PAPO NA CONFRARIA:
ELOAH WESTPHALEN NASCHENWENG
1.O que te motiva a escrever?
Amo as
palavras. O dom não se explica. Conseguir
compor beleza , sentimentos e verdade com palavras e ter a capacidade de transmitir encanto, tem sido a minha maior motivação
2.Cite os TRÊS livros (e respectivos autores) mais
significativos em tua vida?
a) O Tempo e o Vento –
Erico Veríssimo
b) A Descoberta do
Mundo – Clarice Lispector
c) Sapato Florido –
Mario Quintana
3- Indique um livro (Literatura Brasileira) para leitura de:
a) Alunos do Ensino
Fundamental (5ª a 8ª séries)
O Homem que não
parava de Crescer-Marina Colassanti
b) Alunos do Ensino
Médio
Vidas Secas –
Graciliano Ramos
c) Alunos do Ensino
Superior
Grande Sertão Veredas
–João Guimarães Rosa
4- Como se dá o processo da escrita em tua prática cotidiana?
No meu processo criativo
não existe rotina. As vezes uma palavra,
uma frase ou uma imagem pode ser o início do processo criativo. Penso, dou
volta nos pensamentos, amadureço a frase principal e vou colocando no papel
palavras ou ideias afins.
Escrevo, reescrevo corto
palavras, acrescento outras e vou tecendo meus versos. Os primeiros rabiscos
são no papel. Guardo, releio, mudo, depois guardo novamente, releio e disseco.
No final satisfeita digito no computador.
5- Fale sobre o apoio dispensado pelos setores público e privado
à literatura.
A
literatura, principalmente a produção poética tem ocupado o papel secundário na
literatura brasileira. As editoras, na sua maioria recusam originais e as
livrarias tem um numero muito limitado de livros na área poética à disposição
do leitor. Novos escritores pouco ou nenhum apoio recebem de setores privados e
públicos, mas a poesia resiste através de produções pessoais, blogs, e outras
redes sociais.
6-Fale sobre o
papel das Academias de Letras em relação à Língua e à Literatura?
As Academias tem o papel primordial de cultivar a língua e a Literatura
brasileira, valorizar a produção literária dos bons escritores divulgando-a e
concedendo notoriedade aos seus membros.
Participar de eventos e movimentos literários, descentralizar suas
atividades e
apoiar novos escritores e associações.
SOBRE A AUTORA
Eloah
Westphalen Naschenweng,
natural de Jaraguá do Sul – SC, professora, pedagoga, graduada em Tecnologia em
Automação de Serviços Executivos, Funcionária Pública Estadual aposentada,
Presidente do Grupo de Poetas Livres
OBRAS PUBLICADAS: Fragmentos, Relicário, Além dos Fragmentos,
A
Dança da Vida.
PARTICIPAÇÃO
EM COLETÂNEAS:
No
Limíte da Palavra; Poesias, Crônicas e Contos I; Poesias, Crônicas e Contos II;
Poesias, Crônicas e Contos III; Os
Mais Belos Poemas e Textos do Grupo de Poetas Livres; A Palavra ConVida; Mangwana
– Agenda 2015.
X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X
DA SÉRIE “POETAS MULHERES” – 11
[Nova escultura de Elisa Zatera/RS]
JE SUIS POEMA
MATERNIDADE (*)
Arrepender-te-ás talvez
como de uma suprema profanação
de teres um dia me vestido
de bagos e de gomos
e para eles depois te atirado
como um fauno sem lei.
Oh, não te arrependas não
que me deste glória e honra
pois eu só via o milagre da árvore estéril
carregada de frutos
e o sumo das uvas escorrendo
dos seios que nunca amamentaram.
[* +MAURA DE SENNA PEREIRA, A dríade e os dardos, Liv. São José,
1978, pg. 25]
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vai idade
do espelho
ao espólio
é um piscar
de olhos
[VALÉRIA TARELHO, Livro da Tribo, São Paulo, 2013, pg. 92]
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INDISPLICÊNCIA
Entre
os suspiros do vento
Quero
ainda viver momentos
Orvalhados
de prazer
Certo
meu reino não é deserto
Aí
dorme meu coração
Minhas
ilusões e asas brancas
São
voos tecidos de ensejos
Como
estrelas peregrinas
Como
um lago de desejos
...
a vida nos ensina!
A
última curva do caminho
Quero
que seja leve como o arminho
Onde
sinta a inocência
Desde
o tempo de ontem
E
agora – esta indisplicência!
