sem nenhum ônus para os organizadores, e para benefício da maior visibilidade da obra e seu alcance junto ao leitor.
- É de total responsabilidade dos participantes a veracidade dos dados fornecidos à organização da Antologia.
- Não serão aceitos textos política ou religiosamente tendenciosos, que expressem conteúdo racista, preconceituoso, que façam propaganda política ou contenham intolerância religiosa de culto ou ainda possuam caráter pornográfico.
- Não serão aceitos textos que possam causar danos a terceiros ou que divulguem produtos ou serviços alheios.
- Os textos não deverão ter ilustrações ou gráficos.
- O ISBN é o registro feito pela Editora, mas o ideal é que os autores façam o registro de suas obras junto à Biblioteca nacional.

7  – Outras informações
- Participantes das antologias anteriores (mínimo 3 edições anteriores a novembro de 2013 e/ou  sócios Poemas à flor da Pele) pagarão o preço especial de R$ 80,00 (oitenta reais, a página ). Os pagamentos poderão ser feitos à vista ou em duas parcelas. Sendo o primeiro pagamento até 31 de dezembro de 2013.

- Os valores acima de R$ 300,00 poderão ser parcelados em até duas vezes, a partir de JAN A FEV/2014, sendo obrigatório o pagamento até fevereiro de 2014, que poderão ser pagos em depósitos na conta da Editora Somar
Caixa Federal
Editora Somar
Ag. 0428
operação 003
conta 2471-8

- o comprovante deverá ser obrigatoriamente escaneado e enviado para o e-mail somareditora@gmail.com ou em cheques para o endereço que será informado na adesão do poeta, por e-mail.
- Os poemas deverão ter no máximo 25 linhas e enviados em fonte 12, em Times New Roman;
- enviar uma minibiografia de no máximo 10 linhas, na terceira pessoa, (A4, letra Times New Roman 12);
- enviar uma foto com boa resolução e o e-mail para divulgação;
- não incluiremos links;
- os autores interessados em narrativas que tiverem mais de cinco páginas favor entrar em contato prévio para a negociação do valor;
- os poemas deverão vir revisados;
– os autores ao aderirem por e-mail, concordam automaticamente com as regras de participação na Antologia Poemas à Flor da Pele, volume 8.

8 - PRAZO DE ENTREGA E PAGAMENTO DO MATERIAL:

- o prazo da remessa dos poemas para a antologia oito, Poemas à Flor da Pele, é dia 28 de fevereiro e o pagamento final, consequentemente;
- esclarecemos que prazos são importantes para evitar prejuízos para ambas as partes;
- em caso de desistência de participação na antologia, os valores pagos até 10 janeiro pelos autores, serão devolvidos integralmente;
- após essa data não haverá ressarcimento do valor pago, pois cobre despesas de organização, formatação, capa, registro, issbn, entre  outros; 
- é preferível que a pessoa já envie o valor da remessa junto com os valores da antologia, para assim que estiver pronto o livro ser encaminhado o mais rapidamente possível ao autor, que são R$ 20,00 para 5 livros, R$  30, 00 para 10 livros, R$ 45,00 para 15 livros e R$ 70,00 para 20 livros, de acordo com as tabelas fornecidas pelo correio  ;
- qualquer dúvida a respeito de pagamentos favor entrar em contato pelo e-mail somareditora@gmail.com  ou  heisoninha@gmail.com ou pelo telefone  51-82230759;

  
Soninha Porto
Editora Somar
Poemas à Flor da Pele
somareditora@gmail.com
poemasflordapele@gmail.com
fone: 51-82230759


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O QUE IMPORTA

O meu medroso hímen – oh que pena
não teres sido tu que o golpeaste

o que importa porém veio depois
o que importa foram as labaredas
que soubeste atear em meu pudor
       foram aquelas noites desvairadas
       de carne e de alma conjugadas
       a vararem três lúbricos decênios

o que importa, amor, é este himeneu
- sem os ritos falazes do primeiro –
que juntos celebramos tu e eu.

(Maura de Senna Pereira, Sete poemas de amor, Edições Sanfona, 1985)


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SETE PORÇÕES CIRCULARES


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E então? e então ruma-se para o outro lado da cidade, mais brilhante, mais ameno (?) e é aí que as coisas acontecem, pois haverá o medo que pode se esconder atrás de qualquer fisionomia e olhos e cabelos – o arrepio – e talvez a coceira retorne e a formiguinha também, já que os ladrilhos dessa caminhada são um pouco mais escuros e antigos, toscos mesmo e há toda uma história atrás disso – os passos – quantos deveriam ter sido gastos. Até a transformação, o asfalto bruto, o petróleo. E já começam a existir novamente os alaridos, os lábios, os batons, agora novos, bem vivos e chamativos e até uma ponta de vergonha, de moderação nesse momento, mas sabe-se que... e não adianta relutar com o tempo e deve-se deixar o barco correr já que Georgia está sempre presente mesmo não estando, mas nem por isso deixam-se as armas em casa, o que seria ingenuidade fatal.

(Vinícius Alves, Edições Sanfona, 1986)


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DA SÉRIE “PARA [SÓ]RIR” (recebi de Terezinka Pereira)

A professora pergunta ao aluno:
- Quem escreveu "Os Lusíadas"???...
E o aluno, gaguejando:
- Não sei, professora, mas eu não fui...
E começa a chorar.
A professora, furiosa, diz:
- Pois então, quero falar com o teu pai!
E faz ao pai a queixa:
- Não entendo, perguntei ao seu filho quem escreveu "Os Lusíadas" e ele
respondeu-me que não sabia, que não foi ele...
Diz o pai:
- Bem, ele não costuma ser mentiroso, se diz que não foi ele, é porque não
foi. Já se fosse o irmão, aquele sim é danado...
Irritada com tanta ignorância, a professora resolve ir para casa e, na
passagem pelo posto local da Guarda Civil, encontra com o comandante, que
lhe diz:
- Parece que o dia não correu muito bem para a senhora...
- Pois então, imagine o senhor que perguntei a um aluno quem escreveu "Os
Lusíadas"
 e ele respondeu que não sabia, que não foi ele, e começou a
chorar.
E o comandante:
- Não se preocupe!!!... Chamamos pra cá o moleque, damos-lhe um "aperto" e vai ver como ele confessa tudo.
Com os cabelos em pé, a professora chega em casa e encontra o marido sentado no sofá, lendo o jornal. O marido pergunta:
- Então, como foi o seu dia???...
- Ora, deixe ver. Eu perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas";
começou a gaguejar, disse que não sabia, que não tinha sido ele, e pôs-se a
chorar. Chamei o pai, que me disse que ele não mente. O comandante da Guarda Civil quer chamá-lo e obrigá-lo a confessar. Que hei de fazer???...
O marido, confortando-a:
- Olha, esquece. Janta, dorme e amanhã tudo se resolve. Vai ver que você
mesma escreveu e já nem se lembra mais!!!...

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CONFRARIA DO POEMA-pn

Teces o verso
sem [es]camas.
O verbo,
escamo[teias],
ar[r]anhas.

(Nano poema, Pinheiro Neto, 10/02/2014)