[
VANI CAMPOS, Relicário, Somar, Porto
Alegre, 2014, P. 20]
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RIMA POBRE
100 gotas de
novalgina
e o fogo indo e vindo
indo e vindo pela testa
e o fogo indo e vindo
indo e vindo pela testa
[ADELAIDE DO JULINHO,
Face book, 10/04/2015]
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O SILÊNCIO
quantas vezes o silêncio
existe porque é pleno
de palavras, tantas palavras
acarretando ideias
tantas vozes lembradas
tantos sons de riso e de lamento,
tantos choros e tantos gritos
uma cacofonia
se fossem libertadas
todas estas notas aflitas!
melhor recorrer ao silêncio,
até que a calma disponha a
sonoridade e o seu sentido
até que canções afaguem o ouvido
até que o choro se faça luto
e todas as alegrias
assim como as tristezas
possam finalmente ter sentido
libertar-se na linha breve do poema
esvair-se na desvelada atmosfera
e aí prosseguir sabiamente
as eterna leis da natureza.
existe porque é pleno
de palavras, tantas palavras
acarretando ideias
tantas vozes lembradas
tantos sons de riso e de lamento,
tantos choros e tantos gritos
uma cacofonia
se fossem libertadas
todas estas notas aflitas!
melhor recorrer ao silêncio,
até que a calma disponha a
sonoridade e o seu sentido
até que canções afaguem o ouvido
até que o choro se faça luto
e todas as alegrias
assim como as tristezas
possam finalmente ter sentido
libertar-se na linha breve do poema
esvair-se na desvelada atmosfera
e aí prosseguir sabiamente
as eterna leis da natureza.
[MARIA
PETRONILHO,
Lisboa, Fece book, março 2015]
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CLAMA
de cama a chama
devassa na sala que dama
furtiva não mais, trama
estranha de pele que entranha
cavala que cava espanta
vontade de gozo na manha
bala degusta e clama
vontade de ti...
devassa na sala que dama
furtiva não mais, trama
estranha de pele que entranha
cavala que cava espanta
vontade de gozo na manha
bala degusta e clama
vontade de ti...
[FLAVIA D'ANGELO, RJ,
Face Book, março, 2015]
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[POEMA]
deflora-me
com a ponta delicada dos teus dedos
e penetre o meu gosto
com a tua língua
com a ponta delicada dos teus dedos
e penetre o meu gosto
com a tua língua
insere
teu sujeito inteiro
nas entranhas
libere o teu tempero
no canal dos meus desejos
marca-me com tuas mãos
deixe em mim o teu selo
nas entranhas
libere o teu tempero
no canal dos meus desejos
marca-me com tuas mãos
deixe em mim o teu selo
prenda-me nos mistérios
dos teus olhos negros
mostre o monstro que me come no escuro
eu não tenho medo de habitar no teu inferno
quando o paraíso no teu corpo eu descubro.
dos teus olhos negros
mostre o monstro que me come no escuro
eu não tenho medo de habitar no teu inferno
quando o paraíso no teu corpo eu descubro.
(LUANA DIAS, Porto Velho, Face book, 03/03/2015)
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Você é meu
remédio sem bula
o imperfeito mais que perfeito
Spa cheio de gula
lado esquerdo no direito
minha face oculta
rodovia sem pedágio
prêmio e multa
eleição sem sufrágio
veículo sem condutor
sopro na orelha
lobo e ovelha
Coisa confusa
que se chama amor!
o imperfeito mais que perfeito
Spa cheio de gula
lado esquerdo no direito
minha face oculta
rodovia sem pedágio
prêmio e multa
eleição sem sufrágio
veículo sem condutor
sopro na orelha
lobo e ovelha
Coisa confusa
que se chama amor!
[ ROSA
PENA, 29/03/2015, em sua página no Facebook]
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SOBRE O TRIÂNGULO VAZIO; O NÁUFRAGO
Quando termina a
casa
uma rua espreita, e aguarda:
uma rua espreita, e aguarda:
Tudo rápido passa
o tempo o automóvel as massas
e as vontades passageiras
como um passatempo
ainda perpassam
anéis e dedos;
...................mas dentro
o tempo o automóvel as massas
e as vontades passageiras
como um passatempo
ainda perpassam
anéis e dedos;
...................mas dentro
a terra finca suas
raízes
num rio profundo
e muito lento
num rio profundo
e muito lento
onde a poesia se
nutre do silêncio
onde o homem, se não tivesse tanta pressa
olharia sem medo
se ouvisse
alguém chamar amor...
onde o homem, se não tivesse tanta pressa
olharia sem medo
se ouvisse
alguém chamar amor...
No entanto,
tudo o que há é o náufrago
de raízes partidas (e sem tempo)
louco pra chegar mais cedo em casa
e ser o hiato
tudo o que há é o náufrago
de raízes partidas (e sem tempo)
louco pra chegar mais cedo em casa
e ser o hiato
entre a garagem, a
TV
(e pasmem!) o sofá da sala.
(e pasmem!) o sofá da sala.
[LOU
ALBERGARIA, BH, Face book,
09/04/2015]
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("Pescadores", de Maria de Fátima Pavei - Içara)
MAREJANDO
O mar me
possui.
Ele me tem
inteira,
faz-me ilha,
barco pequeno,
pequena
cabotagem,
toque de velas.
- Mestre José,
meu pai!
Verde nos
olhos,
Na alma,
Verde de mar,
Verde de amara,
- tão verde de
morrer.
[MILA RAMOS, SC, Na
grande noites dos girassóis, 2ª ed., Ipê, Joinville, 1987, pg.29]
X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X
LI E
RECOMENDO (11)
A OBRA
DE EDUARDO GALEANO (HOMENAGEM)
1-
MORRE O ESCRITOR
EDUARDO GALEANO
"Na
década de 1970 o escritor uruguaio Eduardo Galeano foi um dos nossos
"Gurus"... Falava da América Latina com propriedade, com paixão
(compaixão) e o seu discurso vinha inflamado, lembrava o nosso Darcy Ribeiro...
Aliás, o Darcy foi um dos escritores que colaboraram para que Galeano
escrevesse aquele livro emblemático que todo o latino deve ler "As Veias
Abertas da América Latina"... Lembro também daquele singelo livro de
contos "Vagamundo" em que o autor faz a famosa viagem na Bolívia no que se
conhece como o "Trem da Morte" e a história da mãe que acalenta um
filho que está morto em seu colo, todos no trem sabem que a criança está morta,
mas são cúmplices daquela dor de mãe... E aquela obra prima que ganhou o mais
cobiçado prêmio para um escritor sul americano, o Casa de las Americas, o livro
"Dias e Noites de Amor e de Guerra"... Galeano gostava de futebol,
escreveu um belo livro sobre o assunto... Esteve no Brasil várias vezes,
principalmente em Florianópolis, falava o português fluentemente e sabia como
ninguém insuflar uma paixão pela terra que nos acolhe, era um ativista com
causa e não tergiversava, sim, sabia como lidar com as utopias... Outra lacuna
se abre com sua morte aos 74 anos... Fica uma obra, não perdemos a referência,
apenas um valoroso companheiro de viagem, se isso ainda é possível, penso que
sim, estou mais triste hoje"...
(Nota na página de Olsen
Jr. no Face book em 13/04/2015).
2-
A FUNÇÃO DA ARTE
[Eduardo Galeano]
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
— Me ajuda a olhar!
[ Em Livro dos Abraços ]
Da homenagem ,feita
pela revista Germina, Adelaide do
Julinho, Face, 13/04/2015
X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X
DA SÉRIE “EU SOU POEMA”
BELA JUVENTUDE (*)
Vejam como está roída
A boca da rapariga
Que deixaram estirada entre os juncos.
Ao se lhe abrir o peito,
Achava-se o esôfago tão carcomido!
Finalmente em refolho meio ao diafragma
Encontrou-se ninho de jovens ratos.
Uma pequena irmãzinha jazia morta.
Viviam os demais de fígado, rins,
Sorviam o sangue gelado e, ali,
Por certo desfrutavam de bela juventude.
Rápida e bela também foi a morte deles;
Todos atirados na água, juntos.
Ah, como guincharam os minúsculos
focinhos!
[*Gottfried Benn (1886 – 1956), poeta do movimento expressionista
alemão. Tradução livre de Silveira de
Souza, especialmente para Confraria da Leitura-pn]
X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X
DA SÉRIE “CRÔNICAS, CONTOS E OUTROS TANTOS”
PARIS: FESTAS, PERFUMES E ENCANTOS
Sentir-se só, sim. Solitário, nunca! Porque quem lê está sempre
rodeado de pessoas, de lugares maravilhosos, além de viajar pelos mais diversos
espaços. Ao ler “Paris é uma Festa” do escritor Ernest Hemingway viajei na
imaginação e sonhei em conhecer Paris. O sonho se realizou. Emocionava-me ao
entrar nos cafés e o ar frio quase me congelando. Lembrava-me de Hemingway
descrevendo a paisagem “o vento frio arrancando as folhas das árvores”.
Perguntava-me: “Onde está o Café de Amateus?” Afinal era frequentado pelo escritor, e me
realizei ao entrar num dos Cafés. Experimentei o café-crème, vinho de Sion e
trutas au bleu. O rio continuava com suas águas rasas no inverno. Num dos
restaurantes à beira do Sena degustei o chamado goujon (peixe da família das
carpas), uma delícia! Em seu livro, Hemingway descrevia o pescado, as
correntezas, os castanheiros e os pescadores, de forma extraordinária. Tudo ali
na minha frente era só olhar. Andava entre a realidade e a imaginação, devagar
e quase tropeçando ao contemplar Paris. Voltando-me para o livro, o escritor
sempre falava: “que quando a primavera chega nossos problemas desaparecem,
exceto o de saber onde se poderia ser mais feliz.” Pensei “um dia, retornarei
na primavera.” Hemingway ao escrever Paris é uma festa, imaginei-o escrevendo
de seu escritório, no qual tinha uma janela, enquanto a inspiração entrava na
sala seu cérebro perambulava no Sena a procura de inspiração. Hemingway
escreveu inúmeras vezes sobre o maravilhoso Sena “Quando paro de escrever, não
quero me afastar da lembrança do rio, onde posso ver trutas, no remanso das
águas. Sempre me deu felicidade ver aqueles homens pescando, jamais me senti
solitário nas margens do Sena.” Quando você for a Paris não se esqueça de ler
antes da viagem “Paris é uma festa” de Ernest Hemingway, e sinta seus perfumes
e encantos ...
(Maria de Fátima Pavei,
x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x
DA
SÉRIE “NOSSA LÍNGUA”
GAFES
EXECUTIVAS
AS
AVES-MARIAS
Em
ave-maria, o primeiro elemento (ave)
é interjeição (latina), que significa salve;
por isso não varia. O outro elemento
( maria) é substantivo e varia
normalmente. Destarte, seu plural é ave-marias,
assim como o plural de salve-rainha é
salve-rainhas.
Recentemente,
porém, um repórter perguntou a um dos ministros da área econômica (agora
ex-ministro) se existia saída para a crise. A resposta veio mambembe:
“Existe,
sim: é ajoelhar e rezar três aves-marias.”
Ave!!!
Ministro que não sabe rezar ao menos três ave-marias
tem, no mínimo, que rezar dez salve-rainhas e uns vinte pai-nossos para ficar
no cargo... Como não soube...
[ Luiz Antônio Sacconi, Gafite, nº. 1, abril
1987, Nossa Editora, p. 11]
X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X
DA
SÉRIE “REPASSANDO”
LATIM, Língua maravilhosa!
O vocábulo"maestro" vem do latim "magister" e este, por sua vez, do advérbio "magis" que significa "mais" ou "mais que".
Na antiga Roma o "magister" era o que estava acima dos restantes, pelos seus conhecimentos e habilitações!
Por exemplo um "Magister equitum" era um Chefe de cavalaria, e um "Magister Militum" era um Chefe Militar.
Já o vocábulo "ministro" vem do latim "minister" e este, por sua vez, do advérbio "minus" que significa "menos" ou "menos que".
Na antiga Roma o "minister" era o servente ou o subordinado que apenas tinha habilidades ou era jeitoso.
*COMO SE VÊ, O LATIM EXPLICA A RAZÃO POR QUE QUALQUER IMBECIL PODE SER MINISTRO ... MAS NÃO MAESTRO !*
[Da
Internet, sem autor identificado]
X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X
DA SÉRIE “POEMAS VISUAIS”
1-
1-
[ E (CLIPS) ANDO , Pinheiro Neto, Poemas Reunidos ]
x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x
2-
[Poema Visual de Fátima Queiroz, SP]
X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X
X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X
CONFRARIA
DO [meu] POEMA-pn
E bebo a palavra
e me embebedo.
Goles de versos
de verbos
e(s)coam, vão e não
voltam.
Não registro. Bebo só.
E a palavra deixa tonto
atônito com o saber
que descubro
ao beber.
A palavra embebeda
o sonho.
(Pinheiro Neto, Bebe(r) palavra, A
rosa do verso, 1988, p.34)